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25/11/2004
-
10h35
Enviada especial ao Uruguai
A casa parece ter algo de Antonio Gaudí ou de Salvador Dalí. Uns até dizem que é uma casa "muito engraçada". O fato é que ninguém sai incólume dali. Cada viajante terá um palpite sobre qual referência arquitetônica lembra a Casapueblo. O estilo da construção branca em cima de uma encosta em Punta Ballena tem nome: Carlos Páez Vilaró.
Com vista para o mar e um pôr-do-sol de deixar qualquer um estupefato, a casa começou a ser erguida nos anos 50 por Vilaró e foi tomando proporções esculturais. Toda branca por fora, ela tem formas arredondadas e um quê psicodélico, que se estica do topo do morro quase até o mar.
Tudo começou com uma casinha de lata, em 1958, para ser o ateliê do artista. Decorada com grafismo à beira do precipício, chamava a atenção dos pescadores. Da casa de lata, que virou de madeira e passou a ser coberta dois anos depois com cimento, o ateliê foi ganhando forma marcante. Feito a mão, foi se estirando. Hoje, o local, além de guardar sua oficina de criação e sua morada, abriga um hotel com 70 quartos, que se debruça para o mar.
É curioso saber a origem dos versos "era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada" de Vinícius de Moraes, amigo de Vilaró, e que passou uns tempos na Casapueblo. A tal da casa, na trova improvisada pelo poetinha numa manhã diante do mar para as filhas do artista, dizia no contexto: "Mas era feita com pororó, era a casa de Vilaró".
A melhor hora para estar em Casapueblo é, sem dúvida, no entardecer. Todos os dias, religiosamente, acontece a cerimônia do pôr-do-sol em horários diferentes. Com a chegada do verão, o horário é cada vez mais tarde. Durante alguns minutos, os visitantes rumam para a varanda e começam a ouvir uma narração do artista gravada em fita.
"É uma conversa com o sol, meu amigo mais antigo", explica Vilaró. O companheiro de anos, segundo ele, é o astro com o qual, não importa em que parte do mundo estivesse em suas viagens, sempre encontrava. "Te encontrei no Taiti e na África, estou te olhando e vejo que não mudou", diz a fita.
Durante a cerimônia, o silêncio paira e ouve-se o assovio do vento. O sol surge forte e, com o final das palavras gravadas, desaparece. A cena é nostálgica e combina com tudo o que há na Casapueblo.
Museu Casapueblo - Diariamente das 9h até o pôr-do-sol. Ingresso: US$ 5.
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A casa parece ter algo de Antonio Gaudí ou de Salvador Dalí. Uns até dizem que é uma casa "muito engraçada". O fato é que ninguém sai incólume dali. Cada viajante terá um palpite sobre qual referência arquitetônica lembra a Casapueblo. O estilo da construção branca em cima de uma encosta em Punta Ballena tem nome: Carlos Páez Vilaró.
Com vista para o mar e um pôr-do-sol de deixar qualquer um estupefato, a casa começou a ser erguida nos anos 50 por Vilaró e foi tomando proporções esculturais. Toda branca por fora, ela tem formas arredondadas e um quê psicodélico, que se estica do topo do morro quase até o mar.
Tudo começou com uma casinha de lata, em 1958, para ser o ateliê do artista. Decorada com grafismo à beira do precipício, chamava a atenção dos pescadores. Da casa de lata, que virou de madeira e passou a ser coberta dois anos depois com cimento, o ateliê foi ganhando forma marcante. Feito a mão, foi se estirando. Hoje, o local, além de guardar sua oficina de criação e sua morada, abriga um hotel com 70 quartos, que se debruça para o mar.
É curioso saber a origem dos versos "era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada" de Vinícius de Moraes, amigo de Vilaró, e que passou uns tempos na Casapueblo. A tal da casa, na trova improvisada pelo poetinha numa manhã diante do mar para as filhas do artista, dizia no contexto: "Mas era feita com pororó, era a casa de Vilaró".
A melhor hora para estar em Casapueblo é, sem dúvida, no entardecer. Todos os dias, religiosamente, acontece a cerimônia do pôr-do-sol em horários diferentes. Com a chegada do verão, o horário é cada vez mais tarde. Durante alguns minutos, os visitantes rumam para a varanda e começam a ouvir uma narração do artista gravada em fita.
"É uma conversa com o sol, meu amigo mais antigo", explica Vilaró. O companheiro de anos, segundo ele, é o astro com o qual, não importa em que parte do mundo estivesse em suas viagens, sempre encontrava. "Te encontrei no Taiti e na África, estou te olhando e vejo que não mudou", diz a fita.
Durante a cerimônia, o silêncio paira e ouve-se o assovio do vento. O sol surge forte e, com o final das palavras gravadas, desaparece. A cena é nostálgica e combina com tudo o que há na Casapueblo.
Museu Casapueblo - Diariamente das 9h até o pôr-do-sol. Ingresso: US$ 5.
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