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24/05/2004
-
05h02
O legado arquitetônico edificado a partir do século 12 em torres, conventos e templos religiosos, em especial na Magna Hispalensis, a catedral sevilhana em estilo gótico tardio, e as atrações culturais da cidade denotam a riqueza da capital da Andaluzia.
Alguns passeios, como a Giralda --o antigo minarete árabe--, a torre de Ouro, erguida no século 13 para proteger a cidade, e o palácio Alcazar, ainda hoje uma das residências reais, devem ser impreterivelmente visitados.
Catedral
Também chamado de Magna Hispalensis, o imenso prédio de estilo gótico tardio tem suas origens mais remotas na mesquita iniciada em 1172 pelo arquiteto mouro Ahmad ben Baso, durante a permanência muçulmana na Espanha. Resta daquele período o pátio das laranjeiras e o antigo minarete, a Giralda, hoje torre do templo para o carrilhão.
Os sevilhanos afirmam que sua catedral é a terceira maior edificação cristã em tamanho, depois da Basílica de São Pedro (Roma) e da Catedral de São Paulo (Londres). Mas o detalhe é irrelevante se atentarmos para as 26 capelas internas, os 17 altares e as 13 portas (como a do Lagarto e a do Perdão), espaços arquitetônicos que poderiam merecer, cada um, ao menos uma hora de visita com o auxílio de um bom guia impresso.
As capelas trazem a seguinte particularidade: foram nelas que os poderosos sevilhanos descarregaram praticamente todo o seu esforço de mecenato. Elas trazem todo um patrimônio de afrescos, pinturas, esculturas e túmulos concentrados numa área relativamente pequena.
A concentração superlativa de riqueza se deve também ao fato de o bispo de Sevilha ter sido o chefe espiritual dos católicos da América espanhola. Muitas das doações vieram do México ou do Peru.
Os mecenas mais ricos encomendaram cenas bíblicas a pintores como Goya e Murillo. A capela-mor, dos séculos 15 e 16, é um conjunto de 1.200 esculturas justapostas com 30 metros de altura e 12 metros de largura.
Uma profusão incrível de arte sacra barroca para a qual foram necessárias duas toneladas de ouro.
Junto a uma das portas há a sepultura em que estariam a partir de 1902 os restos de Cristóvão Colombo. Mas há dúvidas quanto ao proprietário verdadeiro da ossada. Um exame já feito de DNA poderá dentro de alguns meses esclarecer a questão.
Uma das capelas internas, a pequena sacristia, traz de Goya um retrato de santa Justa e santa Rufina, mártires sevilhanas do início do cristianismo. A mais linda escultura do acervo é um Cristo na cruz de Martinez Montañez.
Giralda
Concebida como minarete da mesquita moura, a Giralda foi projetada e teve sua construção iniciada no final do século 12. As quatro paredes externas refletem um dos tabus da cultura muçulmana, que consiste em não fazer representações de seres humanos.
Existe desse modo a profusão de uma espécie de bordado em pedra que dá ao monumento uma riqueza de detalhes só encontrada em locais mais prósperos no mundo árabe.
Sobe-se pela torre por 35 rampas internas. Do alto dela, junto à parte acrescida pelos cristãos, tem-se uma visão das ruelas do centro histórico de Sevilha.
Alcazar
O prédio é atualmente um dos palácios do rei da Espanha. A edificação, no interior de muros fortificados possivelmente erguidos durante o século 11, é em verdade um conjunto de palácios e jardins com diferentes linguagens arquitetônicas, que foram se agregando entre os séculos 12 e 19.
Há ambientes e pátios internos nos estilos mudéjar (ornato de linhas entrelaçadas em forma de figuras geométricas, do período mouro), gótico, renascentista, barroco, rococó e neoclássico. É uma concentração lindíssima de ricas amostras de como foram trabalhadas as pedras na península Ibérica.
Torre do Ouro
Localizada às margens do rio Guadalquivir, ela foi originariamente uma das torres que integravam o muro fortificado de Sevilha. Sua construção é do século 13, de forma circular e encimada por uma cúpula semi-esférica. É hoje a sede do Museu Naval.
Hospital da Caridade
Trata-se em verdade de um convento do século 17, cuja capela traz um dos altares barrocos mais impressionantes da Espanha.
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Sevilha em cena: Mesquita é precursora de catedral cristã
do enviado especial da Folha de S.Paulo a SevilhaO legado arquitetônico edificado a partir do século 12 em torres, conventos e templos religiosos, em especial na Magna Hispalensis, a catedral sevilhana em estilo gótico tardio, e as atrações culturais da cidade denotam a riqueza da capital da Andaluzia.
Alguns passeios, como a Giralda --o antigo minarete árabe--, a torre de Ouro, erguida no século 13 para proteger a cidade, e o palácio Alcazar, ainda hoje uma das residências reais, devem ser impreterivelmente visitados.
Catedral
Também chamado de Magna Hispalensis, o imenso prédio de estilo gótico tardio tem suas origens mais remotas na mesquita iniciada em 1172 pelo arquiteto mouro Ahmad ben Baso, durante a permanência muçulmana na Espanha. Resta daquele período o pátio das laranjeiras e o antigo minarete, a Giralda, hoje torre do templo para o carrilhão.
Os sevilhanos afirmam que sua catedral é a terceira maior edificação cristã em tamanho, depois da Basílica de São Pedro (Roma) e da Catedral de São Paulo (Londres). Mas o detalhe é irrelevante se atentarmos para as 26 capelas internas, os 17 altares e as 13 portas (como a do Lagarto e a do Perdão), espaços arquitetônicos que poderiam merecer, cada um, ao menos uma hora de visita com o auxílio de um bom guia impresso.
As capelas trazem a seguinte particularidade: foram nelas que os poderosos sevilhanos descarregaram praticamente todo o seu esforço de mecenato. Elas trazem todo um patrimônio de afrescos, pinturas, esculturas e túmulos concentrados numa área relativamente pequena.
A concentração superlativa de riqueza se deve também ao fato de o bispo de Sevilha ter sido o chefe espiritual dos católicos da América espanhola. Muitas das doações vieram do México ou do Peru.
Os mecenas mais ricos encomendaram cenas bíblicas a pintores como Goya e Murillo. A capela-mor, dos séculos 15 e 16, é um conjunto de 1.200 esculturas justapostas com 30 metros de altura e 12 metros de largura.
Uma profusão incrível de arte sacra barroca para a qual foram necessárias duas toneladas de ouro.
Junto a uma das portas há a sepultura em que estariam a partir de 1902 os restos de Cristóvão Colombo. Mas há dúvidas quanto ao proprietário verdadeiro da ossada. Um exame já feito de DNA poderá dentro de alguns meses esclarecer a questão.
Uma das capelas internas, a pequena sacristia, traz de Goya um retrato de santa Justa e santa Rufina, mártires sevilhanas do início do cristianismo. A mais linda escultura do acervo é um Cristo na cruz de Martinez Montañez.
Giralda
Concebida como minarete da mesquita moura, a Giralda foi projetada e teve sua construção iniciada no final do século 12. As quatro paredes externas refletem um dos tabus da cultura muçulmana, que consiste em não fazer representações de seres humanos.
Existe desse modo a profusão de uma espécie de bordado em pedra que dá ao monumento uma riqueza de detalhes só encontrada em locais mais prósperos no mundo árabe.
Sobe-se pela torre por 35 rampas internas. Do alto dela, junto à parte acrescida pelos cristãos, tem-se uma visão das ruelas do centro histórico de Sevilha.
Alcazar
O prédio é atualmente um dos palácios do rei da Espanha. A edificação, no interior de muros fortificados possivelmente erguidos durante o século 11, é em verdade um conjunto de palácios e jardins com diferentes linguagens arquitetônicas, que foram se agregando entre os séculos 12 e 19.
Há ambientes e pátios internos nos estilos mudéjar (ornato de linhas entrelaçadas em forma de figuras geométricas, do período mouro), gótico, renascentista, barroco, rococó e neoclássico. É uma concentração lindíssima de ricas amostras de como foram trabalhadas as pedras na península Ibérica.
Torre do Ouro
Localizada às margens do rio Guadalquivir, ela foi originariamente uma das torres que integravam o muro fortificado de Sevilha. Sua construção é do século 13, de forma circular e encimada por uma cúpula semi-esférica. É hoje a sede do Museu Naval.
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Trata-se em verdade de um convento do século 17, cuja capela traz um dos altares barrocos mais impressionantes da Espanha.
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