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21/04/2005 - 15h01

Equador: Esmeraldas mantém cultura africana

CAROLINA HANASHIRO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, No Equador

Situada entre o oceano Pacífico e a cordilheira dos Andes, a costa equatoriana tende a ficar em segundo plano nos itinerários dos visitantes estrangeiros, que se dirigem à região quase sempre com o único intuito de chegar ao arquipélago de Galápagos.

O litoral reúne, no entanto, atrativos variados, como passeios por mangues, observação de baleias e as únicas comunidades de descendentes africanos do país.

Na região, está Guayaquil, a cidade mais povoada do Equador. Capital econômica do país, Guayaquil passou recentemente por uma série de programas de renovação urbanística com o objetivo de atrair mais turistas.

A mudança mais emblemática, chamada de Malecón 2000, transformou a margem do rio Guayas em um grande centro de lazer que se estende por 2,5 quilômetros.

A região de Las Peñas, uma das mais antigas do país --principalmente porque muitos bairros desapareceram em um grande incêndio em 1896--, também teve suas casas coloniais restauradas.

Saindo de Guayaquil, vale a pena visitar Salinas, cidade conhecida por suas histórias de piratas, navios afundados e tesouros.

O caso mais famoso é o do barco La Capitana, que, em 1654, ia da atual Bolívia até a Espanha carregado de ouro e prata quando afundou no litoral equatoriano.

A história nunca foi esquecida e, em 1995, norte-americanos e noruegueses conseguiram licença do governo para explorar a região em busca da riqueza, que seria dividida entre os três países.

Em 1997, os norte-americanos encontraram 5.000 moedas de prata e uma de ouro, que hoje está no Banco Central do Equador. Há quem diga que todo o tesouro foi achado pelos estrangeiros, que teriam ido embora com a maior parte das moedas.

Um pouco mais ao norte de Salinas está Montañita, um povoado de pescadores fixado em uma agradável praia, considerada a melhor para a prática do surfe no país, com ondas que chegam a medir até três metros.

Por ali também se encontra o Parque Nacional Machalilla, o único local protegido da costa equatoriana. Aberto à visitação, o parque oferece atividades como mergulho, visitas arqueológicas e, a mais procurada de todas, observação de cetáceos, principalmente baleias jubartes.

Faz parte do parque também a Isla de la Plata, que, segundo uma lenda local, tem esse nome porque o pirata Francis Drake teria enterrado ali vários tesouros nunca encontrados.

A ilha é chamada de Galápagos dos pobres, pois abriga fauna bem semelhante à encontrada no famoso arquipélago. A vantagem é que ali se gasta metade do valor.

Rumo ao litoral norte, criadouros de camarões e plantações de banana dominam a paisagem, confirmando a liderança mundial do país na exportação dos dois produtos. Para apreciar o visual de modo autêntico, vale a pena encarar uma aventura no teto de uma chiva-o colorido ônibus com carroceria de madeira.

O ponto mais conhecido da costa norte é Esmeraldas, famosa por sua comunidade de negros, etnia que representa apenas 5% da população equatoriana.

A história conta que, em 1533, um navio espanhol com mercadorias e escravos afundou na região. Salvaram-se 17 homens e seis mulheres, que entraram pela selva. Mais tarde, uniram-se a eles outros escravos fugidos da Nicarágua. Isolados do resto do país, os negros de Esmeraldas mantiveram a cultura de seus ancestrais intacta por muitos anos. A comunidade só foi descoberta dois séculos mais tarde.

Hoje, a região --urbanizada, industrializada e rodeada por refinarias de petróleo-- não é das mais atraentes. É preciso se deslocar mais ao norte para encontrar aldeias muito parecidas com as africanas, como as comunidades de La Tola, Limones e San Lorenzo. Nesses locais, a influência se manifesta em construções, comidas, festas, artesanato e, principalmente, no sincretismo religioso.

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