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29/04/2002 - 13h12

Mercado editorial de turismo vive boom

MARISTELA DO VALLE
da Folha de S.Paulo

Acompanhando o crescimento da indústria do turismo e de cursos na área, o mercado editorial de livros técnicos de turismo vive um boom de lançamentos. Em dois anos, a Contexto publicou 18 títulos sobre o tema e agora pretende lançar de oito a dez por ano. Alguns dos 14 títulos da Manole partiram para a segunda edição em poucos meses.

A Bookman, que iniciou sua coleção no ano passado, tem quatro títulos prontos e uns dez em produção. A Aleph está lançando a coleção ABC do Turismo (leia ao lado), que deve ter 20 títulos até o fim do ano.

Os professores de turismo estão aliviados com a nova safra. "Há cerca de 15 anos, eu era obrigada a realizar trabalhos interdisciplinares para forçar uma produção acadêmica que se revertesse em benefício dos alunos", comenta Gracira Cabrera, coordenadora do curso de turismo da Universidade Anhembi Morumbi, que existe há 31 anos.

Não é preciso voltar tanto no tempo para constatar o quanto o setor cresceu. Em 1990, havia 27 cursos de turismo no Brasil e 5.739 estudantes do ramo, números que hoje subiram, respectivamente, para 230 e 37.906, de acordo com o MEC (Ministério da Educação e Cultura).

"Muitos dos cursos não vão se sustentar e acabarão fechando. Há escolas que nem deveriam funcionar", afirma Mário Jorge Pires, coordenador do curso de turismo da ECA (Escola de Comunicações e Artes), da USP. Na opinião dele, a regra também vale para os editores de turismo: os mais fracos perderão espaço.

Os editores concordam com Pires, como Jaime Pinsky, diretor editorial da Contexto. "Vai acontecer o que ocorre com todo mercado, uma seleção pela qualidade. Muita gente já quebrou a cara."

Ele diz conhecer casos de empresas que lançaram um ou dois títulos há cerca de dois anos, venderam muito, mas já quebraram.

Com tantos títulos à disposição, cada editora tenta formar sua identidade. A Manole, por exemplo, prefere investir em autores nacionais, por acreditar que os livros traduzidos tratam de uma realidade diferente da brasileira.

A editora de turismo da Manole, Ana Maria da Silva, cita como exemplo o fato de os livros europeus sobre transporte falarem muito de trens e ferrovias, meios pouco utilizados no Brasil. "Os livros traduzidos devem ser usados mais para apoio e consulta."

Já a Bookman optou pelo caminho inverso e lança na Bienal um clássico internacional da área: "Turismo -Princípios, Práticas e Filosofias", de três autores de universidades dos EUA e do Canadá. Com 478 páginas, formato 21 cm x 28 cm e capa dura, a obra custa R$ 86, um preço que o profissional e o estudante de turismo não estão acostumados a pagar, como admite o próprio diretor comercial da editora, Celso Kiperman.

Ele comenta que ainda não publicou nenhum título nacional porque o conselho editorial da empresa considerou inferior a qualidade dos originais nacionais que chegaram à editora. "Seria muito gratificante se pudéssemos publicar autores nacionais", explica, acrescentando que acredita que logo isso será possível.

Direcionados especialmente para estudantes e profissionais da área, a maioria desses livros não são palatáveis pelo leitor leigo, mesmo que ele goste muito de viajar.

Segundo Ana Maria, da Manole, o "Turismo Cultural em Tiradentes", de Américo Pellegrini Filho, foge à regra porque, apesar de ter capítulos teóricos, acaba sendo utilizado como um guia de Tiradentes por alguns turistas.


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