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19/04/2004
-
05h17
As mãos habilidosas de Dominga Correia da Vitória, 79, não se cansam de moldar a cultura capixaba. Com pouco mais de dez anos de idade, ela aprendeu com os pais como escolher o barro e, de forma artesanal, fazer panelas. "Estudei pouco na vida, mas aprendi esse trabalho, que muita gente não consegue fazer", diz orgulhosa, com barro nos dedos.
Assim como Dominga, outras 300 artesãs dividem o galpão da Associação das Paneleiras de Goiabeiras, chamadas assim por morarem no bairro das Goiabeiras, perto do centro de Vitória.
Aos poucos, o barro vai tomando forma, e, como num toque de mágica, transforma-se em panelas, frigideiras, bules, travessas e caldeirões. "Goiabas quase não temos mais no bairro, mas a tradição das panelas não acaba tão cedo", diz a paneleira Evanilda Fernandes, 40, que produz até 50 panelas por dia. A tradição antecede a colonização portuguesa e é passada de geração para geração há mais de 500 anos. Por ter sofrido poucas mudanças, a fabricação das panelas foi tombada pelo Iphan como patrimônio imaterial em 2002, abrindo o livro dos Saberes, categoria de tombamento desse tipo de patrimônio.
O galpão das paneleiras funciona como uma cooperativa. Cada artesã produz e comercializa suas peças. O local é um ponto de referência para o turismo, e o visitante pode acompanhar todo o processo artesanal.
Pela beleza e tradição utilitária, é inevitável que o turista saia carregando alguns quilos a mais na bagagem. As peças custam de R$ 5 a R$ 20. Grande parte da produção é vendida por telefone e distribuída para todo o Brasil.
O trabalho, que já foi tipicamente feminino, conta hoje com a ajuda dos homens. Eles extraem a principal matéria-prima, o barro, do vale do Mulembá, no bairro de Joana d'Arc, oeste de Vitória.
Também a eles é designada a tarefa de amassar a argila com os pés, até tornar a massa uniforme. Sem o auxílio de tornos, as paneleiras moldam o barro manualmente. Todas as peças têm um selo de qualidade, garantindo que o barro seja levado ao fogo sem rachar.
Associação das Paneleiras de Goiabeiras - R. das Paneleiras, 55; Goiabeiras Velha; tel.: 0/xx/27/3327-0519; funciona de segunda a sábado, das 7h às 19h.
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Mãos moldam mesmas panelas há séculos
do enviado especial da Folha de S.Paulo ao Espírito SantoAs mãos habilidosas de Dominga Correia da Vitória, 79, não se cansam de moldar a cultura capixaba. Com pouco mais de dez anos de idade, ela aprendeu com os pais como escolher o barro e, de forma artesanal, fazer panelas. "Estudei pouco na vida, mas aprendi esse trabalho, que muita gente não consegue fazer", diz orgulhosa, com barro nos dedos.
Assim como Dominga, outras 300 artesãs dividem o galpão da Associação das Paneleiras de Goiabeiras, chamadas assim por morarem no bairro das Goiabeiras, perto do centro de Vitória.
Aos poucos, o barro vai tomando forma, e, como num toque de mágica, transforma-se em panelas, frigideiras, bules, travessas e caldeirões. "Goiabas quase não temos mais no bairro, mas a tradição das panelas não acaba tão cedo", diz a paneleira Evanilda Fernandes, 40, que produz até 50 panelas por dia. A tradição antecede a colonização portuguesa e é passada de geração para geração há mais de 500 anos. Por ter sofrido poucas mudanças, a fabricação das panelas foi tombada pelo Iphan como patrimônio imaterial em 2002, abrindo o livro dos Saberes, categoria de tombamento desse tipo de patrimônio.
O galpão das paneleiras funciona como uma cooperativa. Cada artesã produz e comercializa suas peças. O local é um ponto de referência para o turismo, e o visitante pode acompanhar todo o processo artesanal.
Pela beleza e tradição utilitária, é inevitável que o turista saia carregando alguns quilos a mais na bagagem. As peças custam de R$ 5 a R$ 20. Grande parte da produção é vendida por telefone e distribuída para todo o Brasil.
O trabalho, que já foi tipicamente feminino, conta hoje com a ajuda dos homens. Eles extraem a principal matéria-prima, o barro, do vale do Mulembá, no bairro de Joana d'Arc, oeste de Vitória.
Também a eles é designada a tarefa de amassar a argila com os pés, até tornar a massa uniforme. Sem o auxílio de tornos, as paneleiras moldam o barro manualmente. Todas as peças têm um selo de qualidade, garantindo que o barro seja levado ao fogo sem rachar.
Associação das Paneleiras de Goiabeiras - R. das Paneleiras, 55; Goiabeiras Velha; tel.: 0/xx/27/3327-0519; funciona de segunda a sábado, das 7h às 19h.
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