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21/06/2004
-
04h55
Em todos os atos, existe um perfeito equilíbrio entre as forças positivas e negativas, prega uma das crenças mitológicas dos índios mapuches, os únicos nativos do Chile. Os espíritos positivos representam as forças da vida, a criação e o amor; enquanto os negativos, a morte e a destruição.
Mas resta pouco da cultura dessa tribo para mostrar ao turista, apesar do esforço do Museu Centro Cultural Aldeia Intercultural Trawupeyüm, a 36 km de Pucón, em Curarrehue.
É um edifício desenhado sobre a base dos princípios estéticos e arquitetônicos da cultura mapuche. Os visitantes pagam de 200 pesos (crianças) a 400 pesos (adultos) para conhecer o local.
Dentro dele, painéis, ferramentas, teares e um vídeo tentam traduzir ao visitante um pouco de sua história. Trawupeyüm, "onde nos reunimos", na linguagem mapuche, também oferece espaço para encontros, seminários, shows de dança e teatro. É, acima de tudo, um espaço para preservar essa cultura.
Hoje, a população mapuche --"mapu", terra, "che", homem, em mapudungun, sua língua-, que sobreviveu aos efeitos da ocupação de seu território pelos espanhóis, está separada pela fronteira entre o Chile e a Argentina.
Duas curiosidades: o vocábulo "tche", usado no Sul do Brasil, na Argentina e na Patagônia, é derivado dessa mesma língua dos mapuches; a araucária é uma das árvores sagradas desses índios, da qual comem seu pinhão.
Os mapuches foram uma sociedade relativamente hierarquizada, baseada nas estruturas familiares, na qual as mulheres desempenham importantes papéis místicos. São elas que têm "permissão" de "contatar" os deuses.
Na recepção do museu, a índia Veronica Quintonahuel, 26, conta que não sabe quase nada de sua língua nativa. "Por muito tempo, fomos marginalizados e perseguidos. Estamos rebuscando nosso passado para preservá-lo antes que seja tarde", diz, orgulhosa.
Ao lado do filho Maurício, 4, "mestiço mapuche com chileno", a índia está antenada com o presente. Diz que adoraria receber uma foto dela e da criança por e-mail. "Os turistas prometem quando estão aqui, mas nunca mandam", conta Veronica, enquanto o filho alegremente posa para mais um clique.
No sul chileno, os mapuches são cerca de 1 milhão, e a maioria ainda mantém um modo de vida agrário. Cultivam milho, feijão, batatas e abóbora, caçam e pescam. Também produzem artesanato, como produtos de decoração com fibra vegetal, louças de barro e roupas de lã. Ao lado do museu, um pequeno mercado mapuche vende esses suvenires. Afinal de contas, quem vive sem dinheiro?
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Museu da aldeia Trawupeyüm exibe cultura dos índios mapuches
do enviado especial da Folha de S.PauloEm todos os atos, existe um perfeito equilíbrio entre as forças positivas e negativas, prega uma das crenças mitológicas dos índios mapuches, os únicos nativos do Chile. Os espíritos positivos representam as forças da vida, a criação e o amor; enquanto os negativos, a morte e a destruição.
Mas resta pouco da cultura dessa tribo para mostrar ao turista, apesar do esforço do Museu Centro Cultural Aldeia Intercultural Trawupeyüm, a 36 km de Pucón, em Curarrehue.
É um edifício desenhado sobre a base dos princípios estéticos e arquitetônicos da cultura mapuche. Os visitantes pagam de 200 pesos (crianças) a 400 pesos (adultos) para conhecer o local.
Dentro dele, painéis, ferramentas, teares e um vídeo tentam traduzir ao visitante um pouco de sua história. Trawupeyüm, "onde nos reunimos", na linguagem mapuche, também oferece espaço para encontros, seminários, shows de dança e teatro. É, acima de tudo, um espaço para preservar essa cultura.
Hoje, a população mapuche --"mapu", terra, "che", homem, em mapudungun, sua língua-, que sobreviveu aos efeitos da ocupação de seu território pelos espanhóis, está separada pela fronteira entre o Chile e a Argentina.
Duas curiosidades: o vocábulo "tche", usado no Sul do Brasil, na Argentina e na Patagônia, é derivado dessa mesma língua dos mapuches; a araucária é uma das árvores sagradas desses índios, da qual comem seu pinhão.
Os mapuches foram uma sociedade relativamente hierarquizada, baseada nas estruturas familiares, na qual as mulheres desempenham importantes papéis místicos. São elas que têm "permissão" de "contatar" os deuses.
Na recepção do museu, a índia Veronica Quintonahuel, 26, conta que não sabe quase nada de sua língua nativa. "Por muito tempo, fomos marginalizados e perseguidos. Estamos rebuscando nosso passado para preservá-lo antes que seja tarde", diz, orgulhosa.
Ao lado do filho Maurício, 4, "mestiço mapuche com chileno", a índia está antenada com o presente. Diz que adoraria receber uma foto dela e da criança por e-mail. "Os turistas prometem quando estão aqui, mas nunca mandam", conta Veronica, enquanto o filho alegremente posa para mais um clique.
No sul chileno, os mapuches são cerca de 1 milhão, e a maioria ainda mantém um modo de vida agrário. Cultivam milho, feijão, batatas e abóbora, caçam e pescam. Também produzem artesanato, como produtos de decoração com fibra vegetal, louças de barro e roupas de lã. Ao lado do museu, um pequeno mercado mapuche vende esses suvenires. Afinal de contas, quem vive sem dinheiro?
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