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20/06/2004 - 13h32

Mergulho no Caribe é "pechincha" submarina

ALEXANDRE SCHNEIDER
da Revista da Folha

Mergulhar nas águas mornas e claras do Caribe, desvendando os labirintos da segunda maior barreira de corais do mundo, que desce do México até Honduras, é um prazer bastante acessível. As tartarugas, arraias e dezenas de espécies de peixes criam a impressão de que o visitante está em um gigantesco aquário. Quem disse isso foi o oceanógrafo Jacques Custeau, que se impressionou com a riqueza da fauna local. E esses são apenas alguns motivos que atraem milhares de viajantes a essa parte da América Central. O que acaba fisgando uma verdadeira nação de mochileiros a Utila é a fama de lugar mais barato do mundo para a prática do mergulho.

Utila é a menor das três ilhas que formam o arquipélago das Islas de la Bahía, a 50 km da costa atlântica, ao norte de Honduras. Diferentemente dos 'points' mais tradicionais de mergulho do Caribe, a ilha ainda se mantém alheia à invasão de grandes cadeias de resorts. Para os viajantes que lá aportam com a intenção de passar boa parte do tempo dentro do mar, pequenas hospedarias familiares e pousadas simples e confortáveis dão conta do recado.

O intenso vaivém de barcos movimenta, do amanhecer ao cair da noite, os piers das escolas de mergulho, distribuídas ao longo dos cinco quilômetros de calçadão que concentra as únicas três agências bancárias e quatro mercadinhos da ilha, além das bancas de frutas, bares e restaurantes de clientela cosmopolita. Em Utila não circulam carros. Todos os trajetos são percorridos a pé, de bicicleta ou em quadriciclos motorizados.

Cerca de 15 escolas oferecem cursos de mergulho, do básico a formação de instrutores, além de expedições pelas dezenas de pontos de mergulho mapeados ao redor da ilha. Não raro, viajantes que lá chegaram para se iniciar no mergulho acabaram criando laços, suspenderam um pouco a vida nômade de mochileiros e, graduando-se Dive Masters -estágio anterior ao de instrutor-, passaram a acompanhar grupos de iniciantes em suas expedições no mar, bico que lhes garante hospedagem, alimentação e US$ 1 por mergulhador.

Ao desembarcar na ilha, a uma hora de 'ferry' do porto de La Ceiba, um enxame de promotores das escolas de mergulho se aproxima dos recém-chegados, panfletando ofertas de cursos e oferecendo hospedagem. Em geral, são jovens forasteiros que adotaram a ilha como opção de vida, por alguns meses ou anos -nem eles saberão dizer. Fique esperto, pois nem sempre a oferta mais barata é a melhor na hora de escolher uma hospedagem e, principalmente, um curso de mergulho.

Além de verificar o preço, deve-se fazer uma visita à escola, conversar com os instrutores, perguntando sobre sua experiência no entorno da ilha e fora dela, além de levar em conta as condições dos equipamentos. O mergulho é um esporte que deve ter a segurança e a responsabilidade como leis. Encontrar outros viajantes, talvez em um restaurante tranqüilo, longe da panfletagem, e buscar com eles informações sobre a qualidade das pousadas e a reputação das escolas é uma boa alternativa à pressão e ao assédio do desembarque.

O preço do curso básico, o Open Water, varia de US$ 120 a US$ 250, com três dias de duração. Os pacotes podem incluir ainda hospedagem durante os dias de curso e dois mergulhos gratuitos no final. A certificação Padi, denominador de todas as escolas, padroniza o método das aulas e, teoricamente, a qualidade do ensino. Uma pequena taxa obrigatória de US$ 3 por dia, destinada à preservação dos corais, é cobrada pelas escolas e repassada à Bay Islands Conservation Association (Bica). Para aqueles que já possuem certificado de curso básico, um pacote com dez mergulhos, com opções de saídas noturnas, em caverna ou naufrágio, custa, em média, US$ 120.

De maio a setembro, a porção norte de Utila costuma receber a visita do maior peixe dos oceanos, o tubarão-baleia, que chega a medir 15 metros de comprimento. Nessa época, a espécie pode ser avistada quase diariamente pelos mergulhadores. Um alvoroço de gaivotas e cardumes de atum é o sinal de que o bichão deve estar próximo à superfície, filtrando plancton em sua enorme boca. Esse é o momento de se atirar na água e ter o privilégio de nadar ao lado da criatura.

Todas as noites, de segunda a segunda, forasteiros e locais se misturam nos bares da ilha, ao som de um apimentado reggae caribenho. O compromisso de acordar cedo na manhã seguinte para um novo dia de mergulho não intimida. O suingue só pára ao amanhecer.

Onde fica

A ilha de Utila fica no norte de Honduras, a 29 km da cidade de La Ceiba, na costa atlântica do país

Câmbio

US$ 1 vale 17,5 lempiras

O que levar

Máscara de mergulho, snorkel e nadadeiras

Melhor época

Em Utila chove bastante durante os meses de novembro e fevereiro, portanto a melhor época para viajar é entre março e outubro

Não perca

Passar o dia em Water Cay, uma pequena ilha com centenas de coqueiros que fica a 40 minutos de barco-táxi de Utila

Fuja

Não se deixe influenciar pelas ofertas mais baratas de curso de mergulho. Fuja das escolas que não tenham uma boa reputação na ilha

Quem leva

Não há pacotes montados para esse destino. A passagem aérea de ida e volta para a capital, Tegucigalpa, custa US$ 1.362 pela Taca (tel. 3214-2922). Pela Copa Airlines (tel. 3138-6200), a tarifa para o mesmo destino sai por US$ 872.

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