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14/04/2003 - 03h40

Fiéis de Goiás Velho se cobrem na quarta

ALESSANDRA KIANEK
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Goiás

A cidade de Goiás, ou Goiás Velho, como é conhecida, mantém viva sua principal tradição, iniciada há 258 anos: a celebração da Semana Santa. Os festejos começaram ontem, no Domingo de Ramos, e terminam domingo, com a missa de Páscoa.

Divulgação
Praça do Bosque dos Buritis, em Goiânia
O evento mais aguardado é a procissão do Fogaréu, que começa à meia-noite desta quarta-feira na porta da igreja da Boa Morte. A cerimônia, que dura duas horas, simboliza a busca e a prisão de Jesus Cristo. Na procissão, 40 farricocos, fiéis encapuzados, representam a guarda romana e os homens que abrem os cortejos de execução. As luzes das ruas são apagadas e milhares de pessoas caminham pela cidade carregando tochas ao som de tambores e músicas barrocas do século 19.

A cidade, que recebeu no final de 2001 o título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e, dias depois, enfrentou uma terrível enchente, espera receber a visita de cerca de 6.000 pessoas nesta semana.

Goiás Velho (apelido que incomoda os moradores mais antigos, por terem cedido a capital do Estado para Goiânia nos anos 30) tem hoje seis igrejas tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

A igreja da Boa Morte -de onde sai a Procissão do Fogaréu- foi construída em 1779, em estilo barroco. Ela foi feita em blocos de pedra, com apenas quatro paredes de taipa (estilo de construção bastante encontrado na parte mais antiga do centro histórico).

Desde 1969 o templo abriga o Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que possui um acervo de mais de mil obras. O destaque são as imagens de santos talhadas em cedro pelo escultor José Joaquim da Veiga Valle, que viveu na cidade no século 19. O museu ainda guarda os restos mortais do artista e outras peças dos séculos 18 e 19, como castiçais e coroas.

Há 36 anos, Antolinda Borges, 70, a tia Tó, é responsável pelo museu e pelas outras igrejas tombadas da cidade. Quando ela assumiu a administração, o acervo era de apenas 154 peças. A multiplicação ocorreu com um intenso trabalho de resgate e doações.

Moradora apaixonada pela cidade, tia Tó se orgulha do seu trabalho. "Cada vez que mostro o museu, mostro Goiás. Não tenho filhos, sou solteira e adotei as peças como se fossem minha família. Estou aqui por amor."

Além da Semana Santa, a cidade tem outro evento peculiar: o Festival Internacional de Cinema Ambiental, que neste ano será de 10 a 15 de junho e cujas inscrições acabam amanhã. Em 2002, ele recebeu cerca de 400 inscrições de filmes produzidos em mais de 60 países. Informações: 0/xx/62/229-3745; www.fica.art.br.

Museu de Arte Sacra da Boa Morte -Aberto de terça a sexta, das 8h às 11h30 e das 13h às 17h; sábados, das 9h às 17h; e domingos e feriados, das 9h às 16h; tel. 0/xx/62/371-1207; ingresso: R$ 2.


Alessandra Kianek viajou a convite da Secretaria Municipal de Turismo de Goiânia, da Agência Goiana de Turismo, do Goiânia C&VB e da Varig.

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