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27/08/2001
-
14h38
da Folha de S.Paulo
O pico das Agulhas Negras, um dos pontos mais altos do país e meca de alpinistas e 'trekkers', poderá ser novamente visitado a partir deste fim de semana. O acesso ao local foi fechado depois que o Parque Nacional do Itatiaia, onde está localizado, passou por um incêndio que destruiu 600 hectares da região em julho.
Com 2.787 metros de altitude, o Agulhas Negras é a principal atração da parte alta do parque, que fica nas encostas e no topo da serra da Mantiqueira, a 234 quilômetros de São Paulo.
Agora, essa parte alta do Itatiaia será parcialmente reaberta no dia 1º de setembro. A visitação, porém, deverá seguir normas mais rigorosas, elaboradas por um grupo de trabalho que envolveu biólogos, guias e a administração do parque (veja quadro nesta página). As novas medidas incluem acompanhamento obrigatório de guia cadastrado e limite no número de visitantes em alguns pontos.
Além do Agulhas Negras, também poderão ser visitadas as pedras do Couto e do Altar e a cachoeira do Aiuruóca, atrações situadas em meio a uma paisagem de pedras e rochas de diversos tamanhos espalhadas pela vegetação rasteira, denominada campos de altitude.
Os guias terão de utilizar tarjas coloridas, e cada cor indicará o destino do grupo que ele estará conduzindo.
Chegar ao alto do Agulhas Negras exige preparo físico, pois a subida, de cerca de duas horas, é puxada. Dependendo do caminho tomado, é preciso ainda ter experiência, pois há alguns trechos que pedem o uso de cordas de segurança.
O que permanece fechado é o acesso para a trilha do maciço das Prateleiras. Pelo menos até o fim do ano. Formação rochosa a 2.540 m de altitude, de onde é possível avistar, nos dias claros, todo o Vale do Paraíba, as Prateleiras foram o ponto mais atingido pelo fogo, que começou em sua trilha quando dois excursionistas, um de 22 anos e outro de 14 anos, acenderam uma fogueira que se alastrou pela mata seca.
Medidas de emergência
Criado em 1937 por decreto do então presidente Getúlio Vargas, o Itatiaia foi o primeiro parque nacional do país, na divisa dos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 300 km2.
A parte alta corresponde a 17% dessa área. O restante, chamado de parte baixa, continua aberto à visitação.
De acordo com Anderson Naves, 27, presidente do Grupo Excursionista Agulhas Negras (Gean), que participou das discussões para a reabertura da parte alta, as medidas são emergenciais, adotadas para não manter a área totalmente fechada.
'O parque foi bastante atingido, mas há pessoas do setor privado que também dependem dele', diz Naves, que atua ainda como guia na região. Ele calcula que o acompanhamento de um guia deverá custar cerca de R$ 10 para cada turista, em grupos completos.
O auge da visitação à parte alta do Itatiaia acontece nos meses de inverno (junho a agosto), e o feriado de Sete de Setembro é considerado ponto de pressão, devido à procura maior. Essa demanda deverá seguir agora o limite recém-estabelecido pelo parque.
Pesquisas
Os campos de altitude do Itatiaia atraem muitos pesquisadores, de acordo com Léo Nascimento, 52, gerente do parque nacional. Há espécies endêmicas de plantas na região.
'[O fogo' queimou exatamente onde os pesquisadores trabalhavam', lamenta Nascimento. 'Tem planta que a gente nunca vai saber que existiu.' Funcionários do parque, biólogos e guias deverão fazer um acompanhamento da recuperação da cobertura vegetal e das trilhas da região.
Essa recuperação depende das chuvas, que devem acontecer em outubro e acabar com a seca que já dura cinco meses.
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Itatiaia reabre parte alta com regras novas
CHIAKI KAREN TADAda Folha de S.Paulo
O pico das Agulhas Negras, um dos pontos mais altos do país e meca de alpinistas e 'trekkers', poderá ser novamente visitado a partir deste fim de semana. O acesso ao local foi fechado depois que o Parque Nacional do Itatiaia, onde está localizado, passou por um incêndio que destruiu 600 hectares da região em julho.
Com 2.787 metros de altitude, o Agulhas Negras é a principal atração da parte alta do parque, que fica nas encostas e no topo da serra da Mantiqueira, a 234 quilômetros de São Paulo.
Agora, essa parte alta do Itatiaia será parcialmente reaberta no dia 1º de setembro. A visitação, porém, deverá seguir normas mais rigorosas, elaboradas por um grupo de trabalho que envolveu biólogos, guias e a administração do parque (veja quadro nesta página). As novas medidas incluem acompanhamento obrigatório de guia cadastrado e limite no número de visitantes em alguns pontos.
Além do Agulhas Negras, também poderão ser visitadas as pedras do Couto e do Altar e a cachoeira do Aiuruóca, atrações situadas em meio a uma paisagem de pedras e rochas de diversos tamanhos espalhadas pela vegetação rasteira, denominada campos de altitude.
Os guias terão de utilizar tarjas coloridas, e cada cor indicará o destino do grupo que ele estará conduzindo.
Chegar ao alto do Agulhas Negras exige preparo físico, pois a subida, de cerca de duas horas, é puxada. Dependendo do caminho tomado, é preciso ainda ter experiência, pois há alguns trechos que pedem o uso de cordas de segurança.
O que permanece fechado é o acesso para a trilha do maciço das Prateleiras. Pelo menos até o fim do ano. Formação rochosa a 2.540 m de altitude, de onde é possível avistar, nos dias claros, todo o Vale do Paraíba, as Prateleiras foram o ponto mais atingido pelo fogo, que começou em sua trilha quando dois excursionistas, um de 22 anos e outro de 14 anos, acenderam uma fogueira que se alastrou pela mata seca.
Medidas de emergência
Criado em 1937 por decreto do então presidente Getúlio Vargas, o Itatiaia foi o primeiro parque nacional do país, na divisa dos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 300 km2.
A parte alta corresponde a 17% dessa área. O restante, chamado de parte baixa, continua aberto à visitação.
De acordo com Anderson Naves, 27, presidente do Grupo Excursionista Agulhas Negras (Gean), que participou das discussões para a reabertura da parte alta, as medidas são emergenciais, adotadas para não manter a área totalmente fechada.
'O parque foi bastante atingido, mas há pessoas do setor privado que também dependem dele', diz Naves, que atua ainda como guia na região. Ele calcula que o acompanhamento de um guia deverá custar cerca de R$ 10 para cada turista, em grupos completos.
O auge da visitação à parte alta do Itatiaia acontece nos meses de inverno (junho a agosto), e o feriado de Sete de Setembro é considerado ponto de pressão, devido à procura maior. Essa demanda deverá seguir agora o limite recém-estabelecido pelo parque.
Pesquisas
Os campos de altitude do Itatiaia atraem muitos pesquisadores, de acordo com Léo Nascimento, 52, gerente do parque nacional. Há espécies endêmicas de plantas na região.
'[O fogo' queimou exatamente onde os pesquisadores trabalhavam', lamenta Nascimento. 'Tem planta que a gente nunca vai saber que existiu.' Funcionários do parque, biólogos e guias deverão fazer um acompanhamento da recuperação da cobertura vegetal e das trilhas da região.
Essa recuperação depende das chuvas, que devem acontecer em outubro e acabar com a seca que já dura cinco meses.
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