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19/01/2004
-
03h55
Pequenas (ou nem tão pequenas assim) e inusitadas doses de arte se espalham por toda a Buenos Aires para além dos bambambãs MNBA e Malba: uma flor gigante que reluz, aberta, durante o dia e se fecha à noite; uma torre doada pelos ingleses no coração da capital argentina e ao lado de um monumento aos mortos na Guerra das Malvinas; uma luxuosa casa neocolonial dos anos 1920 que abriga uma importante coleção de arte e decoração colonial.
No meio da praça das Nações Unidas, junto à movimentada avenida Figueroa Alcorta, um extenso gramado verde, montes de passeadores de cachorro (que os portenhos se gabam de ter "inventado") e pessoas fazendo jogging ganharam uma companhia inusitada: a "Floralis Genérica", escultura que o arquiteto Eduardo Catalano doou à cidade em 2002 --estima-se que tenha custado cerca de US$ 5 milhões, patrocinados por uma empresa .
A obra pode ser apreciada ao abrir suas "pétalas", durante o dia, ou quando se fecha, à noite, refletindo luzes --também emperra em algumas ocasiões.
Porém a observação acaba sendo mais curiosa a bordo de um táxi. Alguns motoristas expressam uma mistura de deboche e mágoa diante de um presente tão caro e, vá lá, "inútil", a uma cidade que ainda engatinhava para sair de uma das crises mais graves por que passou.
História recente e passada também rondam a torre dos Ingleses, no bairro Retiro, na praça Fuerza Aérea Argentina --o nome anterior, Britania, foi mudado por causa da Guerra das Malvinas--, lugar freqüentado tanto por namorados quanto pelos "piqueteros" das seis da tarde.
A torre dos Ingleses é daqueles locais que suscitam dúvidas como "será que pode entrar?". Pode. E ainda há lá dentro uma boa recepção. A construção, que hoje abriga mostras temporárias de artistas contemporâneos, foi inaugurada em 1916 e oferece, em um de seus oito andares, documentos e fotos sobre sua edificação.
A também chamada torre Monumental recebe os visitantes com guias. Na "happy hour", a atenção ganha o reforço de cervejas Quilmes num tanque de gelo.
A poucos metros dali, na rua Suipacha, o Museu de Arte Hispano-Americana Isaac Fernández ecoa as polêmicas de outrora.
Por apenas um peso, mostra a arte produzida desde o início da colonização espanhola e portuguesa. Obras de arte e objetos decorativos, tapeçaria, artigos religiosos e suas famosas pratarias ilustram um pouco da movimentada história da América do Sul.
Esculturas de madeira provenientes das missões jesuítas, pinturas andinas e mobiliário com ornamentos derivados do barroco e do rococó vindos do Brasil ocupam os espaços do solar dos anos 20 projetado pelo arquiteto Martín Noel (1888-1963), com jardins de inspiração espanhola.
A construção chama a atenção de quem passa na avenida Libertador, pois destoa tanto da estética inglesa do conjunto rodoferroviário, de um lado, quanto dos suntuosos prédios, do outro.
Museus - Torre dos Ingleses: praça Fuerza Aérea Argentina (em frente à Estación Retiro); tel. 00/xx/54/11/4311-0186; Museu de Arte Hispanoamericano Isaac Fernández Blanco: Suipacha, 1.422; 0/ xx/ 54/11/4327-0272; aberto de terça a domingo, das 14h às 19h.
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Minidoses de arte florescem pela cidade
da enviada especial da Folha de S.Paulo a Buenos AiresPequenas (ou nem tão pequenas assim) e inusitadas doses de arte se espalham por toda a Buenos Aires para além dos bambambãs MNBA e Malba: uma flor gigante que reluz, aberta, durante o dia e se fecha à noite; uma torre doada pelos ingleses no coração da capital argentina e ao lado de um monumento aos mortos na Guerra das Malvinas; uma luxuosa casa neocolonial dos anos 1920 que abriga uma importante coleção de arte e decoração colonial.
No meio da praça das Nações Unidas, junto à movimentada avenida Figueroa Alcorta, um extenso gramado verde, montes de passeadores de cachorro (que os portenhos se gabam de ter "inventado") e pessoas fazendo jogging ganharam uma companhia inusitada: a "Floralis Genérica", escultura que o arquiteto Eduardo Catalano doou à cidade em 2002 --estima-se que tenha custado cerca de US$ 5 milhões, patrocinados por uma empresa .
A obra pode ser apreciada ao abrir suas "pétalas", durante o dia, ou quando se fecha, à noite, refletindo luzes --também emperra em algumas ocasiões.
Porém a observação acaba sendo mais curiosa a bordo de um táxi. Alguns motoristas expressam uma mistura de deboche e mágoa diante de um presente tão caro e, vá lá, "inútil", a uma cidade que ainda engatinhava para sair de uma das crises mais graves por que passou.
História recente e passada também rondam a torre dos Ingleses, no bairro Retiro, na praça Fuerza Aérea Argentina --o nome anterior, Britania, foi mudado por causa da Guerra das Malvinas--, lugar freqüentado tanto por namorados quanto pelos "piqueteros" das seis da tarde.
A torre dos Ingleses é daqueles locais que suscitam dúvidas como "será que pode entrar?". Pode. E ainda há lá dentro uma boa recepção. A construção, que hoje abriga mostras temporárias de artistas contemporâneos, foi inaugurada em 1916 e oferece, em um de seus oito andares, documentos e fotos sobre sua edificação.
A também chamada torre Monumental recebe os visitantes com guias. Na "happy hour", a atenção ganha o reforço de cervejas Quilmes num tanque de gelo.
A poucos metros dali, na rua Suipacha, o Museu de Arte Hispano-Americana Isaac Fernández ecoa as polêmicas de outrora.
Por apenas um peso, mostra a arte produzida desde o início da colonização espanhola e portuguesa. Obras de arte e objetos decorativos, tapeçaria, artigos religiosos e suas famosas pratarias ilustram um pouco da movimentada história da América do Sul.
Esculturas de madeira provenientes das missões jesuítas, pinturas andinas e mobiliário com ornamentos derivados do barroco e do rococó vindos do Brasil ocupam os espaços do solar dos anos 20 projetado pelo arquiteto Martín Noel (1888-1963), com jardins de inspiração espanhola.
A construção chama a atenção de quem passa na avenida Libertador, pois destoa tanto da estética inglesa do conjunto rodoferroviário, de um lado, quanto dos suntuosos prédios, do outro.
Museus - Torre dos Ingleses: praça Fuerza Aérea Argentina (em frente à Estación Retiro); tel. 00/xx/54/11/4311-0186; Museu de Arte Hispanoamericano Isaac Fernández Blanco: Suipacha, 1.422; 0/ xx/ 54/11/4327-0272; aberto de terça a domingo, das 14h às 19h.
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