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05/07/2005 - 11h27

Viagens de Mozart são catalogadas e viram rotas turísticas

KUIS LIDÓN
da EFE, em Viena

Reviver as viagens do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) é o objetivo de uma associação com sede em Salzburgo que catalogou, em 18 rotas européias, os caminhos trilhados pelo gênio da música ao longo de sua vida.

Segundo Gerhard Spitz, secretário-geral do projeto "Os caminhos de Mozart", o compositor passou 3.720 dias de sua vida viajando, ou seja, um total de dez anos, dos 35 que viveu.

O cálculo se baseia nas estimativas da Fundação Mozarteum, de Salzburgo, que reúne 75 cidades, regiões e organizações e é a responsável por guardar o legado cultural do compositor que mais produziu na história, autor de obras-primas como "O Casamento de Fígaro", "A Flauta Mágica" e "Don Giovanni".

Sua primeira viagem o levou a Munique, em 1762, onde se apresentou para o príncipe da Baviera Maximilian III Joseph. Na época Mozart tinha apenas seis anos. A última cidade visitada por Mozart foi Praga, em 1790, um ano antes de sua morte.

Nesse período, Mozart escreveu mais de mil composições e deixou muitas outras sem terminar, o que não tem precedentes na história da música, garante Spitz.

As viagens de Mozart se dividem em 18 rotas, passando por Áustria, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Suíça, Holanda, Bélgica, República Tcheca e Eslováquia.

"Os caminhos de Mozart" mostram os lugares pelos quais o compositor passou, como Paris. Na capital francesa, sua mãe, Anna Maria, morreu em uma de suas viagens de rotina. Já em Canterbury, Reino Unido, Mozart participou de uma corrida de cavalos.

Na Itália, Mozart passou por cidades como Cremona, onde ficou uma noite. Em Kundl, Áustria, o músico parou para repor as energias em um jantar.

A iniciativa de mapear as 18 rotas surgiu em 1999, com o apoio do Governo do estado federado de Salzburgo, como parte do "Ano Mozart 2006", que comemora o 250º aniversário de seu nascimento. Na Áustria a data será lembrada por diversos eventos culturais em homenagem à sua figura universal.

Em todas as cidades e regiões que fazem parte do projeto haverá comemorações e atividades culturais, para divulgar o legado do músico, nascido em Salzburgo, mas que viveu grande parte de sua vida e morreu em Viena

A iniciativa também tem o apoio do Conselho da Europa, que a incluiu em sua categoria de "Importante Rota Cultural" e dará às instituições participantes, sejam elas cidades, monumentos ou rotas, um selo próprio de distinção.

Para Spitz, existe uma analogia entre o período das viagens de Mozart (1762 a 1790) e a época atual, ambas fases de mudanças. O pano de fundo das jornadas de Mozart era o Iluminismo e o ambiente da Revolução Francesa.

Mas naquela época, segundo o projeto, as condições de viagem eram muito diferentes das atuais: as carruagens percorriam uma distância de aproximadamente seis quilômetros por hora e tinham que parar a cada 25 quilômetros para mudar os cavalos, o que levava cerca de duas horas.

Desta forma, eram gastos dois dias para percorrer os 100 quilômetros entre Salzburgo e Munique. Atualmente, essa mesma distância é atravessada em apenas uma hora pela estrada.

Além disso, as viagens se tornavam ainda mais difíceis, devido a alojamentos úmidos e sujos e à presença de ladrões no caminho. No entanto, os maiores riscos eram "o vinho, as mulheres e o jogo", como diz o site do projeto: www.mozartways.com.

Apesar de famoso e reconhecido por seus contemporâneos, Mozart morreu na mais desoladora miséria, no dia cinco de dezembro de 1791, aos 35 anos. O músico, vítima de problemas renais, foi enterrado em uma vala comum em Viena, pois sua família não podia pagar uma sepultura individual.

Os biógrafos de Mozart dizem que, por causa de uma chuva torrencial durante o enterro, seus amigos não seguiram o cortejo até o cemitério.

Apenas um cachorro, "cheio de barro e sujo, se animou a seguir o cortejo até o cemitério. Foi o único cavalheiro que presenciou o dia em que Mozart foi enterrado como um cachorro", relata o historiador holandês Henrik Villen van Loon, em seu livro "As Artes".

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