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28/10/2004
-
10h09
Os primeiros sinais de presença humana em Petra --que em grego significa pedra-- datam do século 8º a.C. O primeiro povo a habitar o local, onde ainda não existia Petra, foram os edomitas. A área era conhecida como Edom. Esta palavra quer dizer vermelho --obviamente, uma alusão ao cenário dessa região desértica.
Os edomitas, que sabiam trabalhar bem com tecidos e cerâmica, controlavam as rotas comerciais que passavam pela área. No entanto essa via ainda não era tão importante como viria a se tornar alguns séculos mais tarde.
Por volta do século 6º a.C, os nabateus começaram a chegar a Petra. Eles integravam uma tribo árabe nômade e expulsaram aos poucos os edomitas da região.
A partir do ano 312 a.C, os nabateus assumiram o controle da área, e Petra começou a florescer.
Nesse período, a rota comercial entre a Arábia, o Egito e a região da Síria passava pela terra dos nabateus, e Petra se converteu na principal cidade desse povo e num grande centro do comércio de especiarias.
Outras cidades importantes para os nabateus eram Philadelphia e Gerasa --atuais Amã e Jerash, a 50 km da capital. Os nabateus esculpiram seus monumentos sob forte influência egípcia e grega e, posteriormente, romana e bizantina, o que retrata o caráter cosmopolita desse povo.
Como havia pouca vegetação na região para extrair madeira, era mais prático para os nabateus cavar as suas casas e templos em vez de construí-los, tornando esse povo um dos mais hábeis nesse tipo de arte em toda a história do mundo.
Os nabateus também foram um dos pioneiros no desenvolvimento de sistemas hidráulicos e desenvolveram métodos de conservação de água para que a população não sofresse com os meses de seca que atingem a região até hoje. Não há nenhuma fonte grande de água nos arredores de Petra.
Ao longo do século 1º a.C, os nabateus foram conquistados por Roma, e Petra se tornou capital de uma Província do Império Romano. Nessa época, a cidade continuou vivendo um período glorioso, como fica claro no seu anfiteatro romano, esculpido inteiramente em pedra. A população ultrapassou os 30 mil habitantes.
Mais tarde, sob o comando do Império Bizantino e com a influência da Igreja Ortodoxa, alguns monumentos tiveram a face alterada, especialmente o maior de todos, o monastério Jabal al Deir, que tem a fisionomia das construções bizantinas, assim como a igreja, localizada ao lado do Grande Templo, e que só foi descoberta em escavações recentes.
Com a emergência de novas rotas comerciais, Petra entrou em decadência a partir do século 3º. E, três séculos mais tarde, sofreu um grande golpe com a chegada e a dominação do islã. A partir daí, Petra ficou esquecida no meio do que hoje é a Jordânia por muitos séculos, visitada e habitada apenas por beduínos.
Sua descoberta ocorreu em 1812 graças ao explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt.
Os beduínos que habitavam a área não permitiam que estrangeiros chegassem até lá, temendo que os que se aproximassem de Petra fossem magos que quisessem lhes roubar o Tesouro. Poucos europeus sabiam da existência dessa cidade, a não ser por relatos bíblicos. A maioria, porém, achava que a cidade tivesse deixado de existir. Mas, com base em informações geográficas e bíblicas, o explorador suíço chegou até a cidade e depois contou a sua experiência na Europa. Nos anos seguintes, Petra se tornou um dos destinos preferidos para o trabalho de arqueólogos.
Os beduínos aos poucos se acostumaram com a presença dos turistas e perceberam que podiam ganhar dinheiro com os visitantes. Até os anos 80, muitos deles hospedavam e cozinhavam para estrangeiros em suas casas dentro de Petra. Temendo que essa prática deteriorasse a situação desse sítio arqueológico --hoje considerado patrimônio mundial da Unesco-- o reino jordaniano proibiu que eles continuassem vivendo dentro da área de Petra e desenvolveu um projeto habitacional em Wadi Musa.
Os beduínos ainda podem vender suvenires dentro de Petra. Muitos deles, conhecendo bem os caminhos da região, passam as noites na cidade histórica, escondidos em alguns dos templos esculpidos na pedra, assim como os seus antepassados nabateus séculos atrás.
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da Folha de S.Paulo, em PetraOs primeiros sinais de presença humana em Petra --que em grego significa pedra-- datam do século 8º a.C. O primeiro povo a habitar o local, onde ainda não existia Petra, foram os edomitas. A área era conhecida como Edom. Esta palavra quer dizer vermelho --obviamente, uma alusão ao cenário dessa região desértica.
Os edomitas, que sabiam trabalhar bem com tecidos e cerâmica, controlavam as rotas comerciais que passavam pela área. No entanto essa via ainda não era tão importante como viria a se tornar alguns séculos mais tarde.
Por volta do século 6º a.C, os nabateus começaram a chegar a Petra. Eles integravam uma tribo árabe nômade e expulsaram aos poucos os edomitas da região.
A partir do ano 312 a.C, os nabateus assumiram o controle da área, e Petra começou a florescer.
Nesse período, a rota comercial entre a Arábia, o Egito e a região da Síria passava pela terra dos nabateus, e Petra se converteu na principal cidade desse povo e num grande centro do comércio de especiarias.
Outras cidades importantes para os nabateus eram Philadelphia e Gerasa --atuais Amã e Jerash, a 50 km da capital. Os nabateus esculpiram seus monumentos sob forte influência egípcia e grega e, posteriormente, romana e bizantina, o que retrata o caráter cosmopolita desse povo.
Como havia pouca vegetação na região para extrair madeira, era mais prático para os nabateus cavar as suas casas e templos em vez de construí-los, tornando esse povo um dos mais hábeis nesse tipo de arte em toda a história do mundo.
Os nabateus também foram um dos pioneiros no desenvolvimento de sistemas hidráulicos e desenvolveram métodos de conservação de água para que a população não sofresse com os meses de seca que atingem a região até hoje. Não há nenhuma fonte grande de água nos arredores de Petra.
Ao longo do século 1º a.C, os nabateus foram conquistados por Roma, e Petra se tornou capital de uma Província do Império Romano. Nessa época, a cidade continuou vivendo um período glorioso, como fica claro no seu anfiteatro romano, esculpido inteiramente em pedra. A população ultrapassou os 30 mil habitantes.
Mais tarde, sob o comando do Império Bizantino e com a influência da Igreja Ortodoxa, alguns monumentos tiveram a face alterada, especialmente o maior de todos, o monastério Jabal al Deir, que tem a fisionomia das construções bizantinas, assim como a igreja, localizada ao lado do Grande Templo, e que só foi descoberta em escavações recentes.
Com a emergência de novas rotas comerciais, Petra entrou em decadência a partir do século 3º. E, três séculos mais tarde, sofreu um grande golpe com a chegada e a dominação do islã. A partir daí, Petra ficou esquecida no meio do que hoje é a Jordânia por muitos séculos, visitada e habitada apenas por beduínos.
Sua descoberta ocorreu em 1812 graças ao explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt.
Os beduínos que habitavam a área não permitiam que estrangeiros chegassem até lá, temendo que os que se aproximassem de Petra fossem magos que quisessem lhes roubar o Tesouro. Poucos europeus sabiam da existência dessa cidade, a não ser por relatos bíblicos. A maioria, porém, achava que a cidade tivesse deixado de existir. Mas, com base em informações geográficas e bíblicas, o explorador suíço chegou até a cidade e depois contou a sua experiência na Europa. Nos anos seguintes, Petra se tornou um dos destinos preferidos para o trabalho de arqueólogos.
Os beduínos aos poucos se acostumaram com a presença dos turistas e perceberam que podiam ganhar dinheiro com os visitantes. Até os anos 80, muitos deles hospedavam e cozinhavam para estrangeiros em suas casas dentro de Petra. Temendo que essa prática deteriorasse a situação desse sítio arqueológico --hoje considerado patrimônio mundial da Unesco-- o reino jordaniano proibiu que eles continuassem vivendo dentro da área de Petra e desenvolveu um projeto habitacional em Wadi Musa.
Os beduínos ainda podem vender suvenires dentro de Petra. Muitos deles, conhecendo bem os caminhos da região, passam as noites na cidade histórica, escondidos em alguns dos templos esculpidos na pedra, assim como os seus antepassados nabateus séculos atrás.
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