Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/06/2004 - 02h40

Maratonistas enxergam cidades por outro ângulo

MARISTELA DO VALLE
da Folha de S.Paulo

Fazer uma maratona, para a maioria das pessoas, é sinônimo de algo muito trabalhoso, cansativo, às vezes inatingível. Porém esse significado muda para muitos atletas amadores, que correm como hobby e viajam o mundo para participar dessa prova, que tem 42 quilômetros e 195 metros.

José Manuel Ribeiro-28.mar.2004-Reuters

Atletas atravessam a ponte 25 de Abril sobreo rio Tejo na Meia Maratona de Lisboa


A possibilidade de participar de maratonas clássicas, como Nova York, Chicago ou Paris, ou inusitadas, como a do Sol da Meia-Noite, realizada na Noruega no dia do ano em que o sol não se põe, ou a da Muralha da China, salpicada de degraus históricos, estimulam os atletas a prosseguirem nos treinos quase diários.

"Se não tivesse o objetivo de correr as maratonas internacionais, com certeza sempre inventaria uma desculpa para faltar aos treinamentos", comenta a arquiteta Alessandra Ribeiro, 36, que já correu as maratonas de Paris e de Chicago. "A chegada é uma emoção indescritível. Você percebe que se superou." Ela conta ter preferido a primeira. "O visual de Paris não tem igual", comenta, acrescentando que reparou em detalhes da paisagem despercebidos pelos amigos preocupados em fazer um bom tempo.

Também Edoardo Magli, 40, empresário, que passou a lua-de-mel em Paris há 16 anos, viu a cidade com outros olhos na prova deste ano, da qual participou com a mulher. "Meu sonho era correr uma maratona aos 40 anos." Pelo jeito, ambos voltaram ao clima da viagem realizada após o casamento, pois, depois da prova de Paris, estenderam o roteiro à romântica região do vale do Loire.

Conciliar a maratona com as férias da família ou com compromissos profissionais é comum para esse público, composto principalmente de empresários, executivos e profissionais liberais, numa faixa de idade de 35 a 60 anos.

Caso do empresário Alberto Banach, 46, que neste ano foi para a Disney com a mulher e os filhos e lá ficou 20 dias. "A prova é muito pitoresca. O Mickey canta o hino nacional dos EUA numa grua, e os personagens da Disney distribuem a água nos postos de hidratação. Os corredores passam pelos cinco parques e por hotéis cinematográficos", relata Banach, que só lamenta a época do ano, no segundo domingo de janeiro, após as festas de fim de ano, o que atrapalha os treinos dos atletas.

Outro inconveniente é que a prova começa às 6h e os parques só começam a funcionar às 9h, então quem faz a prova em menos de três horas não conta com a torcida e o estímulo do público.

Já quem demora mais --o que é muito comum entre não profissionais-- costuma combinar de encontrar com a família em determinados pontos. A filha de cinco anos de Armando Girello, 52, diretor da operadora Chamonix, fez uma grande festa ao ver o pai concluir a prova no parque.

Com 11 maratonas na bagagem, ele já participou seis vezes apenas da Maratona de Nova York, talvez a mais cobiçada do mundo. E cada vez descobre uma novidade. "Só na prova de 2001, por exemplo, percebi a existência do Corpo de Bombeiros no Brooklin. Talvez porque a prova tenha ocorrido uns dois meses após o 11 de Setembro, eles fizeram mais festa que o normal para os corredores."

O forte apoio da população da cidade, que bate palmas e oferece coisas para os corredores independentemente da sua colocação, é um dos fatores que mais animam os atletas a optar pela prova. "Nunca vou esquecer das criancinhas encapotadas debaixo do guarda-chuva da mãe me estendendo a mão para que eu batesse. Isso dá uma força violenta."

Mas a primeira experiência esportiva de Girello na cidade, em 1990, não foi tão feliz: ele desistiu da prova pouco depois da metade. Ao descobrir que é preciso seriedade para participar de uma maratona, Girello então procurou um preparador físico, o famoso Wanderley de Oliveira, coincidentemente o mesmo de Banach.

Além de preparar o maratonista para a prova, o treino com um profissional desse porte integra o atleta com outros amadores, e tal amizade se torna mais um estímulo para uma divertida viagem em turma com o pretexto da maratona. Como acontece com os alunos do preparador Marcos Paulo Reis, que costumam fazer uma tradicional festa todos os anos após a Maratona de Chicago.

Sites de corrida

www.marathonguide.com; www.aims-association.org; www.runnersworld.com; www.copacabanarunners.net; www.runnerbrasil.com.br; www.ativo.com; www.webrun.com.br; www.runtheplanet.com

Leia mais
  • Sedentário precisa de dois anos de preparação para correr maratona
  • Platéia de Amsterdã e NYC anima corredores
  • Aos 73, brasileira conhece Paris correndo
  • Grande Muralha da China desafia e empolga atletas
  • Inscrição em prova pode virar outra maratona
  • História circunda o percurso de Atenas
  • Cenário e organização põem Big Sur no topo
  • Paisagem repõe fôlego na África do Sul
  • Velho tênis deve voar na bagagem de mão

    Especial
  • Veja galeria de fotos de maratonas pelo mundo
  •  

    Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
    ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade