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01/03/2004
-
03h05
Quando os primeiros açorianos chegaram ao local onde nasceria Porto Alegre, logo batizado de Porto dos Casais, há 232 anos, a capital do Rio Grande do Sul era Viamão --hoje parte da região metropolitana da capital gaúcha.
A cidade está umbilicalmente ligada ao rio Guaíba, um estuário que forma a lagoa dos Patos, também chamado de delta do Jacuí, que ocupa 210 km2 no encontro dos rios Sinos, Jacuí e Gravataí com o lago Guaíba.
Essa região encerra 30 ilhas entrecortadas por canais e, em 1979, foi declarada parque estadual.
Envolta em brumas, a história da capital gaúcha e do Rio Grande do Sul remontam ao tempo em que a região era habitada por caçadores nômades, conhecidos apenas por traços arqueológicos deixados há mais de 3.000 anos.
Segundo os mesmos estudos, esses nativos foram exterminados há 2.000 anos, quando os índios tupis-guaranis chegaram ao sul vindos do norte do Brasil.
Já no século 17, época em que os bandeirantes chegaram à região das Missões, alguns tupis-guaranis foram aculturados, com vistas à escravização, outros fugiram.
Nesse conflito, muitos dos eqüinos que haviam sido levados à região pelos portugueses e pelos espanhóis escaparam, originando tropas de animais criados à solta.
Cobiçados, os cavalos atraíram a atenção do lusitano Jerônimo de Ornellas, que lá chegou em 1740.
Pouco depois, em 1753, desembarcaram na área onde Porto Alegre foi fundada 60 casais vindos do arquipélago dos Açores.
O resto é história bem contada: os açorianos construíram às margens do rio Guaíba um acampamento que evoluiu para a condição de cidade, inicialmente chamada de Porto dos Casais.
Dez anos depois da chegada dos açorianos, em 1763, foi a vez dos castelhanos vindos do sul tomarem a então Província de São Pedro, marcando indelevelmente a cultura e o sotaque locais.
Apenas em 1772 Porto Alegre foi oficialmente fundada, passando da condição de povoado de poucas almas para a de vila.
Formalmente, o nome da cidade que deu origem à capital gaúcha deixou de ser São Francisco do Porto dos Casais e passou a ser Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre. Quando o Brasil declarou sua independência de Portugal, em 1822, Porto Alegre virou capital da Província.
Celeiro de talentos, a cidade foi berço, ao longo de sua história, de personalidades de raro talento, como os artistas plásticos Vasco Prado e Iberê Camargo e os músicos Lupicínio Rodrigues e Elis Regina. Na literatura, Erico Verissimo, pai de Luis Fernando Verissimo, descobriu Mário Quintana, aliás, nascido em Alegrete. Mas há ainda Moacyr Scliar, autor de 53 livros e membro da Academia Brasileira de Letras.
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Rotas fluviais originaram Porto Alegre
enviado especial da Folha de S.Paulo a Porto AlegreQuando os primeiros açorianos chegaram ao local onde nasceria Porto Alegre, logo batizado de Porto dos Casais, há 232 anos, a capital do Rio Grande do Sul era Viamão --hoje parte da região metropolitana da capital gaúcha.
A cidade está umbilicalmente ligada ao rio Guaíba, um estuário que forma a lagoa dos Patos, também chamado de delta do Jacuí, que ocupa 210 km2 no encontro dos rios Sinos, Jacuí e Gravataí com o lago Guaíba.
Essa região encerra 30 ilhas entrecortadas por canais e, em 1979, foi declarada parque estadual.
Envolta em brumas, a história da capital gaúcha e do Rio Grande do Sul remontam ao tempo em que a região era habitada por caçadores nômades, conhecidos apenas por traços arqueológicos deixados há mais de 3.000 anos.
Segundo os mesmos estudos, esses nativos foram exterminados há 2.000 anos, quando os índios tupis-guaranis chegaram ao sul vindos do norte do Brasil.
Já no século 17, época em que os bandeirantes chegaram à região das Missões, alguns tupis-guaranis foram aculturados, com vistas à escravização, outros fugiram.
Nesse conflito, muitos dos eqüinos que haviam sido levados à região pelos portugueses e pelos espanhóis escaparam, originando tropas de animais criados à solta.
Cobiçados, os cavalos atraíram a atenção do lusitano Jerônimo de Ornellas, que lá chegou em 1740.
Pouco depois, em 1753, desembarcaram na área onde Porto Alegre foi fundada 60 casais vindos do arquipélago dos Açores.
O resto é história bem contada: os açorianos construíram às margens do rio Guaíba um acampamento que evoluiu para a condição de cidade, inicialmente chamada de Porto dos Casais.
Dez anos depois da chegada dos açorianos, em 1763, foi a vez dos castelhanos vindos do sul tomarem a então Província de São Pedro, marcando indelevelmente a cultura e o sotaque locais.
Apenas em 1772 Porto Alegre foi oficialmente fundada, passando da condição de povoado de poucas almas para a de vila.
Formalmente, o nome da cidade que deu origem à capital gaúcha deixou de ser São Francisco do Porto dos Casais e passou a ser Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre. Quando o Brasil declarou sua independência de Portugal, em 1822, Porto Alegre virou capital da Província.
Celeiro de talentos, a cidade foi berço, ao longo de sua história, de personalidades de raro talento, como os artistas plásticos Vasco Prado e Iberê Camargo e os músicos Lupicínio Rodrigues e Elis Regina. Na literatura, Erico Verissimo, pai de Luis Fernando Verissimo, descobriu Mário Quintana, aliás, nascido em Alegrete. Mas há ainda Moacyr Scliar, autor de 53 livros e membro da Academia Brasileira de Letras.
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