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16/06/2005 - 11h00

Buenos Aires: Cartunista argentina Maitena guia brasileiro

MARGARETE MAGALHÃES
da Folha de S. Paulo

Buenos Aires encanta, ensina e diverte. A viagem pela capital argentina, que, no ano passado, recebeu 2,8 milhões de turistas estrangeiros, fica mais saborosa quando as dicas sobre o que fazer lá vem de um portenho. O tour melhora quando os toques são da mais famosa cartunista e chargista argentina: Maitena Burundarena, 43, criadora da tira "Superadas", publicada na Folha aos domingos e em revistas e jornais de mais de 20 países.

Toni Pires/FI
A portenha Maitena faz a tira "Superadas"
A portenha Maitena faz a tira "Superadas"
Um passeio pela Buenos Aires de Maitena mostra os lugares para comprar, namorar, bailar, cortar cabelo ou simplesmente tomar uns tragos e ver gente passar. Ela também fala de seu restaurante preferido, o El Obrero, no bairro La Boca, freqüentado por senhoras e por Bono Vox, e de bares descolados em Palermo, como o Olsen, que tem 60 tipos de vodca.

Na capital, diz Maitena, não há um canto do qual ela se envergonhe. "Os contrastes é que dão o caráter às cidades", diz.

Leia entrevista exclusiva concedida à Folha do balneário uruguaio de La Pedrera, a 240 km de Montevidéu, onde Maitena vive parte do tempo "para trabalhar mais tranqüilamente", segundo o marido e assessor, Daniel Kon. Sim, Buenos Aires é agitada. Estendendo à capital a qualidade que Maitena dá ao bar Niceto, a cidade "nunca dorme e surpreende sempre".

Folha - O que você recomenda para fazer num dia com sol e num com chuva em Buenos Aires?

Maitena Burundarena
- Num dia de chuva, há livrarias magníficas para ir. Uma no bairro Norte, a El Ateneo (Santa Fé com Robamba), fica num lugar onde funcionava um teatro. Ela conserva os palcos superluxuosos, o cenário, onde há um bar, e uma cúpula impressionante. Há todos os tipos de livro, e a seção infantil, com cadeiras e mesas pequenas, é um lugar muito bom para passar um par de horas com as crianças. A duas quadras dali fica a loja de discos Notorious (Callao, 966), onde é possível escutar uns discos interessantes num ambiente muito "cool". Há um bar que dá para um jardim e, em várias noites, há música ao vivo. Outra livraria que recomendo é a Boutique del Libro (Thames, 1.762), em Palermo, cheia de objetos, edições especiais e livros para os que os amam.

Num dia de sol, iria passear pela Recoleta, pelo cemitério e pelos parques, passando pela feira de artesanato. Almoçaria em Puerto Madero, em algum restaurante com vista para a ponte de Calatrava. À tarde, iria a San Telmo, o bairro colonial, cheio de antiquários e de ruelas de pedras. Se fosse um domingo, comeria no Telmo Bar (Carlos Calvo com Bolivar), uma pequena pensão, baratíssima, onde são feitos uns malfatti de espinafre gloriosos. À noite, levaria ao meu restaurante favorito na Boca, o El Obrero (Cafarena, 64), outro boteco, mas esse é grande e lotado, muito lindo, com fotos de futebol antológicas e um ambiente único. Come-se bem sem pagar muito. É freqüentado por senhoras do bairro com bóbi no cabelo, mas você também pode encontrar o Bono (sim, Bono) comendo na mesa ao lado. Não é sempre, claro. Outros restaurantes de que gosto são o Oviedo (Olazábal, 5.501), onde se come como os deuses, em um ambiente bastante informal, mas muito elegante, e o Sifones & Dragones (Ciudad de la Paz, 174), que só tem quatro mesas, com cozinha à vista, ao lado da mesa, show de cozinheiros e uma carta de vinhos muito moderna. É um lugar especial. O Green Bamboo (Costa Rica, 5.802) serve pratos orientais sofisticados e belíssimos e sucos de frutas exóticas, num ambiente escuro e misterioso.

Folha - Aonde você levaria um amigo brasileiro para passear? E se fosse uma amiga?

Maitena
- A amiga, levaria ao meu cabeleireiro, Volumen 3 (Paraná, 1.163), onde, além de ganhar um supercorte de cabelo, ela poderia tomar algo e ouvir boa música, num lugar muito divertido. Na verdade, também poderia levar um amigo lá, porque o salão é unissex, mas não sei se um turista, homem, iria ao cabeleireiro. A duas quadras, na Santa Fé com a Rodriguez Peña, fica a galeria Bond Street (Santa Fé, 1.670), onde convivem punks, góticos, skatistas, tatuadores. O lugar está cheio de lojas originalíssimas (Rayo Rojo, de revista em quadrinhos, e Unmo, de jeans).

Folha - Os roteiros para homem e mulher seriam diferentes?

Maitena
- Não, não seriam passeios diferentes, a não ser para sair às compras, não? O passeio depende muito da característica de cada um. Algumas pessoas eu levaria a um museu, como o Malba (Figueroa Alcorta 3.415), que é ótimo; outros, ao hipódromo de Buenos Aires, que é fantástico. Ou ao estádio da Boca, para ver uma partida emocionante. Outros, poderia levar ao Parque Japonês, para caminhar sobre pontes vermelhos e alimentar os peixes, ou à reserva ecológica e andar de bicicleta ao lado do rio. O zoológico de Buenos Aires também é muito lindo e está no meio da cidade.

Folha - Em que lugares da cidade você teria vergonha de passar?

Maitena
- Nenhum. Os contrastes é que dão o caráter às cidades. Gostaria que não houvesse crianças mendigando nas ruas, mas estamos na América Latina, e as coisas não são fáceis.

Folha - Qual é o lugar mais romântico em Buenos Aires?

Maitena
- A velha confeitaria La Ideal (Suipacha, 384), que é como estar num filme de Bertolucci, onde, além de tudo, todas as tardes dança-se o verdadeiro tango.

Folha - Que suvenir você indicaria para levar de lembrança?

Maitena
- Depende. Minha loja preferida é a Tramando (Rodriguez Peña com Posadas), de pesquisa têxtil e moda de um nível criativo altíssimo. Virando a rua, Perez Sanz trabalha com metais e pedras e faz umas peças incríveis. Desde jóias até cintos, tudo com um talento bárbaro. A Calma Chicha (Honduras, 4.925), em Palermo, tem objetos divertidos para casa, de todos os preços. Finalmente, uma boa garrafa de vinho de Mendoza, algum Catena Zapata, é sempre uma boa lembrança.

Folha - O que você faria com um amigo que não comesse parrilla?

Maitena
- Levaria para comer na Dominga (Honduras, 5.618), que tem de tudo. E, se não quiser comer nada, pode tomar uma boa bebida e se divertir somente olhando as pessoas.

Folha - Quais as opções para quem não come parrilla?

Maitena
- Buenos Aires tem uma oferta gastronômica impressionante. Pode-se provar comida mexicana, japonesa, tailandesa, árabe, mediterrânea e uma centena de outras opções. Há restaurantes abertos durante a madrugada, onde se come até as 3h (Pepito, na Corrientes com Uruguay, por exemplo, ou Edelweiss, na Libertad com Corrientes).

Folha - Para a balada, quais lugares você recomenda?

Maitena
- Sem dúvida, o melhor é dar uma volta por Palermo Viejo e tomar uns drinques em vários bares, como uma vodca no Olsen (Gorritti, 5.870), que tem mais de 60 tipos da bebida, uma caipirinha no Diamante (Malabia, 1.688) ou uma taça de vinho no La Central (Costa Rica, 5.644). Se não achar nada em Palermo, siga para o Boquitas Pintadas (Estados Unidos, 1.393), no centro, tome uma cerveja ou saia para dançar ao som da música de algum DJ recém-chegado de algum país remoto, ou passe por El Danzon (Libertad, 1.161) para ouvir música, comer um sushi ou tomar um trago entre um monte de gente linda e barulhenta. De madrugada, vá ao Niceto (entre Vega e Humboldt), que nunca dorme e surpreende sempre.

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