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04/08/2005 - 10h56

Portillo é embarcação atracada em mar de neve

VIVIANE JORGE
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Portillo

Nos Andes chilenos, a 164 km de Santiago, a estação de esqui Portillo parece um transatlântico atracado num mar de neve. No topo da montanhas, é o único hotel de uma região isolada, sendo, assim, completo como um navio. Chegar a esse local numa noite estrelada dá a sensação de estar perto do céu --a 2.800 m de altitude.

A decoração reforça a brincadeira de ser um passageiro de navio, com paredes forradas com couro escuro e lustres e móveis de madeira maciça. À primeira vista tudo parece sisudo, mas a impressão logo desaparece, quando o hall começa a se encher de garçons e de hóspedes relatando peripécias nas montanhas.

O hotel existe há 55 anos e há 49 pertence à mesma família. Portillo se orgulha de ter sido a única estação de esqui sul-americana a sediar o campeonato mundial da modalidade. No total, os quartos acomodam 450 hóspedes --a maioria tem de 25 a 40 anos, e há muitas famílias.

Em agosto, há menos gente. Os brasileiros "embarcam" para Portillo em sua maioria em julho (mês de férias por aqui), quando ocupam 80% de suas vagas. E não há problemas para quem não fala espanhol: o português é o terceiro idioma do lugar, atrás do espanhol e do inglês.

Dia seguinte

Na primeira manhã após a chegada, acordar é uma grata surpresa: da janela avistam-se montanhas brancas refletidas na laguna del Inca. O melhor é que se pode ficar deitado, pois, como todas as atividades são ali mesmo, não é preciso pular da cama cedo e percorrer grandes distâncias. O café é servido até as 10h, e as aulas de esqui começam depois das 10h30.

É preciso chegar com ao menos 15 minutos de antecedência para as lições, pois demora-se algum tempo para vestir todos os aparatos necessários para enfrentar a neve. Na lista de equipamentos, o filtro solar deve fazer par com os óculos escuros --para evitar o efeito olhos de urso panda ao contrário no rosto.

Após o café, o visitante pode tomar aulas de esqui ou snowboard na escola do hotel, considerada uma das melhores do mundo e comandada pelo espanhol Jésus Puente. As lições podem ser em grupo de quatro pessoas ou individuais e são acompanhadas por instrutores. Quem não tem o equipamento aluga no hotel.

Há professores especializados em ensinar as crianças. Perto da "sala de aula" para os pequenos fica sempre uma personagem especial, de olho em tudo: a cadela Margot, uma são-bernardo de quatro meses que é a verdadeira estrela do hotel.

Os instrutores garantem que um aluno aplicado pode descer pela pista intermediária com uma semana de aulas. As 16 pistas são divididas em categorias que vão de fácil a expert.

E quem tiver experiência, disposição para aventura e alguns dólares no bolso pode optar por fazer o "heliski" (subir de helicóptero até um dos pontos mais altos da montanha e descer esquiando pelas pistas de neve virgem).

Muitas equipes internacionais treinam nas pistas de Portillo, fato que contagia os hóspedes e os incentiva a treinamentos mais sérios, na pista de slalom gigante (corrida entre cones). Todas as quintas-feiras é realizada a corrida Sol de Portillo, em que os hóspedes são convidados a competir. No final da tarde, no hall do hotel, é feita a cerimônia de premiação, com coquetel, música e agito.

Não há a possibilidade de ficar parado em Portillo. De dia, as temperaturas são altas --por volta de 25ºC--, e dá para encarar um mergulho na piscina, aquecida, é claro. Aulas de hidroginástica acontecem no fim de tarde. Há ainda salas de musculação e aulas de alongamento e de ioga. Massagem e sauna recuperam os músculos para o dia seguinte.

O hotel ainda dispõe de cyber café, sala de jogos e biblioteca. E às 19h há uma sessão de cinema, com filmes que não se repetem.

Com todas essas atividades, fica óbvio o motivo da ausência de TVs nos quartos. Há sempre alguma atividade mais interessante para fazer, de dia ou à noite.

Viviane Jorge viajou a convite da Ski Portillo e da LAN

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