26/01/2004 - 04h30

Estrada precária distancia pedra Grande

da enviada especial da Folha de S.Paulo a Atibaia (SP)

Montanhas azuladas, salpicadas por asas-deltas coloridas. Essa é a imagem que o turista forma na sua cabeça ao ler sobre a pedra Grande em guias e sites, porém estes não costumam mencionar o vento gelado do topo da formação rochosa nos dias frescos nem a precariedade da sua estrada.

Mesmo a falta dos pontinhos coloridos no céu não chega a borrar tanto a beleza da paisagem, embora os dias claros revelem, prometem os guias e os sites, as cidades de Bragança Paulista, Piracaia, Nazaré, Bom Jesus dos Perdões, Jundiaí e até São Paulo.

Caso o sol não esteja brilhando, o visitante deve, antes de sair do hotel, avaliar sua disposição em enfrentar uma estrada de terra esburacada com o risco de não usufruir tudo o que a vista pode exibir ou pelo menos se agasalhar bem para não levar de brinde uma pontual dor de ouvido.

As dificuldades para atingir a montanha já começam na via Dom Pedro 1º, cuja sinalização confunde alguns, fazendo-os pegar retorno duas vezes antes de achar a estrada de terra correta.

No caminho, o motorista não deve desviar o olhar das inúmeras pedras e dos constantes buracos, mas os passageiros podem reparar na vizinhança, que às vezes tem coisas interessantes a oferecer. Caso da pequena e familiar hípica Laredo (www.hipicalaredo.kit.net; tel. 0/xx/11/4413-1012), logo no início do percurso.

As baias para aluguel guardam reluzentes cavalos, pôneis e até um potrinho de poucos dias ainda mamando na teta da égua. Um dos proprietários, Edinilson dos Matos, exibe as habilidades do seu cavalo Amonet, que ajoelha, marcha e mantém-se dócil quando o proprietário põe em seu lombo por alguns instantes uma criança de dois anos.

Ali as aulas básicas de equitação custam R$ 150 por mês (oito aulas), as avulsas, R$ 25, e os passeios a cavalo, com guia, saem por R$ 20 por uma hora.

Também no trajeto à pedra Grande, os integrantes do automóvel vêm do alto uma piscina rodeada por um lago com caiaque. Trata-se da Eco Pousada Pedra Grande
(www.ecopousadapedragrande.com.br), que suscita nos ansiosos viajantes um desejo de descansar naquele recanto bucólico. Quem chega cedo pode pagar R$ 48 (adulto) para passar ali o dia, com direto a café, almoço e participação nas caminhadas guiadas.

A partir daí ainda há pela frente vários quilos de pó. De repente surge uma placa com a inscrição: "A direita 300 m Pedra Grande (sic)". Calma, ainda não estamos tão perto e só na volta dá para decifrar o aviso: que dali a 300 m é preciso virar a direita. Do mencionado ponto, restam 2.200 m.

Os sedentários se cansam ainda mais ao se deparar com esportistas que percorrem o trajeto a pé. Aliás, este pode ser o fim dos ocupantes de carros pouco potentes, com dificuldade para subir os trechos radicais. Muitos recuam várias vezes para buscar impulso nas áreas mais íngremes.

Após tantos percalços, chega-se finalmente ao megabelvedere, após mais de 10 km de chão batido. A paisagem fica ainda mais charmosa quando serve de pano de fundo para ciclistas e um casal de mochileiros acompanhado de seu filhote de labrador.

Já as crias dos turistas não devem soltar as mãos dos seus pais principalmente nos trechos íngremes do imenso chão rochoso. Para proteger os pequenos mais travessos, uma alternativa é distraí-lo com um pastel (R$ 2) ou um caldo de cana (R$ 1,50) à venda num trailer dependurado no alto do morro.

Leia mais

Atibaia celebra a uva até domingo

Rodovia Fernão Dias exige cuidado

"Atubaia" significa "água agradável ao paladar"

Resgate evidencia segurança de arvorismo

Estação Parque vai oferecer um circuito de arvorismo

Arvorismo surgiu na Costa Rica

Trike é frágil, mas voa com galhardia

Atibaia tem parque hoteleiro democrático

Pacotes por casal, com pensão completa

Prefeitura de Atibaia culpa chuvas de verão e planeja obras

Especial

Veja galeria de fotos de Atibaia