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04/08/2003
-
05h33
enviado especial da Folha de S.Paulo ao Pará
Historicamente a cidade mais importante da Amazônia, Belém vive uma revolução no seu perfil urbano, histórico e arquitetônico. Em 1998, houve a restauração da igreja de Santo Alexandre e a criação do Museu de Arte Sacra. Em 2000, foi inaugurada a Estação das Docas --complexo de turismo e lazer que ocupa antigos galpões do porto da cidade. No início de 2002, o Theatro da Paz foi reinaugurado após restauração. De 1878, ele será um dos palcos para encenação de óperas do festival que começa nesta quinta-feira.
No final de 2002, a repaginação da metrópole amazônica se voltou para a área onde a cidade nasceu. O projeto, batizado de Feliz Lusitânia, nome dessa região no século 17, transformou antigos prédios em espaços culturais.
Ao Forte do Presépio, marco da fundação de Belém, em 1616, às margens da baía do Guajará, foram devolvidas as formas mais próximas às das plantas antigas.
"A primeira referência é a reforma de 1697, já que na primeira construção, em 1616, o forte era de madeira e palha", explica a educadora Ana Paula Macedo Cunha.
Após a ponte do fosso, há o Museu do Encontro, sobre o forte e a ocupação da Amazônia. No circuito externo, batizado de Sítio Histórico da Fundação de Belém, há estruturas recuperadas de plantas anteriores, canhões americanos e franceses, estes utilizados na Guerra do Paraguai.
No Museu do Encontro, uma camada do solo mostra a ocupação indígena do local no século 16, com restos do que teria sido um casco de tartaruga. No espaço, há também cerâmicas, como grandes igaçabas (urnas funerárias).
O acervo conta ainda com parte do material arqueológico encontrado no forte, como as moedas criadas pelos revolucionários da Cabanagem (revolta armada da primeira metade do século 19 que levou o povo ao poder no Pará), balas de canhão, garrafas e louças.
A muralha, da segunda metade do século 19, foi derrubada, o que causou polêmica. Sobrou o Portal do Aquartelamento, deixando o espaço com vista para a baía.
Também parte do projeto Feliz Lusitânia, o novo Museu do Círio, em uma casa do século 18 contígua ao Museu de Arte Sacra, foi inaugurado no fim de 2002. O Círio de Nazaré é a maior procissão católica do Brasil, reunindo 1,5 milhão de pessoas nas ruas de Belém em outubro.
Ópera
De 7 de agosto a 4 de setembro, Belém será palco de 14 eventos artísticos --ópera, recitais de piano e canto e concertos sinfônicos-, concentrados entre o Theatro da Paz e o Feliz Lusitânia. "Paggliacci", de Leoncavallo (7,9 e 10/8), e "A Flauta Mágica", de Mozart (em 29 e 31/8 e no dia 2/9), serão algumas das óperas apresentadas. Os ingressos custam de R$ 4 a R$ 30 e podem ser adquiridos pelo telefone 0/xx/91/212-7915 ou em www.theatrodapaz.pa.gov.br.
Museu do Forte do Presépio - pça. Frei Caetano Brandão, s/nº; tel. 0/xx/91/219-1134. Entrada: R$ 2. Ter. a sex., das 10h às 18h, sáb. e dom., das 10h às 20h, e feriados, das 9h às 13h; Museu do Círio - r. Pe. Champagnat, s/nº. Entrada: R$ 2. Ter. a sex., das 13h às 18h, e sáb., dom. e feriados, das 9h às 13h. Crianças de até sete anos e adultos acima de 60 não pagam.
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AUGUSTO PINHEIROenviado especial da Folha de S.Paulo ao Pará
Historicamente a cidade mais importante da Amazônia, Belém vive uma revolução no seu perfil urbano, histórico e arquitetônico. Em 1998, houve a restauração da igreja de Santo Alexandre e a criação do Museu de Arte Sacra. Em 2000, foi inaugurada a Estação das Docas --complexo de turismo e lazer que ocupa antigos galpões do porto da cidade. No início de 2002, o Theatro da Paz foi reinaugurado após restauração. De 1878, ele será um dos palcos para encenação de óperas do festival que começa nesta quinta-feira.
No final de 2002, a repaginação da metrópole amazônica se voltou para a área onde a cidade nasceu. O projeto, batizado de Feliz Lusitânia, nome dessa região no século 17, transformou antigos prédios em espaços culturais.
Ao Forte do Presépio, marco da fundação de Belém, em 1616, às margens da baía do Guajará, foram devolvidas as formas mais próximas às das plantas antigas.
"A primeira referência é a reforma de 1697, já que na primeira construção, em 1616, o forte era de madeira e palha", explica a educadora Ana Paula Macedo Cunha.
Após a ponte do fosso, há o Museu do Encontro, sobre o forte e a ocupação da Amazônia. No circuito externo, batizado de Sítio Histórico da Fundação de Belém, há estruturas recuperadas de plantas anteriores, canhões americanos e franceses, estes utilizados na Guerra do Paraguai.
No Museu do Encontro, uma camada do solo mostra a ocupação indígena do local no século 16, com restos do que teria sido um casco de tartaruga. No espaço, há também cerâmicas, como grandes igaçabas (urnas funerárias).
O acervo conta ainda com parte do material arqueológico encontrado no forte, como as moedas criadas pelos revolucionários da Cabanagem (revolta armada da primeira metade do século 19 que levou o povo ao poder no Pará), balas de canhão, garrafas e louças.
A muralha, da segunda metade do século 19, foi derrubada, o que causou polêmica. Sobrou o Portal do Aquartelamento, deixando o espaço com vista para a baía.
Também parte do projeto Feliz Lusitânia, o novo Museu do Círio, em uma casa do século 18 contígua ao Museu de Arte Sacra, foi inaugurado no fim de 2002. O Círio de Nazaré é a maior procissão católica do Brasil, reunindo 1,5 milhão de pessoas nas ruas de Belém em outubro.
Ópera
De 7 de agosto a 4 de setembro, Belém será palco de 14 eventos artísticos --ópera, recitais de piano e canto e concertos sinfônicos-, concentrados entre o Theatro da Paz e o Feliz Lusitânia. "Paggliacci", de Leoncavallo (7,9 e 10/8), e "A Flauta Mágica", de Mozart (em 29 e 31/8 e no dia 2/9), serão algumas das óperas apresentadas. Os ingressos custam de R$ 4 a R$ 30 e podem ser adquiridos pelo telefone 0/xx/91/212-7915 ou em www.theatrodapaz.pa.gov.br.
Museu do Forte do Presépio - pça. Frei Caetano Brandão, s/nº; tel. 0/xx/91/219-1134. Entrada: R$ 2. Ter. a sex., das 10h às 18h, sáb. e dom., das 10h às 20h, e feriados, das 9h às 13h; Museu do Círio - r. Pe. Champagnat, s/nº. Entrada: R$ 2. Ter. a sex., das 13h às 18h, e sáb., dom. e feriados, das 9h às 13h. Crianças de até sete anos e adultos acima de 60 não pagam.
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