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05/08/2005
-
20h14
da Revista da Folha
Sem coragem para encarar longas jornadas? Tudo bem, não é preciso ir longe para mudar (bastante) de ares. A menos de duas horas de São Paulo, é possível se debruçar sobre antigas tradições folclóricas, caminhar por um preservado casario colonial dos séculos 18 e 19, descer cachoeiras de 50 m pendurado em cordas, deslizar por corredeiras sobre um bote inflável e ainda cavalgar entre colinas da serra do Mar.
No caminho entre Taubaté e Ubatuba, em meio às montanhas do alto Vale do Paraíba, está a pequenina São Luiz do Paraitinga, opção de viagem rápida e barata tanto para quem procura história, preguiça e comilança como para quem está atrás de adrenalina.
Terra natal do médico Oswaldo Cruz (1872-1917), Paraitinga foi apelidada pelo imperador D. Pedro 2º de "cidade-presépio", por conta de seu casario colonial, herança do período áureo do café. Fundada em 1769, a cidade --hoje com cerca de 10 mil habitantes-- funcionava como entreposto para os embarques no porto de Ubatuba. No início do século 19, com uma população cerca de três vezes maior, chegou a estar entre as cidades mais importantes do Vale.
Os destaques são os aproximadamente 90 sobrados coloridos com gradis nas sacadas, concentrados ao redor da praça da Matriz e de ruas vizinhas. É o maior patrimônio preservado desse tipo de arquitetura no Estado de São Paulo. Três horas de andanças já garantem uma boa exploração do local. Em frente à praça, vagas gratuitas para estacionar o carro, sem a inconveniência de flanelinhas. Bem em frente está a matriz são Luís de Tolosa, conhecida como igreja dos fazendeiros, com seus altares de mármore importado de Carrara.
A três quadras dali, aos pés de uma ladeira calçada com pedras do rio trazidas pelos escravos, fica a singela capela das Mercês, com suas paredes de taipa de pilão datadas do século 18. De manhã, há chances de o visitante assistir aos ensaios musicais do coral de crianças conduzido pela beata Benedita Antunes de Andrade, 76, a dona Didi.
Espécie de primeira-dama religiosa da cidade, dona Didi trabalha com eventos religiosos há 62 anos. Tem sempre em mãos as chaves das igrejas de Paraitinga. Sonha ser enterrada dentro de uma delas e até já escreveu seu poema de despedida, enaltecendo a graça divina e a virgindade.
Dona Didi é uma das organizadoras do mais importante evento da cidade, a Festa do Divino, uma mistura de cerimônia religiosa e folguedo profano que tem mais de 150 anos de tradição. Como Pirenópolis (GO) e Parati (RJ), Paraitinga é um dos raros lugares em que o evento é celebrado todo ano, no mês de maio.
Trilhas
Se você prefere pagar os pecados por outras bandas, aproveite as trilhas e cachoeiras da região, cortada pelos rios Paraibuna e Paraitinga, para praticar rafting, bóia-cross (descer corredeira em bóias), caminhadas, cavalgadas ou nadar na água fria.
Uma boa opção é fazer a trilha das sete cachoeiras, com quedas que variam de 10 a 40 metros de altura, observando no caminho a rica vegetação da mata atlântica. Ou caminhadas no Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia, que oferece alternativas com diferentes graus de dificuldade (leve, médio e difícil) e percursos que podem demorar de quatro a oito horas e meia, sempre rodeados por rios e cachoeiras.
Como chegar- Acesso pelas rodovias Ayrton Senna ou Dutra. Em Taubaté, siga pela rodovia Oswaldo Cruz sentido Ubatuba. A partir de São Paulo, são 171 km.
Especial
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São Luiz do Paraitinga encanta com folclore e trilhas
ROBERTO DE OLIVEIRAda Revista da Folha
Sem coragem para encarar longas jornadas? Tudo bem, não é preciso ir longe para mudar (bastante) de ares. A menos de duas horas de São Paulo, é possível se debruçar sobre antigas tradições folclóricas, caminhar por um preservado casario colonial dos séculos 18 e 19, descer cachoeiras de 50 m pendurado em cordas, deslizar por corredeiras sobre um bote inflável e ainda cavalgar entre colinas da serra do Mar.
Folha Imagem |
São Luiz do Paraitinga é famosa pela Festa do Divino em maio |
Terra natal do médico Oswaldo Cruz (1872-1917), Paraitinga foi apelidada pelo imperador D. Pedro 2º de "cidade-presépio", por conta de seu casario colonial, herança do período áureo do café. Fundada em 1769, a cidade --hoje com cerca de 10 mil habitantes-- funcionava como entreposto para os embarques no porto de Ubatuba. No início do século 19, com uma população cerca de três vezes maior, chegou a estar entre as cidades mais importantes do Vale.
Os destaques são os aproximadamente 90 sobrados coloridos com gradis nas sacadas, concentrados ao redor da praça da Matriz e de ruas vizinhas. É o maior patrimônio preservado desse tipo de arquitetura no Estado de São Paulo. Três horas de andanças já garantem uma boa exploração do local. Em frente à praça, vagas gratuitas para estacionar o carro, sem a inconveniência de flanelinhas. Bem em frente está a matriz são Luís de Tolosa, conhecida como igreja dos fazendeiros, com seus altares de mármore importado de Carrara.
A três quadras dali, aos pés de uma ladeira calçada com pedras do rio trazidas pelos escravos, fica a singela capela das Mercês, com suas paredes de taipa de pilão datadas do século 18. De manhã, há chances de o visitante assistir aos ensaios musicais do coral de crianças conduzido pela beata Benedita Antunes de Andrade, 76, a dona Didi.
Espécie de primeira-dama religiosa da cidade, dona Didi trabalha com eventos religiosos há 62 anos. Tem sempre em mãos as chaves das igrejas de Paraitinga. Sonha ser enterrada dentro de uma delas e até já escreveu seu poema de despedida, enaltecendo a graça divina e a virgindade.
Dona Didi é uma das organizadoras do mais importante evento da cidade, a Festa do Divino, uma mistura de cerimônia religiosa e folguedo profano que tem mais de 150 anos de tradição. Como Pirenópolis (GO) e Parati (RJ), Paraitinga é um dos raros lugares em que o evento é celebrado todo ano, no mês de maio.
Trilhas
Se você prefere pagar os pecados por outras bandas, aproveite as trilhas e cachoeiras da região, cortada pelos rios Paraibuna e Paraitinga, para praticar rafting, bóia-cross (descer corredeira em bóias), caminhadas, cavalgadas ou nadar na água fria.
Uma boa opção é fazer a trilha das sete cachoeiras, com quedas que variam de 10 a 40 metros de altura, observando no caminho a rica vegetação da mata atlântica. Ou caminhadas no Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Santa Virgínia, que oferece alternativas com diferentes graus de dificuldade (leve, médio e difícil) e percursos que podem demorar de quatro a oito horas e meia, sempre rodeados por rios e cachoeiras.
Como chegar- Acesso pelas rodovias Ayrton Senna ou Dutra. Em Taubaté, siga pela rodovia Oswaldo Cruz sentido Ubatuba. A partir de São Paulo, são 171 km.
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