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22/09/2003 - 03h06

Caminhos em Mendoza ajudam a decifrar gosto da uva

JULIO ABRAMCZYK
da Folha de S.Paulo, enviado especial ao Chile e à Argentina

É complicado para um leigo se deparar com nomes de castas de uvas --Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot--, a partir das quais são produzidos os vinhos, e saber precisamente detalhes de cada uma delas. Mas circular pelos caminhos do vinho da Província argentina de Mendoza poderá ajudá-lo a "trazer" na bagagem um pouco do legado de Baco.

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Gaivotas pegam bolachas da mão de turista no barco sobre o lago Blest, entre Chile e Argentina

Distante 1.099 km de Buenos Aires e 402 km de Santiago do Chile, a Província de Mendoza produz cerca de 70% dos vinhos argentinos.

A bebida mendocina é de ótima qualidade, e a explicação para isso é que, embora chova pouco na região, lá existe água em abundância, e a irrigação torna possível controlar o vigor e a qualidade do cacho de uva.

Para o turista, o passeio por uma das mais de 700 vinícolas da região e a degustação dos vinhos locais são aulas práticas sobre sua forma de preparo, seus aromas e variedades e, principalmente, de que o vinho é alcoólico.

Vale

Algumas vinícolas, como a Catena Zapata, no vale de Uco, estão entre 900 e 1.200 metros acima do nível do mar; outras, ao sul da cidade, ficam a 750 m de altitude.

Um bom passeio a 70 km de Mendoza, capital da Província, é a ir ao vale de Uco, no município de Tupungato, fundado há 145 anos (www.tupungato.mendoza.gov.ar). Lá, degustam-se bons vinhos, como os da vinícola Salentein, e dá para voltar no mesmo dia para Mendoza. Ou, então, ficar por lá, em hotéis da região.

Segundo Laureano Gomez, enólogo da Salentein, as condições climáticas nos altos vinhedos da "bodega" (nome em espanhol para vinícola) são ideais para varietais como Merlot.

As condições térmicas locais facilitam a produção de uma uva com casca mais grossa, que irá produzir um vinho com mais cor e aroma. A água pura do degelo da montanha é praticamente uma água mineral. A irrigação é realizada por gotejamento nos parreirais e por aspersão.

Como é realizado o controle de quantidade de água e de tempo de irrigação, o pH da uva é reduzido, fazendo surgir um vinho mais ácido, com coloração e boa capacidade para envelhecimento, explica o enólogo.

Os vinhos da Salentein provêm de três "fincas" (fazendas): El Portillo, La Pampa e San Pablo, situadas em altitudes e com solos e orientações diferentes.

Na vinícola Salentein, também está sendo construído um centro de conferências, o Bodegas Salentein Cultural Center, com auditório, galeria de arte, restaurante e uma loja de vinhos.

A vinícola Catena Zapata é uma das mais conceituadas da região. Não só pelo seu volume de exportação, mas pela qualidade de sua produção. Um de seus principais vinhos, o Catena Cabernet Sauvignon 2001 tem estrutura tânica, paladar suave, frutuoso a cassis.

Já o Catena Malbec, com maceração de 32 dias, pode durar de 15 a 20 anos, mas nada impede de ele ser usufruído antes disso. Os taninos são doces e suaves.

Aventura

Além das vinícolas, o turista pode se divertir fotografando a fauna local, fazer trekking, praticar alpinismo ou passear a cavalo.

Também a partir de Mendoza há passeios para a cordilheira dos Andes. Com veículos de tração nas quatro rodas, a Wsay Out Adventure (www.snownet.com.ar) leva o turista aventureiro para El Cordón del Plata, a 6.310 m de altitude, ao vulcão Tupungato, com imponentes 6.580 metros, e ainda ao centro de esqui Vallecitos e a várias fazendas na base da cordilheira. O passeio termina com um churrasco à beira do rio Mendoza.

Julio Abramczyk viajou a convite da rede de hotéis Hyatt e da companhia aérea LanChile

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