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19/07/2004
-
05h11
Refúgio de foras-da-lei ou de famílias formadas a partir de amores proibidos, a origem das aldeias portuguesas extremamente isoladas da civilização intriga tanto quanto a sua sobrevivência durante sete, oito, nove séculos.
Caso de Piódão, cujo acesso ainda hoje depende de uma estreita e curvilínea estrada encravada na serra do Açor. Além da branca Matriz Nossa Senhora da Conceição, contrasta com o tom único das casinhas de xisto, pedra abundante na região, o azul das janelas das casas, assim pintadas, dizem, por ser a única opção de tinta na loja que atendia ao povoado.
As mesmas casinhas tematizam os suvenires vendidos na praça aonde chegam os ônibus de turismo que milagrosamente perfazem a estrada. Uma das 12 integrantes da rota das aldeias históricas divulgada pelo governo português, Piódão oferece opções de hospedagem e passeios por entre a vegetação que a emoldura.
Já não teve igual longevidade a aldeia de Póvoa Dão, que chegou a se reduzir praticamente a ruínas, mas teve as casas reconstruídas por um investidor, que a transformou num condomínio chique a 14 km de Viseu e opção de hospedagem para turistas.
Único morador remanescente, José Soares conta histórias da época em que os caixões dos defuntos eram transportados na cabeça dos moradores por um caminho que aumentava de três para dez quilômetros na época da cheia do rio Dão, ali do lado.
Hoje ele habita uma das mais de 30 casas restauradas. "Os filhos dos proprietários [das casas do condomínio] me chamam de avô", orgulha-se Soares. A proposta nostálgica da arquitetura se evidencia nas pedras cruas de algumas paredes do interior das casas, à meia-luz durante a noite.
Tais características tornam acolhedor o restaurante do empreendimento, com sua variada seleção de pratos típicos portugueses. O seu forno de barro de época está à disposição de quem se aventurar a preparar, por exemplo, um cabrito assado.
Os visitantes ainda podem apreciar a antiga estrada romana na qual outrora os habitantes passeavam e praticamente atravessar a horta para chegar à piscina.
O local ainda carece de opções de entretenimento, mas nas redondezas há campo de golfe e haras. A Póvoa Dão S.A., empresa criada pelo Grupo Catarino, pretende reconstruir as outras casas do povoado em ruínas, também pouco mais de 30. O grupo tem negócios nas áreas de construção civil, hotelaria, entre outros.
Póvoa Dão - Informações: 00/xx/351/ 232/958-557; www.povoadao.com; Diária: 125 (casa para quatro pessoas).
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da enviada especial da Folha de S.Paulo a PortugalRefúgio de foras-da-lei ou de famílias formadas a partir de amores proibidos, a origem das aldeias portuguesas extremamente isoladas da civilização intriga tanto quanto a sua sobrevivência durante sete, oito, nove séculos.
Caso de Piódão, cujo acesso ainda hoje depende de uma estreita e curvilínea estrada encravada na serra do Açor. Além da branca Matriz Nossa Senhora da Conceição, contrasta com o tom único das casinhas de xisto, pedra abundante na região, o azul das janelas das casas, assim pintadas, dizem, por ser a única opção de tinta na loja que atendia ao povoado.
As mesmas casinhas tematizam os suvenires vendidos na praça aonde chegam os ônibus de turismo que milagrosamente perfazem a estrada. Uma das 12 integrantes da rota das aldeias históricas divulgada pelo governo português, Piódão oferece opções de hospedagem e passeios por entre a vegetação que a emoldura.
Já não teve igual longevidade a aldeia de Póvoa Dão, que chegou a se reduzir praticamente a ruínas, mas teve as casas reconstruídas por um investidor, que a transformou num condomínio chique a 14 km de Viseu e opção de hospedagem para turistas.
Único morador remanescente, José Soares conta histórias da época em que os caixões dos defuntos eram transportados na cabeça dos moradores por um caminho que aumentava de três para dez quilômetros na época da cheia do rio Dão, ali do lado.
Hoje ele habita uma das mais de 30 casas restauradas. "Os filhos dos proprietários [das casas do condomínio] me chamam de avô", orgulha-se Soares. A proposta nostálgica da arquitetura se evidencia nas pedras cruas de algumas paredes do interior das casas, à meia-luz durante a noite.
Tais características tornam acolhedor o restaurante do empreendimento, com sua variada seleção de pratos típicos portugueses. O seu forno de barro de época está à disposição de quem se aventurar a preparar, por exemplo, um cabrito assado.
Os visitantes ainda podem apreciar a antiga estrada romana na qual outrora os habitantes passeavam e praticamente atravessar a horta para chegar à piscina.
O local ainda carece de opções de entretenimento, mas nas redondezas há campo de golfe e haras. A Póvoa Dão S.A., empresa criada pelo Grupo Catarino, pretende reconstruir as outras casas do povoado em ruínas, também pouco mais de 30. O grupo tem negócios nas áreas de construção civil, hotelaria, entre outros.
Póvoa Dão - Informações: 00/xx/351/ 232/958-557; www.povoadao.com; Diária: 125 (casa para quatro pessoas).
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