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09/06/2003 - 06h11

Festival de Parintins exalta lendas amazônicas

Da enviada especial da Folha de S.Paulo a Parintins

Nem Carnaval, nem teatro, nem rodeio, nem musical da Broadway, nem ópera. Embora tente-se buscar uma referência para ajudar a compreender o que se passa por lá, o festival de Parintins é um espetáculo único, com um pouco de tudo, e, ao mesmo tempo, com sua própria cara.

A festa congrega carros alegóricos, índios, lendas amazônicas, toadas, bateria e dramatização. Tudo numa arena com capacidade para 35 mil visitantes. Vale lembrar que a população da ilha, de 50 mil habitantes, duplica durante os dias de festa.

A farra do boi ganha vida com os cerca de 3.000 brincantes do Garantido e 4.500 do Caprichoso, que fazem a performance durante seis horas no total. Cada um dos bois apresenta-se por três horas ininterruptas.

A torcida, ou melhor, a galera (leia acima), separada ao meio, não pode dar um pio enquanto o contrário (boi rival) se apresenta. Qualquer manifestação pode fazer o boi perder pontos.

Vinte e dois itens são avaliados pelos jurados nos três dias de festival. Um deles é a toada, a música que embala o povaréu. Neste ano serão 20 toadas (letras diferentes) em cada lado.

O refrão mais famoso, cantarolado e divulgado para além da região Norte na voz de Fafá de Belém ("Meu coração é vermelho, ei, ei, ei. De vermelho vive o coração..."), nasceu no festival de Parintins e agita a galera quando entoado no vozeirão do levantador de toada David Assayag.

A festa se agarra à cultura amazônica e a lendas contadas, como a do Boto ou a da Cobra-Grande. Em alguns momentos, o apresentador introduz os próximos passos. As lendas amazônicas e os rituais indígenas variam de um dia para o outro, mas há personagens que, obrigatoriamente, aparecem em todas as noites.

Assim como a rainha da bateria e a porta-estandarte no Carnaval, no festival de Parintins, o lugar de destaque cabe à Mãe Catirina, ao Pai Francisco, à Sinhazinha da Fazenda, à Cunhã-Poranga, ao Pajé e, claro, aos bois, que dançam pela arena sob o som de batuques.
Depois de três dias, uma coisa é certa, o coração vai avermelhar ou azular. Uma solução diplomática, como a do carnavalesco Joãosinho Trinta, é tornar-se um Garranchoso.

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