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10/03/2003 - 06h57

Bairro vende muito do que Sócrates não precisaria

da Folha de S.Paulo, na Grécia

"De quantas coisas não tenho necessidade!", costumava dizer o filósofo ateniense Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) ao andar pela cidade e ver mercadorias à venda nas ruas. Na Idade Contemporânea, a frase que consta no livro "Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres", do biógrafo Diógenes Laertios -pois Sócrates não tem obra escrita de próprio punho-, é difícil de ser levada em consideração.

Hoje, quem pretende fazer compras em Atenas não fica decepcionado. Apesar de o câmbio desvalorizado tornar qualquer aquisição bastante custosa para os brasileiros, quem puder gastar um pouco tem diversas opções, de roupas de grife a jóias e peças de porcelana.

Muitas coisas das quais Sócrates provavelmente não teria necessidade são encontradas nas lojas da rua Hermes, um calçadão que desce da praça Syntagma, em frente ao Parlamento, até o charmoso bairro Plaka. As lojas da Hermes são quase todas de grife. Lá, casacos de couro podem ser
comprados por cerca de 300.

À noite, mesmo que as lojas estejam fechadas, o comércio não pára. É a vez dos camelôs, que estendem toalhas em frente às vitrines e vendem os mais diversos artigos: bolsas, relógios e gravuras.

Em Plaka concentram-se, além de restaurantes típicos (as tavernas) e outros mais sofisticados, lojinhas de suvenir. Nelas há uma infinidade de pequenas estátuas do Pártenon, de filósofos ou dramaturgos da Antiguidade e de figuras mitológicas.

Há peças imitando esculturas cicládicas, encontradas nas ilhas Cíclades -onde fica Míkonos e Santoríni, algumas das ilhas mais visitadas na Grécia- e identificadas pelas figuras de mármore branco feitas por uma civilização da Idade do Bronze.

Encontram-se também cópias dos tradicionais vasos com figuras mitológicas em fundo preto ou vermelho, obras de arte produzidas no séculos 5º e 4º a.C.

Se for comprar algo nessas lojas, não tome como base o preço colado na peça, pois o vendedor sempre oferece um desconto sobre ele. A propósito, não haverá dificuldade em pechinchar. Quase todos os vendedores falam inglês e há até quem arrisque falar em português, discutindo o resultado da eleição presidencial no Brasil.

Sócrates dizia que comia para viver, enquanto os outros homens, numa atitude que demonstrava sua pouca sabedoria, viviam para comer. Quem preferir não seguir o preceito socrático não terá do que reclamar.

A cozinha típica da Grécia inclui, além da famosa salada grega -com pepino, queijo, tomate e pimentão-, frutos do mar e pratos como a mussaka, feita originalmente com camadas de berinjela e carne de carneiro, mas que pode ser encontrada em inúmeros variações.

O igualmente conhecido churrasquinho grego (que lá tem o nome de "kebab") pode ser consumido dentro dos próprios restaurantes ou na rua, pois alguns estabelecimentos abrem uma janelinha para vendê-lo aos transeuntes. Apesar de o kebab ser tradicionalmente feito de carne de carneiro, ele pode ser preparado com carne de porco ou de frango e vem enrolado num pão fino (chamado de "pitta"), semelhante ao sírio.

Nos doces é patente a influência do longo período de domínio turco. São feitos à base de massa folhada, nozes e mel. Em Plaka, uma refeição típica para uma pessoa sai por 20.

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