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27/10/2003
-
05h35
da Folha de S.Paulo, em Abrolhos (BA)
Um pouco de sorte, colaboração de são Pedro e um olhar atento. Infelizmente não é sempre que se consegue ver as já famosas baleias jubartes do parque nacional de Abrolhos. Vale a pena reservar os passeios de barco com antecedência, pois suas saídas dependem do número de interessados e do tempo. Ao subir na lancha, não pode faltar na bagagem de mão uma câmera devidamente preparada.
Fazia sol, e o protetor solar parecia não mais fazer efeito. Um casal de paulistas comemorava que, após quase seis anos de tentativas insistentes, finalmente conseguia embarcar no passeio. Tudo tem que ajudar: as estradas, o tempo, o mar, as embarcações e, claro, a agenda das baleias.
Um garotinho que viajava com a família quebrou o silêncio daqueles que aproveitavam para pegar uma cor: "Pai, eu vi!".
Virei a cabeça para o lado desacreditado. Firmei os olhos míopes e vi, ao longe, um pequeno jato d'água que poderia tanto ser o resultado da água batendo contra uma pedra qualquer ou, na melhor das opções, um pássaro mergulhando para buscar a sua comida fresca na superfície do mar.
Que nada, era a dita cuja! Por reflexo, destampei a lente da câmera e "clique". Uma foto. "Clique". Duas fotos. "Clique". Três, para garantir. Nessas horas faz muita falta uma lente teleobjetiva.
Não deu tempo de tampar novamente a câmera. Na direção oposta, uma outra bichona levantou o rabo e fez aquela que é a marca registrada das jubartes: balançou a cauda para frente, para trás e voltou a mergulhar.
Em poucos minutos, a tripulação de uma dúzia de turistas já estava toda com as suas máquinas fotográficas na mão buscando a melhor imagem que pudesse representar aquele momento único de interação com o animal.
Minutos depois, o timoneiro baixaria a marcha da lancha e, silenciosa, uma outra jubarte nadaria por debaixo da embarcação. Com seus quase 15 metros, poderia ter chacoalhado a lancha com violência, mas, jubartes, meu amigo, têm sua elegância.
O passeio prosseguiu, e os passageiros desceram na ilha de Siriba, literalmente tomada pelos atobás. Tranquilos, chocando e protegendo os filhotes. Tempo para o mergulho. Uma tartaruga, submersa, posava para fotos.
No trajeto de volta, de quase três horas de duração, casais, exemplares únicos e filhotes de baleias acompanhavam o barco a uns cem metros de distância (sim, um binóculo teria sido uma ótima idéia). Cerca de 1.600 exemplares do cetáceo migram da Antártida todo o ano para a costa brasileira.
Fora alguns contratempos com o motor do barco, passageiros chegaram a terra firme quando o sol já se punha, embora ele tenha deixado lembranças ardidas na pele de cada um.
E eu, com os meus 26 fotogramas batidos --que, depois, descobri praticamente inidentificáveis--, só me lembrava mesmo era das benditas baleias.
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Entrosamento com jubartes depende de sorte e de são Pedro
DIEGO ASSISda Folha de S.Paulo, em Abrolhos (BA)
Um pouco de sorte, colaboração de são Pedro e um olhar atento. Infelizmente não é sempre que se consegue ver as já famosas baleias jubartes do parque nacional de Abrolhos. Vale a pena reservar os passeios de barco com antecedência, pois suas saídas dependem do número de interessados e do tempo. Ao subir na lancha, não pode faltar na bagagem de mão uma câmera devidamente preparada.
Fazia sol, e o protetor solar parecia não mais fazer efeito. Um casal de paulistas comemorava que, após quase seis anos de tentativas insistentes, finalmente conseguia embarcar no passeio. Tudo tem que ajudar: as estradas, o tempo, o mar, as embarcações e, claro, a agenda das baleias.
Um garotinho que viajava com a família quebrou o silêncio daqueles que aproveitavam para pegar uma cor: "Pai, eu vi!".
Virei a cabeça para o lado desacreditado. Firmei os olhos míopes e vi, ao longe, um pequeno jato d'água que poderia tanto ser o resultado da água batendo contra uma pedra qualquer ou, na melhor das opções, um pássaro mergulhando para buscar a sua comida fresca na superfície do mar.
Que nada, era a dita cuja! Por reflexo, destampei a lente da câmera e "clique". Uma foto. "Clique". Duas fotos. "Clique". Três, para garantir. Nessas horas faz muita falta uma lente teleobjetiva.
Não deu tempo de tampar novamente a câmera. Na direção oposta, uma outra bichona levantou o rabo e fez aquela que é a marca registrada das jubartes: balançou a cauda para frente, para trás e voltou a mergulhar.
Em poucos minutos, a tripulação de uma dúzia de turistas já estava toda com as suas máquinas fotográficas na mão buscando a melhor imagem que pudesse representar aquele momento único de interação com o animal.
Minutos depois, o timoneiro baixaria a marcha da lancha e, silenciosa, uma outra jubarte nadaria por debaixo da embarcação. Com seus quase 15 metros, poderia ter chacoalhado a lancha com violência, mas, jubartes, meu amigo, têm sua elegância.
O passeio prosseguiu, e os passageiros desceram na ilha de Siriba, literalmente tomada pelos atobás. Tranquilos, chocando e protegendo os filhotes. Tempo para o mergulho. Uma tartaruga, submersa, posava para fotos.
No trajeto de volta, de quase três horas de duração, casais, exemplares únicos e filhotes de baleias acompanhavam o barco a uns cem metros de distância (sim, um binóculo teria sido uma ótima idéia). Cerca de 1.600 exemplares do cetáceo migram da Antártida todo o ano para a costa brasileira.
Fora alguns contratempos com o motor do barco, passageiros chegaram a terra firme quando o sol já se punha, embora ele tenha deixado lembranças ardidas na pele de cada um.
E eu, com os meus 26 fotogramas batidos --que, depois, descobri praticamente inidentificáveis--, só me lembrava mesmo era das benditas baleias.
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