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10/05/2004
-
05h58
Quem participar do Circuito de Outono Café, Cachaça e Chorinho não pode deixar de conhecer Conservatória, distrito de Valença (cidade a 150 km do Rio) que fica a duas horas e meia de carro da capital. É o lugar ideal para apreciadores de serestas, cantoria realizada em local fechado, ou serenatas, que acontecem ao ar livre.
Os seresteiros tomam conta de Conservatória. Às sextas-feiras e aos sábados à noite, eles se reúnem no Museu da Seresta e Serenata, criado na década de 1960, onde cantam canções antigas e atraem centenas de pessoas. Pouco antes da meia-noite, todos vão para as ruas fazer uma serenata.
Nas manhãs de domingo, os seresteiros organizam a Solarata. Todos que estão em Conservatória param para ouvir as cantigas, entre elas "Noite Cheia de Estrelas", de autoria de Cândido Neves. A canção é considerada um marco para os seresteiros porque fala de lua, estrela e natureza.
A seresta está enraizada em todos os moradores de Conservatória. Fazem parte do projeto Em Cada Casa uma Canção, em Cada Canção uma Saudade as placas existentes nas entradas dos lares indicando o nome de uma cantiga e o de seu compositor. Toda vez que uma placa nova é inaugurada, há uma festa no distrito.
O Museu da Seresta e Serenata, também chamado de Instituto José Borges Freitas Netto (um dos introdutores da seresta no local), possui um grande acervo de reportagens, fotografias de artistas do passado e de hoje, trovas, poesias, coletâneas de sucessos musicais e discos de vinil. Por lá, passaram artistas do quilate de Dorival Caymmi, Fagner, Beth Carvalho, Emilinha Borba, entre outros.
A tradição da seresta em Conservatória começou no início do século passado, com a chegada de tropeiros humildes que alegravam os moradores com suas modinhas de violão e de professores que ensinavam música para os descendentes dos barões do café.
A poesia e a música, no entanto, não são exclusividade dos seresteiros na cidade. Há, ali, a padaria Lua Branca, a drogaria Harmonia e o restaurante Dó-Ré-Mi.
Lugares históricos
Conservatória não vive apenas de serestas. O distrito possui 11 antigas fazendas produtoras de café, entre elas a Florença (www.hotelfazendaflorenca.com.br), que é aberta para hospedagem. Outra atração é a cachoeira da Índia, uma de suas principais belezas naturais.
Os monumentos históricos também se destacam. Um deles é o túnel Maria Komaid Nossar, também chamado de "túnel que chora". Construído em 1883, ele tem esse nome porque, das nascentes na parte superior de suas extremidades, a água goteja.
Diz a lenda, no entanto, que o túnel chora de saudade daqueles que deixaram Conservatória.
Um outro marco é a locomotiva 206, antiga maria-fumaça que fazia o transporte das cidades do sul fluminense até Minas Gerais.
A ponte dos Arcos é outra relíquia histórica de Conservatória, um dos últimos monumentos da antiga Rede Mineira de Viação.
Há ainda o museu em homenagem aos cantores Sílvio Caldas, Guilherme de Brito, Nelson Gonçalves e Gilberto Alves.
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do enviado especial da Folha de S.Paulo ao sul fluminenseQuem participar do Circuito de Outono Café, Cachaça e Chorinho não pode deixar de conhecer Conservatória, distrito de Valença (cidade a 150 km do Rio) que fica a duas horas e meia de carro da capital. É o lugar ideal para apreciadores de serestas, cantoria realizada em local fechado, ou serenatas, que acontecem ao ar livre.
Os seresteiros tomam conta de Conservatória. Às sextas-feiras e aos sábados à noite, eles se reúnem no Museu da Seresta e Serenata, criado na década de 1960, onde cantam canções antigas e atraem centenas de pessoas. Pouco antes da meia-noite, todos vão para as ruas fazer uma serenata.
Nas manhãs de domingo, os seresteiros organizam a Solarata. Todos que estão em Conservatória param para ouvir as cantigas, entre elas "Noite Cheia de Estrelas", de autoria de Cândido Neves. A canção é considerada um marco para os seresteiros porque fala de lua, estrela e natureza.
A seresta está enraizada em todos os moradores de Conservatória. Fazem parte do projeto Em Cada Casa uma Canção, em Cada Canção uma Saudade as placas existentes nas entradas dos lares indicando o nome de uma cantiga e o de seu compositor. Toda vez que uma placa nova é inaugurada, há uma festa no distrito.
O Museu da Seresta e Serenata, também chamado de Instituto José Borges Freitas Netto (um dos introdutores da seresta no local), possui um grande acervo de reportagens, fotografias de artistas do passado e de hoje, trovas, poesias, coletâneas de sucessos musicais e discos de vinil. Por lá, passaram artistas do quilate de Dorival Caymmi, Fagner, Beth Carvalho, Emilinha Borba, entre outros.
A tradição da seresta em Conservatória começou no início do século passado, com a chegada de tropeiros humildes que alegravam os moradores com suas modinhas de violão e de professores que ensinavam música para os descendentes dos barões do café.
A poesia e a música, no entanto, não são exclusividade dos seresteiros na cidade. Há, ali, a padaria Lua Branca, a drogaria Harmonia e o restaurante Dó-Ré-Mi.
Lugares históricos
Conservatória não vive apenas de serestas. O distrito possui 11 antigas fazendas produtoras de café, entre elas a Florença (www.hotelfazendaflorenca.com.br), que é aberta para hospedagem. Outra atração é a cachoeira da Índia, uma de suas principais belezas naturais.
Os monumentos históricos também se destacam. Um deles é o túnel Maria Komaid Nossar, também chamado de "túnel que chora". Construído em 1883, ele tem esse nome porque, das nascentes na parte superior de suas extremidades, a água goteja.
Diz a lenda, no entanto, que o túnel chora de saudade daqueles que deixaram Conservatória.
Um outro marco é a locomotiva 206, antiga maria-fumaça que fazia o transporte das cidades do sul fluminense até Minas Gerais.
A ponte dos Arcos é outra relíquia histórica de Conservatória, um dos últimos monumentos da antiga Rede Mineira de Viação.
Há ainda o museu em homenagem aos cantores Sílvio Caldas, Guilherme de Brito, Nelson Gonçalves e Gilberto Alves.
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