Paris - Marcel Proust
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O escritor francês Marcel Proust (1871-1922), autor de "Em Busca do Tempo Perdido" | O escritor francês Marcel Proust |
RENATO ROSCHEL
do Banco de Dados
Apesar de conviver com a doença desde pequeno, a luta de Marcel Proust em vida não foi exatamente uma luta contra a morte, mas sim uma luta resignada para retardar, ao máximo, seu último e fatídico encontro com aquela que tão insistentemente o perseguiu em vida.
Criança de saúde frágil, nasceu em Auteuil, Paris, a 10 de julho de 1871. Teve uma infância cheia de cuidados especiais, tantos cuidados e problemas que acabaram por torná-lo um velho já na sua juventude.
Durante sua adolescência, Proust viveu nos Champs-Elysées, onde o ar mais saudável melhorava sua tênue saúde. Lia e admirava Baudelaire, Mallarmé, Anatole France e Saint-Simon. Tinha veneração pelo teatro e suas musas, especialmente Sarah Bernhardt.
Estudou no Lycée Condorcet entre 1882 e 1889, onde teve uma passagem muito irregular devido os seus problemas de saúde.
Em 1891, ingressou na École des Sciences Politiques nos cursos de Albert Sorel, Henri Bergson, Leroy-Beaulieu e Vandal. Ali preparou-se para seguir a carreira diplomática, da qual desistiu, a fim de dedicar-se à literatura.
Suas primeiras experiências literárias datam de 1892, quando, com alguns amigos, fundou a revista Le Banquet. A seguir, passou a colaborar em La Revue Blanche, frequentando ao mesmo tempo os salões aristocráticos parisienses cujos costumes, em grande parte, lhe forneceram material para sua obra literária.
Com a morte da mãe, em 1905, tornou-se herdeiro de uma fortuna razoável. Com o dinheiro da herança e a saúde cada vez mais debilitada, Proust acabou isolando-se dos meios sociais para dedicar-se à criação de sua obra mais importante, os vários volumes que compõem "Em Busca do Tempo Perdido", publicados entre 1913 e 1927.
Marcel Proust morreu em Paris a 18 de novembro de 1922 e sua obra é a história da representação, da recriação literária do ser humano em suas infinitas reações químicas diante das coisas que o fazem sentir dor ou prazer.
Ler Proust é sem dúvida um privilégio. Não pelo fato de lermos um escritor que muitos acreditam ser elitista -confusão que acontece a custa da aguda ironia com que ele observa as elites-, mas sim pelo fato de que a obra de Proust está ao alcance de qualquer leitor que tenha paciência e bom gosto para degustá-la.
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