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15/09/2003
-
07h58
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
Sexta-feira, 20h. Todos em São Paulo vão para algum lugar, e o trânsito vai para as cucuias. Mas tudo bem, logo o paulistano dessa história estará no Rio de Janeiro.
Ele sai de São Paulo à 0h porque tem medo de pegar a linha Vermelha durante a madrugada.
Na estrada, a imaginação do nosso viajante o coloca passeando pelo calçadão de Copacabana. No almoço, uma feijoada completa à beira da piscina dum hotel. À tarde, chope no Bracarense nesse dia brilhante de sol carioca. A praia, o sol e o mar. O Rio é todo bossa-nova.
Eis que, quando ele chega ao seu destino, um dia cinza, chuvoso, quase igual ao que ele viu no dia anterior quando saiu de casa para ir trabalhar, lá na marginal, lá em São Paulo. Eita! Que azar.
Com seu fim de semana carioca desafiado por esse imprevisto, resta ao nosso paulista no Rio procurar programas com sotaque carioca à prova de chuva.
A caminhada pela praia é o primeiro item riscado da programação. Nosso turista faz uma boa troca: vai conhecer o Instituto Moreira Salles.
O almoço à beira da piscina já não parece mais tão atraente. Então o nosso criativo passeante descobre o Bar do Mineiro, em Santa Teresa. Um boteco estilo "copo sujo", que mantém a limpeza e ostenta, em suas paredes, uma curiosa coleção de arte. Além da comida e do ótimo cenário, um dedo de prosa com o dono vale a visita.
À tarde, o chope no Bracarense, com suas mesas pela calçada- a uma altura dessas, encharcadas com o insistente garoar-, cede lugar a uma ida ao Centro de Arte Helio Oiticica.
Mas o nosso carioca-por-uns-dias não abre mão do chope. E, ali pertinho, dá um pulo no Bar Luiz, o mais antigo ponto a vender chopes no Rio.
Com o lusco-fusco, a dúvida: cair na noite? Mas essa chuva dá uma preguiça... Não seria melhor sentar em algum lugar tranquilo e seco, ouvir música e conversar? E se esse lugar fosse também uma livraria? Seria perfeito. Então ele ruma para o Botafogo, onde fica a livraria Prefácio, ou para Ipanema, onde está a livraria da Travessa.
Para o jantar, nosso turista, que agora está acompanhado, procura um lugar aconchegante, com comida diferente e um clima de inverno. Bingo! A Polonesa. Nada combina mais com o frio do que a gastronomia da Polônia! No térreo de um prédio residencial em Copacabana, o restaurante serve uma das sobremesas mais famosas do Rio.
Após o jantar, satisfeito, ele vai dormir. Capota, tranquilo, em sua cama, sabendo que pode acordar tarde no dia seguinte, já que estará chovendo, e com a certeza de que o almoço está decidido.
É isso mesmo: o almoço do domingo não é problema. O nosso turista no Rio já tinha resolvido isso antes de sair de São Paulo. Ele vai almoçar na Casa Um, um casarão de 1896.
Depois do almoço, é hora de ir embora. E como em todas as viagens em que a chuva dá as caras, na hora de ir embora, o sol aparece. Então, o insistente turista caminha pela praia para tirar das juntas o mofo que se acumulou nesse dia e meio de chuvisco, garoa e chuva. Resolve, então, fazer uma despedida especial: pára em uma casa de sucos e pede o seu sabor favorito: suco de fruta-de-conde. Branquinho, com uma leve textura de frapê, doce e azedo, o suco é a despedida do paulista depois do fim de semana carioca.
Mais cinco horas, e o nosso companheiro de viagem estará de volta à verdadeira terra da garoa, que, para o azar dele, pode estar naqueles dias de calor e de inversão térmica.
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HELOISA LUPINACCIda Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
Sexta-feira, 20h. Todos em São Paulo vão para algum lugar, e o trânsito vai para as cucuias. Mas tudo bem, logo o paulistano dessa história estará no Rio de Janeiro.
Ele sai de São Paulo à 0h porque tem medo de pegar a linha Vermelha durante a madrugada.
Na estrada, a imaginação do nosso viajante o coloca passeando pelo calçadão de Copacabana. No almoço, uma feijoada completa à beira da piscina dum hotel. À tarde, chope no Bracarense nesse dia brilhante de sol carioca. A praia, o sol e o mar. O Rio é todo bossa-nova.
Eis que, quando ele chega ao seu destino, um dia cinza, chuvoso, quase igual ao que ele viu no dia anterior quando saiu de casa para ir trabalhar, lá na marginal, lá em São Paulo. Eita! Que azar.
Com seu fim de semana carioca desafiado por esse imprevisto, resta ao nosso paulista no Rio procurar programas com sotaque carioca à prova de chuva.
A caminhada pela praia é o primeiro item riscado da programação. Nosso turista faz uma boa troca: vai conhecer o Instituto Moreira Salles.
O almoço à beira da piscina já não parece mais tão atraente. Então o nosso criativo passeante descobre o Bar do Mineiro, em Santa Teresa. Um boteco estilo "copo sujo", que mantém a limpeza e ostenta, em suas paredes, uma curiosa coleção de arte. Além da comida e do ótimo cenário, um dedo de prosa com o dono vale a visita.
À tarde, o chope no Bracarense, com suas mesas pela calçada- a uma altura dessas, encharcadas com o insistente garoar-, cede lugar a uma ida ao Centro de Arte Helio Oiticica.
Mas o nosso carioca-por-uns-dias não abre mão do chope. E, ali pertinho, dá um pulo no Bar Luiz, o mais antigo ponto a vender chopes no Rio.
Com o lusco-fusco, a dúvida: cair na noite? Mas essa chuva dá uma preguiça... Não seria melhor sentar em algum lugar tranquilo e seco, ouvir música e conversar? E se esse lugar fosse também uma livraria? Seria perfeito. Então ele ruma para o Botafogo, onde fica a livraria Prefácio, ou para Ipanema, onde está a livraria da Travessa.
Para o jantar, nosso turista, que agora está acompanhado, procura um lugar aconchegante, com comida diferente e um clima de inverno. Bingo! A Polonesa. Nada combina mais com o frio do que a gastronomia da Polônia! No térreo de um prédio residencial em Copacabana, o restaurante serve uma das sobremesas mais famosas do Rio.
Após o jantar, satisfeito, ele vai dormir. Capota, tranquilo, em sua cama, sabendo que pode acordar tarde no dia seguinte, já que estará chovendo, e com a certeza de que o almoço está decidido.
É isso mesmo: o almoço do domingo não é problema. O nosso turista no Rio já tinha resolvido isso antes de sair de São Paulo. Ele vai almoçar na Casa Um, um casarão de 1896.
Depois do almoço, é hora de ir embora. E como em todas as viagens em que a chuva dá as caras, na hora de ir embora, o sol aparece. Então, o insistente turista caminha pela praia para tirar das juntas o mofo que se acumulou nesse dia e meio de chuvisco, garoa e chuva. Resolve, então, fazer uma despedida especial: pára em uma casa de sucos e pede o seu sabor favorito: suco de fruta-de-conde. Branquinho, com uma leve textura de frapê, doce e azedo, o suco é a despedida do paulista depois do fim de semana carioca.
Mais cinco horas, e o nosso companheiro de viagem estará de volta à verdadeira terra da garoa, que, para o azar dele, pode estar naqueles dias de calor e de inversão térmica.
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