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13/10/2005 - 12h20

Buenos Aires: Jantar introduz turista à dança argentina

HELOISA LUPINACCI
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Buenos Aires

Conhecer o tango em uma viagem a Buenos Aires é uma maneira suingada de vislumbrar um dos muitos aspectos que formam a alma portenha.

O visitante iniciante deve começar explorando a dança visualmente. Um dos programas turísticos mais típicos da capital argentina é ir a um show-jantar em uma das muitas casas que apresentam, à noite, para uma platéia essencialmente estrangeira, seqüências da dança.

Nesses espetáculos o turista desfruta de dois símbolos da cidade de uma vez só: o tango e o churrasco. A maior parte das casas oferece, como principal sugestão no cardápio, o clássico bife de chorizo com "papas" fritas.

É preciso ter em mente que a dança apresentada nesses restaurantes/casas de show é mais acrobática do que aquela bailada pelos tanguistas ditos normais.

Os shows também têm caras diferentes, cabendo ao recém-chegado escolher qual mais se aproxima do seu estilo.

Mas o mais didático de todos os estilos de show é o histórico, como o exibido no El Querandí. A performance mostra como a dança e os trajes usados evoluíram ao longo dos anos. No começo, os passos eram mais comedidos -as dançarinas usavam saias longas. Com o passar dos anos, o encurtamento da saia permitiu mais ousadia nos movimentos.

Essa também é a proposta do Michelangelo, que ocupa uma casa de 1849 em San Telmo --bairro que abriga o Querandí. O show do Michelangelo aborda dos primórdios do tango às renovações pelas quais o estilo passou, por exemplo, nas mãos de Astor Piazzola.

É preciso se informar bastante sobre o show a ser visto para não cair em uma furada. Algumas casas apresentam um tipo de espetáculo pouco instrutivo, muitas vezes chato e quase sempre cafona, no qual os intérpretes são fantasiados de ícones, como Carlos Gardel e Evita Perón.

Para o turista que quiser ser apresentado a todos esses ícones argentinos, ver um pouco de tango e de outras danças folclóricas, o destino indicado é o Señor Tango, uma casa enorme, com capacidade para 2.000 pessoas e com um espetáculo à la Broadway.

Mas esses lugares devem ser evitados por aqueles que buscam conhecer a dança, uma vez que o tempo de show dedicado à apresentação dos tanguistas acaba ficando reduzido.

Quem já viu um show e quer, agora, começar a imitar os dançarinos pode se embrenhar no aprendizado da dança. Uma etapa tão ou mais divertida do que a primeira.

Aqueles que têm pé-de-valsa devem se aventurar a fazer aulas da dança. Nada simples. O tango exige concentração dos candidatos a dançarinos. Uma seqüência básica deve ser bem assimilada para que os passos mais acrobáticos sejam encaixados no traçado.

Nas aulas, a característica que mais ajuda a aprender é o desembaraço. Se puder, candidate-se para ser par do professor ou da professora. Ainda que não aprenda mais do que os outros, o dançante terá a sensação de estar bailando o tango com mais desenvoltura do que os colegas de classe.

Na saída, a dica é passar em uma das muitas lojas que vendem a indumentária para a dança. Peculiaridades nos sapatos, detalhes das roupas e os acessórios --como a flor que fica presa à liga da meia feminina-- valem como curiosidade e como suvenires.

Para que a trilha sonora acompanhe o visitante na volta ao Brasil, CDs não podem faltar nas sacolas de compra. O mais recente é o "Cafe de los Maestros". Trata-se de um reencontro de tocadores e intérpretes de tango à la Buena Vista Social Club.

Já viu shows de tango, já fez aulas, já ouviu CDs dezenas de vezes e, se bobear, já tem até alguns acessórios de tanguista. Esse turista, que mais parece um portenho, pode chegar à cidade e ir direto a uma milonga --casa noturna que toca tango, milonga (ritmo parecido um pouco mais agitado) e salsa. Nessas casas, que lembram os nossos salões de baile, casais passam a noite na pista ao som do ritmo argentino. É preciso prestar atenção quando a pista lota: nessa hora, todos os casais devem dançar para o mesmo lado.

Heloisa Lupinacci viajou a convite da TAM Linhas Aéreas

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