Turismo

Ilha da Trindade - Exploração econômica


Rogério Cassimiro/Folha Imagem
O navio "Graça Aranha", atracado na praia dos Portugueses, em frente ao Poit

LUCAS CEMBRANELLI
free-lance para a Folha Online

Qual a importância do Brasil gastar dinheiro para manter militares isolados numa ilha tão pequena e distante do continente? Em primeiro lugar é importante frisar que manter uma guarnição, de 32 homens em média, num local de difícil acesso como Trindade, tem um custo alto e necessita de uma organização muito grande.

Para se ter idéia, só para para transportar os militares e o material em um navio como o “Graça Aranha”, a Marinha gasta em média R$ 10 mil por dia no mar. Uma travessia de ida e volta entre o Rio de Janeiro e Trindade dura, no mínimo, seis dias.

O valor ainda não é o ideal, segundo o imediato (comandante responsável pela administração da embarcação) do navio. No custo da operação, que envolveu em abril de 2002 um total de 125 pessoas embarcadas, deve-se somar alimentação, segurança, água, combustível, pagamentos, higiene e outros gastos.

Mesmo somando o trabalho e o dinheiro gasto, viagem e estadia, dá para dizer que tudo é pouco se comparado à importância da ilha de Trindade para o país.

Não é só a importância das belezas ecológicas e naturais. Apesar de isolada e pequena, Trindade é muito importante economicamente para o Brasil. O governo teve uma visão estratégica em 1957, quando decidiu passar à Marinha a tarefa de ocupar e vigiar o local, tomando como base o acordo internacional sobre mares e oceanos.

Este acordo, que foi assinado em 1982 durante a “Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar - Convenção da Jamaica”, garante a exploração econômica à nação mais próximas das 200 milhas marítimas (aproximadamente 370 km) das águas marinhas numa linha reta a partir do seu território.

Ou seja, foi feito um acordo amigável, dando o direito de exploração de uma zona econômica exclusiva aos países, de seus mares, dentro deste limite estabelecido.

Por este motivo, Trindade é um ponto estratégico, por ser um território nacional localizado a 640 milhas náuticas (1200 km) numa reta a partir de Vitória, ou ainda águas exclusivamente brasileiras no meio do Atlântico.

Esta é a grande vantagem de manter a ilha ocupada. O Brasil tem o direito de usufruir das riquezas das águas nesta região, como a pesca e a exploração de petróleo e outros minerais. Além do poder de controle militar e da responsabilidade pelas ações na região, como um possível desastre ambiental ou atividades ilegais no país, como os navios de cassinos.

Considerando a mesma faixa partindo do continente, entre a ilha e o Espírito Santo, esta área de exploração se torna maior. Somando a zona dos dois lados (ilha mais continente), a área que pode ser explorada ocupa 2/3 do espaço banhado pelo oceano Atlântico.

Também não se pode negar as riquezas que esta fração do território nacional possui em suas terras. A ilha é um laboratório natural muito diversificado.

A Marinha desenvolve estudos sobre estas terras. Os marinheiros e pesquisadores que permanecem no local realizam observações meteorológicas, maregráficas e geofísicas na região, que servem de informação para várias instituições do mundo.

CONHEÇA A ILHA DA TRINDADE EM IMAGENS

Consulte também:
  • Lendas e tesouros
  • Naufrágios
  • Infográficos e mapas
  • Ilha da Trindade
  • Para chegar à ilha
  • Posto oceanográfico
  • Tartarugas marinhas
  • Fauna
  • Flora
  • Praias
  • Picos e morros
  • História


  • FolhaShop

    Digite produto
    ou marca