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05/05/2005 - 10h52

Tour em Londres relembra os Beatles

LUÍS SOUZA
Enviado especial a Londres

"Os Beatles eram de Liverpool", diz o guia. "Porém, em 1963, após o sucesso, eles tiveram de se mudar para a "Swinging London", a capital cultural dos anos 60."

Assim começa o The Beatles Magical Mystery Tour. São 11h de uma quinta-feira. O grupo está na saída do metrô Tottenham Court Road, ponto de encontro para o passeio de quase três horas pelos principais lugares na capital inglesa relacionados à banda mais popular de todos os tempos.

Após recolher o valor do tour --5,50 libras-- dos 29 participantes daquele dia, Richard Porter, o guia pede para que todos o sigam.

Percorrem-se dois quarteirões e chega-se a uma praça -a Soho Square. Do outro lado da rua, está o prédio que abriga a MPL, a produtora de Paul McCartney. "MPL quer dizer McCartney Productions LTD, e não McCartney, Paul e Linda", explica o guia, enquanto mostra uma foto de Paul e Linda (sua mulher, morta em 1998).

Mais dois quarteirões, e o grupo pára em uma ruazinha apertada, apenas para pedestres: a St. Anne's Court. Ali fica o Trident Studios, onde, em 31/7/68, foi gravada "Hey Jude". O guia conta que a canção foi escrita por Paul para Julian, filho de John Lennon e sua primeira mulher, Cynthia. Na época, o casal ia se separar.

A próxima parada é defronte a um banheiro público. Em 27/11/ 66, o local foi cenário de um quadro do programa "Not Only...But Also". O convidado era John Lennon. Pela primeira vez, ele apareceu com os óculos redondos que se tornariam sua marca.

Dali, ganha-se a Carnaby Street , o coração da "Swinging London" da década de 60. Pela Carnaby, segue-se até a Argyll Street, onde fica o teatro Palladium. Em 13/10/ 63, os Beatles fizeram furor no programa televisivo "Sunday Night at the London Palladium". No outro dia, imagens das fãs gritando histericamente estavam em todos os jornais. Estava consolidada a beatlemania.

A parada seguinte é onde funcionava a casa noturna The Bag O'Nails, freqüentada por roqueiros nos anos 60. Ali dentro, em 15/5/67, Paul McCartney conheceu uma fotógrafa chamada Linda, com quem se casaria em 69.

Depois de mais alguns quarteirões, chega-se a um prédio de que todo beatlemaníaco já ouviu falar. O telhado do edifício que abrigava a produtora dos Beatles, a Apple Studios, na Saville Row, foi também o local em que eles fizeram o último show, em 30/1/69, como parte do documentário "Let It Be". A trilha sonora do filme seria o derradeiro disco do grupo a ser lançado.

Uma das estações de metrô mais próximas do prédio da Apple é a Green Park. É para lá que o grupo se encaminha. A parte final do passeio se dá três estações depois, em St. John's Wood. O bilhete de metrô (2,30 libras) não está incluído no preço do tour.

Logo na saída da estação fica o Abbey Road Cafe, que vende merchadising oficial do estúdio. "Mas o café não será visitado agora", fala o guia, indicando o caminho pela Grove End Road. São três quarteirões até um certo cruzamento, com a Abbey Road.

É o ápice do tour. O grupo está diante da faixa de pedestres mais famosa do mundo. Em 8/8/69, Paul, John, George Harrison e Ringo Star foram fotografados para a capa de um novo disco atravessando a faixa.

"O disco se chamou "Abbey Road"." O guia tenta explicar mais detalhes, mas pára de repente. Um dos participantes do tour está em pé, no meio da rua, tirando fotos de outro participante na faixa de pedestres. O guia afirma que as fotos devem ser tiradas da calçada, pois a via é movimentada e já houve atropelamentos nas mesmas circunstâncias. É inútil. Todos vão para o meio da rua. O trânsito pára. Quase ninguém buzina. Deve ser uma cena comum.

Alvin Finnen, um austríaco de 32 anos, entrega sua câmera à reportagem da Folha. Pede para que tire uma foto dele na faixa. Antes, todavia, fica descalço --como Paul na capa de "Abbey Road"-- e coloca fones de ouvido. "Vou escutar "Something" (uma das músicas do disco)."

A poucos metros dali, fica outro lugar de peregrinação: o mítico estúdio Abbey Road, onde foram gravados os discos dos Beatles. No site (www.abbeyroad.co.uk) há uma câmera que monitora a faixa de pedestres 24h por dia. Já o muro do estúdio vive cheio de mensagens deixadas pelos fãs. Tanto que a cada três meses é repintado para que novas mensagens possam ser escritas.

O tour acaba ali, no estúdio. Porém todos vão para o Abbey Road Cafe, na saída do metrô St. John's Wood. Lá se pode comprar, por exemplo, o livro de Richard Porter, o guia do tour, sobre os Beatles. E, surpresa!, a atendente é brasileira. Há seis meses ali, a gaúcha Elaine Patrício, 20, diz que se diverte com os beatlemaníacos que surgem, mas tem uma queixa: "Não vêm muitos brasileiros".

Com informações do MEC

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