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24/11/2003 - 05h22

Sensualidade do hula não macula postura de nativas

do enviado especial da Folha de S.Paulo à Polinésia Francesa

O nariz é largo, mas não excessivamente. A pele lisa é morena, de uma cor caramelada, sem apresentar traços do negro africano ou do aborígene.

Cabelos negros de fio grosso, quase sempre encrespados, emolduram os traços exóticos. Os olhos, levemente puxados. O rosto polinésio, na maioria da população, tem algo de indígena e de asiático. Segundo dados do censo de 2003, 78% da população é de origem polinésia, há 6% de franceses locais, 4% de franceses e 12% de chineses.

As mulheres são discretas e delicadas. Expressam-se com os grandes olhos negros e as mãos. Têm uma dignidade bonita no andar. Mesmo dançando o hula-hula, a sensualidade do quadril em movimento nunca macula a postura correta da cabeça bem colocada sobre a espinha ereta e os ombros abertos. Em qualquer circunstância, enfeitam o cabelo com arranjos florais.

Já os homens expressam uma autoconfiança natural. São fortes e movimentam-se com gestos amplos e seguros. Os magros são raros. Os polinésios parecem estar constantemente sorrindo. Simpáticos, expansivos e interessados em conversar, contar uma história, aprender uma nova palavra e rir, eles mantêm o senso de humor sempre atento.

A imagem de nativos com flor na orelha e roupas estampadas corresponde, em grande parte, à realidade. Quase não se vêem tecidos sem desenhos. A vestimenta mais relacionada ao polinésio é o pareô, uma canga com desenhos em cores fortes que homens e mulheres usam em torno da cintura. Os chinelos Havaianas estão por toda parte.

Todos usam tatuagem, tradição ancestral que se espalhou pelas ilhas.

Fazem grandes, mas delicados desenhos geométricos nas pernas, nos braços
e nas costas. Antigamente, era possível identificar por meio dessas
figuras a origem e o nível social da pessoa. Poucos tatuadores ainda trabalham da forma original, com um bastonete de osso humano ou de tubarão que, molhado em tinta, é martelado repetidas vezes na pele, como o cinzel de um escultor.

"O polinésio não precisa de muito para viver. Você viu o que nós precisamos para sermos felizes", diz o guia, referindo-se aos numerosos piqueniques.

As famílias polinésias são numerosas e nos finais de semana costumam dirigir-se para as praias ou para o centro das ilhas, seguindo os cursos de água, em busca das cachoeiras. É comum usarem óleo de coco sob o Sol.

No chão de terra, cozinham o almoço em panelas metálicas. "Não temos indústrias, não produzimos riquezas. Quem paga a construção de nossas estradas são vocês, turistas. Por isso todo polinésio trata bem o turista."

Cerca de 40 ilhas da Polinésia permanecem inabitadas. O governo dificulta a migração para lá.

O ensino é garantido pelo Estado --98% da população é alfabetizada- e há uma única universidade na capital, mas alguns nativos se queixam do curto leque de opções para fazer o terceiro grau.

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