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23/06/2005
-
11h02
Enviado especial à África do Sul
A África do Sul permeia o imaginário de muitos viajantes pelas savanas, pela diversidade de línguas e de tribos, pela multiculturalidade e pela história intrincada. Leva vantagem, sem dúvida, pela variedade da fauna, com a presença daqueles personagens que, desde pequenos, relacionamos ao reino animal e que só podemos ver enjaulados em zoológicos.
O safári, embora seja o grande atrativo sul-africano, não é o único. Na região do Cabo, há um trajeto de 316 quilômetros, batizado de Garden Route (rota jardim), entre Port Elizabeth e a Cidade do Cabo, que passa por parques e cidades costeiras e vai bem além de uma viagem que só tem os "big five" (os cinco animais mais procurados em safáris: elefante, rinoceronte, leão, leopardo e búfalo) na mira. O roteiro mescla praias, ondas, esportes radicais, shoppings e vinícolas.
Única estrada de todo o mundo que costeia os oceanos Atlântico e Índico, a Garden Route pode ser considerada o equivalente da rodovia Rio-Santos para os brasileiros ou das estradas costeiras da Califórnia. É o trecho mais caro do litoral sul-africano, com condomínios de luxo e praias recortadas por montanhas, além de ser o destino de verão das elites de Johannesburgo e Cidade do Cabo.
Não é à toa que a Garden Route ganhou esse nome. O verde recobre quase todo o percurso, em um país marcado pela paisagem de savanas. Ao longo de toda a estrada, há desfiladeiros que se tornaram alvo fácil dos praticantes de esportes radicais. Há trilhas e bungee jumps de quase cem metros, além de rios propícios para a prática de canoagem e de algumas das ondas mais perfeitas de todo o mundo, como as de Jeffrey's Bay.
Mas o safári não fica de fora. A reserva de Shamwari, a 72 km de Port Elizabeth, cumpre a função. Para saber como funciona o safári não é preciso se deslocar até o Kruger, o maior parque nacional da África do Sul, no norte do país. Shamwari é uma das reservas mais modernas do país e tem lodges de alto padrão.
Além dos safáris e das praias, não há como escapar de três temas durante a permanência na África do Sul: a questão racial, a criminalidade e a Aids. Assim como as correntes marítimas que chegam do Atlântico e do Índico têm dificuldade para se misturar na costa da África do Sul, o mesmo ainda ocorre com brancos e negros 11 anos depois do fim do apartheid.
Pesquisa do Instituto Justiça e Reconciliação da África do Sul indica que 59% dos brancos e 24% dos negros desaprovam o relacionamento de um parente próximo com um membro de outra raça.
Ademais, o país enfrenta enormes complicações para combater a criminalidade, que, em Johannesburgo, chega a ser maior do que no Brasil, e para lutar contra a Aids. Para os sul-africanos, boa parte das mazelas poderá ser superada com a realização da Copa do Mundo de 2010, na qual depositam a expectativa de que, além de conquistar o título, conseguirão aquecer a economia e colocar o país como um dos principais destinos turísticos do mundo.
Gustavo Chacra viajou a convite da South African Tourism e da companhia aérea South African Airways
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GUSTAVO CHACRAEnviado especial à África do Sul
A África do Sul permeia o imaginário de muitos viajantes pelas savanas, pela diversidade de línguas e de tribos, pela multiculturalidade e pela história intrincada. Leva vantagem, sem dúvida, pela variedade da fauna, com a presença daqueles personagens que, desde pequenos, relacionamos ao reino animal e que só podemos ver enjaulados em zoológicos.
O safári, embora seja o grande atrativo sul-africano, não é o único. Na região do Cabo, há um trajeto de 316 quilômetros, batizado de Garden Route (rota jardim), entre Port Elizabeth e a Cidade do Cabo, que passa por parques e cidades costeiras e vai bem além de uma viagem que só tem os "big five" (os cinco animais mais procurados em safáris: elefante, rinoceronte, leão, leopardo e búfalo) na mira. O roteiro mescla praias, ondas, esportes radicais, shoppings e vinícolas.
Única estrada de todo o mundo que costeia os oceanos Atlântico e Índico, a Garden Route pode ser considerada o equivalente da rodovia Rio-Santos para os brasileiros ou das estradas costeiras da Califórnia. É o trecho mais caro do litoral sul-africano, com condomínios de luxo e praias recortadas por montanhas, além de ser o destino de verão das elites de Johannesburgo e Cidade do Cabo.
Não é à toa que a Garden Route ganhou esse nome. O verde recobre quase todo o percurso, em um país marcado pela paisagem de savanas. Ao longo de toda a estrada, há desfiladeiros que se tornaram alvo fácil dos praticantes de esportes radicais. Há trilhas e bungee jumps de quase cem metros, além de rios propícios para a prática de canoagem e de algumas das ondas mais perfeitas de todo o mundo, como as de Jeffrey's Bay.
Mas o safári não fica de fora. A reserva de Shamwari, a 72 km de Port Elizabeth, cumpre a função. Para saber como funciona o safári não é preciso se deslocar até o Kruger, o maior parque nacional da África do Sul, no norte do país. Shamwari é uma das reservas mais modernas do país e tem lodges de alto padrão.
Além dos safáris e das praias, não há como escapar de três temas durante a permanência na África do Sul: a questão racial, a criminalidade e a Aids. Assim como as correntes marítimas que chegam do Atlântico e do Índico têm dificuldade para se misturar na costa da África do Sul, o mesmo ainda ocorre com brancos e negros 11 anos depois do fim do apartheid.
Pesquisa do Instituto Justiça e Reconciliação da África do Sul indica que 59% dos brancos e 24% dos negros desaprovam o relacionamento de um parente próximo com um membro de outra raça.
Ademais, o país enfrenta enormes complicações para combater a criminalidade, que, em Johannesburgo, chega a ser maior do que no Brasil, e para lutar contra a Aids. Para os sul-africanos, boa parte das mazelas poderá ser superada com a realização da Copa do Mundo de 2010, na qual depositam a expectativa de que, além de conquistar o título, conseguirão aquecer a economia e colocar o país como um dos principais destinos turísticos do mundo.
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