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18/12/2007 - 08h09

Desde o século 19, Biarritz é ímã de elites

da Folha de S.Paulo

Em 1855, a espanhola Eugênia de Montijo ganhou do marido, o imperador Napoleão 3º, um palácio voltado para o mar.

Desde então, Biarritz, onde foi erguido o mimo, tem sido ponto de encontro da nobreza européia, de famosos e de turistas de todo o mundo, que desfilam pelas ruas tranqüilas aproveitando a beleza natural e as tradições que surgiram da convivência entre franceses e espanhóis, além de gastar nos cassinos locais.

Biarritz fica a pouco menos de uma hora da divisa com a Espanha, na porção francesa do País Basco.

Areia fina e águas tranqüilas caracterizam as sete praias mais atraentes da cidade. Algumas enseadas acalmam o movimento do mar nas praias com infra-estrutura para turistas.

Circuito do surfe mundial, Biarritz se apresenta como uma cidade descolada. O comércio é diversificado, mas a concorrência gira mesmo em torno de produtos da moda.

O gosto pela tradição se mostra ao pé da letra nas lojas de guloseimas, que oferecem irresistíveis doces e chocolates.

Quando a noite cai, a tranqüilidade se recolhe, e Biarritz ferve. A paisagem é ofuscada pela iluminação dos bares, o frenesi de festas e o som das máquinas e apostadores dos cassinos.

Flashback

Antes dos banhistas, eram as baleias que invadiam as águas calmas da enseada de Biarritz. Estamos na Idade Média. O local é um pequeno porto habitado por nativos craques no manuseio de arpões. Até o século 17, os arpões era usados na matança de baleias, principal sustento dos pescadores.

Eles vendiam o óleo do animal, usado como combustível e liga para construções. Os ossos iam para a confecção de cercas e móveis e parte da carne era usada em receitas da região.
Um documento de 1609 relata com indignidade o que aparentemente teria sido um dos primeiros processos de transformação da até então pacata Biarritz.

O documento, escrito por um observador, classifica como indecorosos os acontecimentos testemunhados: "Uma desordem de meninas e jovens pescadores que se pode ver pelas praias, vestindo apenas umas blusas e se divertindo sobre as ondas".

Mas foi no começo de 1800 que a cidade começou a ganhar notoriedade. Um dos primeiros grandes nomes a freqüentar Biarritz, o escritor Victor Hugo (1802-1885), escreveu em 1843: "É um povoado branco, de telhados vermelhos e janelas verdes, construído sobre um pequeno monte gramado".

Como que prevendo o futuro, Hugo registrou mais tarde o temor de que o local pudesse se converter em um lugar da moda. "Esse dia chegará logo", vaticinou o escritor e poeta.

Onze anos mais tarde, o imperador Napoleão 3º deu início à construção de sua residência de verão, o palácio que seria presenteado a sua mulher para que ela pudesse ouvir o som das ondas, desfrutar da beleza da paisagem e também dos benefícios do clima.

Guiada pela curiosidade ou talvez pela inveja, parte da realeza européia acabou seguindo os passos do imperador, descobrindo o povoado. Construíram palacetes ali os reis da Bélgica, de Portugal e da Espanha, além de príncipes russos, poloneses e lordes ingleses. Biarritz mudou radicalmente.

Mas muito ainda estava por vir. No século 20, a cidade teve de dar espaço a cassinos e casas de espetáculos. Mesmo depois da Segunda Guerra, Biarritz continuou atraindo a elite de várias partes do mundo, além de estrelas do cinema. Rita Hayworth, Frank Sinatra, Gary Cooper e Bing Crosby eram figurinhas carimbadas. Hoje muitos ainda são lembrados e homenageados, com seus nomes batizando quartos de hotéis.

 

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