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27/09/2004 - 09h41

Museu de tudo: Louvre é o maior, mas não o mais querido

FELIPE CHAIMOVICH
Crítico da da Folha de S.Paulo

O Louvre é o maior museu de arte ocidental. Sistematiza coleções de sucessivos monarcas da França conforme divisão historicista recentemente reformada. Situa-se em um edifício simbólico de Paris, cuja construção foi iniciada por Felipe Augusto, no século 13. Sobreviveu ao período revolucionário, foi agrandado por imperadores e hoje recebe, comodamente, o público multitudinário do século 21. Mas esses predicados não garantiram ao museu o posto de mais querido na escolha dos profissionais consultados pela Folha. Embora ele tenha sido citado respeitosas três vezes.

A torre original do castelo fortificado ainda pode ser adivinhada nas ruínas subterrâneas, abertas à visitação. Desde sempre, entre tais muros se guardaram tesouros. Conforme cresciam os reis Capetos e se unificavam os domínios francos, maiores eram os estoques de preciosidades.

Porém o colecionismo de arte começou com o renascentista Francisco 1º. O monarca ganhou 24 estátuas e vários bustos, que foram alojados em outra residência, a de Fontainebleau.

Foi lá também que os regentes franceses ganharam o gosto italiano pelas reinterpretações modernas dos cânones de beleza antiga: em Fontainebleau situa-se a primeira galeria francesa, de 1528, um tipo de cômodo que havia sido recentemente criado em Roma para acolher coleções arqueológicas latinas mescladas a obras do século 15 e 16. Desde então, acumularam-se em gabinetes riquezas de culturas tidas clássicas, como a mesopotâmica, a egípcia, a grega, a etrusca, a romana.

Assim, as peças arqueológicas começaram a ser agrupadas no Louvre para funcionar em coordenação com os ateliês dos artistas pagos pelo rei, pois a cópia dos antigos era requisito entre artistas educados, como apreciamos nos quadros de Poussin (1594-1665).

Tais pintores, escultores, artesãos e tapeceiros do Estado alojavam-se sob a Grande Galeria (1595) que margeia o rio, e seu agrupamento deu origem à Academia Francesa de Belas-Artes.

O esclarecimento dos reis franceses exprimiu-se na reforma de Luís 14: a antiga fortificação à beira do Sena cedeu lugar a um edifício quadrado, com grandes colunatas externas no piano nobile, ainda visíveis da praça do Louvre.

Durante o século 18, houve pressões para a abertura do acervo régio ao público. A Academia já mantinha no Louvre uma bienal de arte desde 1699.
Mas apenas com a Revolução Francesa as coleções reais foram exibidas em conjunto, com a transformação do Louvre em Museu da República, em 1793.

O século 19 adicionou alas ao palácio. Alguns locais mantêm a decoração dos tempos de Napoleão 3º. Através das janelas cobertas de rendas, entrevemos o jardim das Tulherias como uma paisagem dos impressionistas, cujos quadros encerram o desfile das idades representadas ali.

LOUVRE - Cour Napoléon, s/nº. Funciona às segundas, às sextas, aos sábados e domingos, das 9h às 18h45; e às quartas e às quintas, das 9h às 21h45; fecha às terças. Ingressos: a partir de 6; tel.: 00/ xx/33/1/4020-5317; www.louvre.org.

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