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17/02/2003 - 15h05

Vancouver gaba-se de ter esqui e praia

JOÃO WAINER
Enviado especial da Folha ao Canadá

Você lembra como era bom viajar quando o dólar não vivia nas alturas, a paranóia do terrorismo não era tão grande e as pessoas olhavam os estrangeiros sem medo, de modo mais gentil e cordial? No Canadá essa volta no tempo é possível.

O dólar canadense ainda caminha na faixa dos R$ 2,50, as pessoas são gentis e educadas e existem muitas opções para a prática de esportes de neve com preços levemente mais razoáveis e qualidade equiparável às mais badaladas estações de esqui.

A porta de entrada da Costa Oeste do país é Vancouver, uma cidade jovem, moderna e multicultural, fundada em 1792 pelo capitão holandês George Vancouver. Com cerca de 2 milhões de habitantes, ela acolhe indianos, chineses, gregos e muçulmanos. Claro, a diversidade imprime sua marca em restaurantes especializados em vários tipos de culinária. E até em passeios se reconhece essa diversidade.

Vancouver abriga o maior mercado chinês do país, o Chinatown, com lojinhas e restaurantes. Além dele, há outro local desse tipo, especializado em apetrechos indianos, com o nome de uma das regiões da Índia: Punjab Market (entre a Main e a 49th St.).

O ecletismo se estende para outros campos. Os habitantes gabam-se ao falar que em poucas cidades do mundo pode-se jogar golfe de manhã, descer uma montanha de neve num snowboard e ainda por cima pegar uma praia ou velejar ao entardecer, sem sair de um raio de 15 quilômetros.

Pelo menos três praias ficam a dez minutos a pé do centro da cidade. Mas o curioso é que as pequenas praias que margeiam a baía são anexas a um parque de quatro quilômetros quadrados, do qual se tem excelente vista de "downtown" Vancouver.

O Stanley Park (www.city.vancouver.bc.ca/parks/parks&gardens/stanley1.htm) é parada obrigatória e diversão garantida para famílias, esportistas e turistas solitários. As crianças podem se entreter circulando por um aquário habitado por leões-marinhos, lontras e outros animais (www.vanaqua.org) ou por um minizoológico. Mesmo zanzando pelo parque, facilmente se tropeça em bichos silvestres.

No inverno, o lago Lost congela. O espaço é tomado por jogadores de hóquei e patinadores no gelo. Mas um dos melhores passeios é caminhar por uma pista de 8,5 km que circunda o parque e parar sob a Lions Gate Bridge. A ponte é um dos cartões-postais da cidade.

Mais ao norte de Vancouver, está a segunda parada obrigatória, a ponte suspensa Capilano, localizada no Capilano Suspension Bridge & Park.
Quando o transeunte cruza a ponte Capilano, rodeada por coníferas, tem a sensação de ser um Indiana Jones. A ponte de 1889, com 137 metros de comprimento, foi erguida acima de um riacho a 70 metros de altura.

Pelo menos alguns dos 850 mil turistas que passam por lá anualmente matam a vontade de se balançar sobre a ponte.

Totens multicoloridos enfeitam a entrada do parque desde a década de 30. Na tradicional lojinha de suvenires, descendentes de índios vendem peças de madeira esculpida e chapéus de pêlo de animais à la Daniel Boone.

Compras

Quem não abre mão de gastar um dinheirinho deve fazer suas compras em Vancouver, pois as cidades próximas às estações de esqui costumam ser bem mais caras. As butiques estilosas ficam na Robson Street, e o pessoal descolado pode encontrar roupas transadas na Granville Street e na Main Street, na altura da 26th Street. Outra possibilidade é passar em Gastown, a parte velha da cidade, opção para quem procura mais lojas alternativas.

O repórter-fotógrafo João Wainer viajou a convite da Air Canada, da Comissão de Turismo do Canadá e dos escritórios de turismo de Vancouver, Whistler, Calgary, Banff e Lake Louise.

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