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13/10/2003 - 06h45

Cuzco era umbigo do mundo para povo andino

do enviado especial da Folha de S.Paulo ao Peru

Muito antes dos incas, a região de Cuzco era chamada de Qospo, que significa umbigo do mundo. Uma das lendas mais populares, difundida a partir de crônicas de Garcilaso de La Veja, conta a história do casal indígena Manco Cápac e Mama Oclloque. Os dois teriam emergido do lago Titicaca, subido a cordilheira e fundado Cuzco. O povoado teria aprendido a cultivar a terra com o casal.

Não se sabe ao certo quando os incas se fixaram ali, mas as primeiras construções da civilização surgiram a partir do século 8º. O apogeu do império se deu entre 1438 e 1532, até a chegada dos espanhóis, que, em nome da conquista da região, destruíram parte do que encontraram e, no vazio, ergueram prédios nos estilos barroco e renascentista. Em 21 de maio de 1950, um terremoto destruiu a maior parte da cidade, reconstruída mais tarde com as mesmas características.

A praça central de Cuzco foi cenário de diversos acontecimentos-chave na história local. Todo ano, é palco da Inti Raymi, cerimônia de adoração ao Sol, o astro endeusado pelos incas.

A festa contrapõe um fato histórico perturbador. Foi ali que o espanhol Francisco Pizarro proclamou a conquista de Cuzco, após vencer Túpac Amaro, último ponto da resistência indígena.

No meio está a catedral, construída entre 1560 e 1664, com grandes blocos de pedra avermelhadas, extraídos da fortaleza inca de Sacsayhuamán.

Um dos lugares mais pitorescos de Cuzco é o bairro de San Blas. As ruas estreitas têm construções incaicas e acolhem artesãos, que elegeram a praça de uma das igrejas mais antigas de Cuzco, erguida em 1563, como santuário para mostrar a cultura local.

A perfeição do trabalho inca tornou a rua Hatun Rumiyoc a mais procurada e conhecida em Cuzco. O motivo é um muro. Claro que não um muro qualquer, mas uma obra-prima de pedras gigantescas, milimetricamente recortadas. O encaixe é perfeito. Um desafio à imaginação do leigo e ao conhecimento do mais ousado engenheiro ou arquiteto.

O convento de Santo Domingo transpira a tradição incaica de adoração ao Sol. Ele é ladeado por muros que, na época, eram cobertos por lâminas de ouro e polidos diariamente. Pinturas da escola cuzquenha ficam em exposição permanente no local.

Fora da cidade

As estradas são boas, e qualquer passeio vale pelo visual do alto dos Andes. Em Pisac, a 33 km de Cuzco, os moradores usam as vestes coloridas como forma de perpetuar a tradição dos antepassados. O mercado dominical atrai milhares de visitantes que, entre a compra de um artesanato e outro, são convidados a conhecer as ervas usadas para chás e temperos.

Na igreja pode-se ver uma missa em quéchua, o idioma local.

A 20 minutos de Pisac fica a fortaleza de Sacsayhuamán, um exemplar da arquitetura inca militar. Construída para resguardar a cidade de invasores, ela chama a atenção pela sobreposição de pedras de até cinco metros de altura e 350 toneladas, que formam as muralhas. A 5 km de Cuzco fica a cidade de Tumpumachay, usada pelos incas para a realização de cultos às águas. A canalização, preservada, foi feita em pedras pelos incas. A água na região é pura e ao prová-la deve-se fazer um pedido aos deuses.

O vale Sagrado do incas, assim considerado devido à fertilidade da terra, foi transformado no centro agrícola dessa civilização. O local fica no vale do rio Urubamba, a uma hora de Cuzco. O rio corta toda a região. Ainda há plantações de milho nessa área.

Deixando um pouco a altitude, a 2.800 metros do nível do mar, está o sítio arqueológico de Ollantaytambo, um dos complexos mais bem conservados da região. São 15 mansões levantadas sobre muros de pedras que rodeiam o templo do Sol e o palácio Real.

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