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10/03/2005
-
10h18
da Folha de S. Pauilo
O enoturismo brasileiro é jovem como a produção de vinhos no país. Também é recente no Brasil a cultura do vinho e o conhecimento do que envolve a bebida. Mas, assim como o vinho nacional começa a crescer em complexidade e da mesma forma que o brasileiro passa a se interessar mais pela história que há dentro de cada garrafa, a vontade de conhecer os locais nos quais é produzido o vinho se intensifica.
Sentindo no ar o aroma de mudança, as principais vinícolas brasileiras investem em infra-estrutura para receber turistas.
A região do vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, concentra a maior parte das vinícolas nacionais, é o principal destino de enoturismo do país.
Ali, a vinícola Miolo participa da construção de um hotel voltado para o vinho, na frente das instalações da vinícola. A casa Valduga completa, neste ano, a construção da sua quarta pousada, que fica dentro do território da empresa, e começa a construir a quinta. A Salton investe na criação de um parque da uva e do vinho, no qual o turista poderá passear entre as videiras e acompanhar todo o processo de produção do líquido. Todas as vinícolas oferecem visitas guiadas e muitas têm cursos de degustação.
Ciclo de crescimento
O efeito das iniciativas é cíclico. Segundo Juarez Valduga, da Casa Valduga, 90% dos turistas que se hospedam em uma das três pousadas que ficam na vinícola não conhecem nada de vinho. O traço principal desse turista é a curiosidade, segundo Valduga.
Antonio Miolo, da vinícola Miolo, diz a mesma coisa. "O turista de vinho é de classe A e B e tem muita curiosidade."
Ao fazer uma visita a essas vinícolas, o curioso é iniciado no universo do vinho, aprende os nomes das castas de uvas, como o vinho é feito e como deve ser degustado. Assim vai se educando e aumentado a sua cultura de vinho, o que aumenta o consumo da bebida de qualidade e gera mais vontade de visitar o local onde ela é feita.
Miolo afirma receber 120 mil turistas por ano em sua vinícola, número que cresce a cada temporada. Cada visitante participa de um tour guiado, em que as instalações da empresa são percorridas. Ao final, há uma degustação.
Valduga calcula uma média de 500 a 600 turistas por semana --de 24 mil a 28,8 mil por ano. Ali também o visitante percorre corredores cheios de tanques de fermentação, observa as máquinas e vê os barris de carvalho nos quais o vinho envelhece.
Vinhedo tropical
Embora o vale dos Vinhedos seja hoje o principal destino no qual o vinho é o atrativo, já despontam outros locais cheios de potencial.
O principal deles é a região do vale do São Francisco, na Bahia, perto de Juazeiro, e em Pernambuco, perto de Petrolina. A Miolo, que produz lá, na fazenda Ouro Verde, o vinho Terranova, pretende construir, neste ano, uma vinícola com sala de degustação e loja de varejo para receber turistas. Hoje, há, ali, uma vinícola de mais de 20 anos, onde é feita a vinificação das uvas.
A ViniBrasil, sociedade entre a vinícola local Santa Maria, a portuguesa Dão Sul e a importadora Expand, investe na investigação do cultivo de uvas viníferas ali, onde faz o vinho Rio Sol.
Quase no Uruguai
Os vinhedos que crescem na campanha gaúcha, região próxima da fronteira do Uruguai, perto de Bagé (RS), onde são produzidas uvas de castas portuguesas que dão origem ao vinho Quinta do Seival, da mesma vinícola Miolo, também ganharão uma sede, com a mesma estrutura para receber visitantes, em 2006.
Ali, o apelo turístico que se soma ao vinho é a história. A Estância do Seival foi palco da batalha do Seival, durante a Revolução Farroupilha. Na mesma fazenda, ficam as ruínas de uma das primeiras vinícolas brasileiras, a Quinta do Seival, do começo do século 20.
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O enoturismo brasileiro é jovem como a produção de vinhos no país. Também é recente no Brasil a cultura do vinho e o conhecimento do que envolve a bebida. Mas, assim como o vinho nacional começa a crescer em complexidade e da mesma forma que o brasileiro passa a se interessar mais pela história que há dentro de cada garrafa, a vontade de conhecer os locais nos quais é produzido o vinho se intensifica.
Sentindo no ar o aroma de mudança, as principais vinícolas brasileiras investem em infra-estrutura para receber turistas.
A região do vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, concentra a maior parte das vinícolas nacionais, é o principal destino de enoturismo do país.
Ali, a vinícola Miolo participa da construção de um hotel voltado para o vinho, na frente das instalações da vinícola. A casa Valduga completa, neste ano, a construção da sua quarta pousada, que fica dentro do território da empresa, e começa a construir a quinta. A Salton investe na criação de um parque da uva e do vinho, no qual o turista poderá passear entre as videiras e acompanhar todo o processo de produção do líquido. Todas as vinícolas oferecem visitas guiadas e muitas têm cursos de degustação.
Ciclo de crescimento
O efeito das iniciativas é cíclico. Segundo Juarez Valduga, da Casa Valduga, 90% dos turistas que se hospedam em uma das três pousadas que ficam na vinícola não conhecem nada de vinho. O traço principal desse turista é a curiosidade, segundo Valduga.
Antonio Miolo, da vinícola Miolo, diz a mesma coisa. "O turista de vinho é de classe A e B e tem muita curiosidade."
Ao fazer uma visita a essas vinícolas, o curioso é iniciado no universo do vinho, aprende os nomes das castas de uvas, como o vinho é feito e como deve ser degustado. Assim vai se educando e aumentado a sua cultura de vinho, o que aumenta o consumo da bebida de qualidade e gera mais vontade de visitar o local onde ela é feita.
Miolo afirma receber 120 mil turistas por ano em sua vinícola, número que cresce a cada temporada. Cada visitante participa de um tour guiado, em que as instalações da empresa são percorridas. Ao final, há uma degustação.
Valduga calcula uma média de 500 a 600 turistas por semana --de 24 mil a 28,8 mil por ano. Ali também o visitante percorre corredores cheios de tanques de fermentação, observa as máquinas e vê os barris de carvalho nos quais o vinho envelhece.
Vinhedo tropical
Embora o vale dos Vinhedos seja hoje o principal destino no qual o vinho é o atrativo, já despontam outros locais cheios de potencial.
O principal deles é a região do vale do São Francisco, na Bahia, perto de Juazeiro, e em Pernambuco, perto de Petrolina. A Miolo, que produz lá, na fazenda Ouro Verde, o vinho Terranova, pretende construir, neste ano, uma vinícola com sala de degustação e loja de varejo para receber turistas. Hoje, há, ali, uma vinícola de mais de 20 anos, onde é feita a vinificação das uvas.
A ViniBrasil, sociedade entre a vinícola local Santa Maria, a portuguesa Dão Sul e a importadora Expand, investe na investigação do cultivo de uvas viníferas ali, onde faz o vinho Rio Sol.
Quase no Uruguai
Os vinhedos que crescem na campanha gaúcha, região próxima da fronteira do Uruguai, perto de Bagé (RS), onde são produzidas uvas de castas portuguesas que dão origem ao vinho Quinta do Seival, da mesma vinícola Miolo, também ganharão uma sede, com a mesma estrutura para receber visitantes, em 2006.
Ali, o apelo turístico que se soma ao vinho é a história. A Estância do Seival foi palco da batalha do Seival, durante a Revolução Farroupilha. Na mesma fazenda, ficam as ruínas de uma das primeiras vinícolas brasileiras, a Quinta do Seival, do começo do século 20.
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