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16/09/2005
-
18h37
Colaboração para a Folha Online
"No início era mais um sonho, uma viagem para um lugar distante e remoto --o que despertava o desafio do desconhecido, das dificuldades. Mas o monte Roraima se mostrou muito mais do que isso. Havia um significado que não estava claro no início da expedição.
Iniciamos nossa expedição por Santa Elena de Uairen, primeira cidade venezuelana depois da fronteira com o Brasil. Já no primeiro dia de caminhada pude ver o monte Roraima coberto por nuvens, ao lado do monte Kukenán. Também no primeiro dia, logo na primeira hora de caminhada, tivemos sol e chuva. Não se iluda nem tenha esperanças: você tomará chuva durante a caminha ao monte --isso é uma certeza. Nesse primeiro dia, só um pensamento: "O que eu estou fazendo aqui?".
No terceiro dia de caminhada (31 de dezembro de 2004), início à subida de fato ao monte Roraima. O primeiro trecho é de escalaminhada, o que deixa o grupo preocupado: se tivéssemos de subir 800 m dessa maneira, com a mochila nas costas, estaríamos acabados. Mas o monte nos reserva uma lição: devagar e sempre.
Um de nossos 11 companheiros é traído pela altitude. Ele passa toda a noite vomitando, sem condições de comer ou de dormir.
No dia seguinte, 1º de janeiro de 2005, comemoramos o Ano Novo e o visual indescritível. Estamos no topo do monte Roraima. A impressão é de estar no topo do mundo, bem acima das nuvens.
Mais do que isso, tenho a impressão de estar em um outro mundo --um lugar que tenta esconder os mistérios de uma terra antiga, que impõe respeito e surpreende pelas belezas que se escondem por detrás das nuvens. O mais belo cenário que já vi em toda a minha vida.
A volta para a aldeia de Paraitepui, no dia 2 de Janeiro, me deu a impressão de perda. Nesse momento consigo sentir o que toda aquela paisagem significava: parecia que a alma e a mente estavam revigorados, era mais do que um sonho que se realizava.
Exatamente no último dia da expedição pude compreender o que tudo aquilo significava: diante de uma montanha tão grande e ao mesmo tempo tão frágil, a lição que ficou nos ensina sobre os valores que temos, as pessoas que conhecemos, a vida que temos e levamos. Não importa se somos ricos ou pobres, feios ou bonitos, homens ou mulheres, velhos ou crianças. O monte é igual para todos."
O professor de logística e coordenador de planejamento Marcello Utiyama, 31, fez a expedição ao monte Roraima no último Réveillon. É autor da exposição fotográfica "Expedição Mundo Perdido", apresentada durante a Adventure Sports Fair, em agosto.
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Crônica: Monte Roraima é mais do que um desafio
MARCELLO UTIYAMAColaboração para a Folha Online
"No início era mais um sonho, uma viagem para um lugar distante e remoto --o que despertava o desafio do desconhecido, das dificuldades. Mas o monte Roraima se mostrou muito mais do que isso. Havia um significado que não estava claro no início da expedição.
Marcelo Utiyama/Arq. Pessoal |
Marcelo Utiyama fez um longo trekking no monte Roraima |
No terceiro dia de caminhada (31 de dezembro de 2004), início à subida de fato ao monte Roraima. O primeiro trecho é de escalaminhada, o que deixa o grupo preocupado: se tivéssemos de subir 800 m dessa maneira, com a mochila nas costas, estaríamos acabados. Mas o monte nos reserva uma lição: devagar e sempre.
Um de nossos 11 companheiros é traído pela altitude. Ele passa toda a noite vomitando, sem condições de comer ou de dormir.
No dia seguinte, 1º de janeiro de 2005, comemoramos o Ano Novo e o visual indescritível. Estamos no topo do monte Roraima. A impressão é de estar no topo do mundo, bem acima das nuvens.
Marcelo Utiyama/Arq. Pessoal |
Professor de São Paulo passou Réveillon no topo |
A volta para a aldeia de Paraitepui, no dia 2 de Janeiro, me deu a impressão de perda. Nesse momento consigo sentir o que toda aquela paisagem significava: parecia que a alma e a mente estavam revigorados, era mais do que um sonho que se realizava.
Exatamente no último dia da expedição pude compreender o que tudo aquilo significava: diante de uma montanha tão grande e ao mesmo tempo tão frágil, a lição que ficou nos ensina sobre os valores que temos, as pessoas que conhecemos, a vida que temos e levamos. Não importa se somos ricos ou pobres, feios ou bonitos, homens ou mulheres, velhos ou crianças. O monte é igual para todos."
O professor de logística e coordenador de planejamento Marcello Utiyama, 31, fez a expedição ao monte Roraima no último Réveillon. É autor da exposição fotográfica "Expedição Mundo Perdido", apresentada durante a Adventure Sports Fair, em agosto.
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