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27/10/2005
-
12h06
da Folha de S.Paulo
Além de sua história inicial, os moradores do sul da Alemanha, sobretudo da Baviera, têm características específicas distintas das existentes entre os habitantes do norte em alguns aspectos, como o dialeto, a religião e a política.
O primeiro relato significativo sobre os habitantes da Alemanha é "Germânia", escrito pelo importante historiador romano Tácito em 98 d.C. Conforme sua descrição, as tribos germânicas, que haviam chegado à Alemanha por volta de 100 a.C. e viviam a oeste do rio Reno e ao sul do rio Meno (região em que se situava o atual sul do país), foram logo incorporadas ao Império Romano.
Já as tribos do leste do Reno e do norte do Meno conseguiram se manter livres por vários séculos, nos quais, ainda segundo Tácito, nutriram relações relativamente amistosas com os romanos.
Na Alemanha atual, certas distinções são flagrantes entre os habitantes das duas áreas, embora não seja fácil definir onde começa uma ou termina a outra e haja reais diferenças internas entre as regiões que as compõem.
Há vários dialetos, com variações, na Alemanha. Na região de Hanover (norte), fala-se o chamado "Hochdeutsch", o alemão "vernacular" ou a língua oficial ensinada nas escolas de todo o país e mais difundida pela mídia.
No sul, destacam-se, entre outros, três dialetos: o "Schwäbisch" (suábio), o "Alemannisch" (alemânico), falados sobretudo no Estado de Baden-Wurttemberg, e o Bairisch (bávaro), comum principalmente na Baviera.
As diferenças religiosas existentes entre as duas regiões também afetam a linguagem de seus habitantes. O sul é majoritariamente católico; o norte tem maioria protestante. Assim, um cumprimento comum no norte é "Grüss Dich" (saudação a você) ou "Grüssen Sie" (saudação ao sr., ambos em tradução livre), enquanto no sul o cumprimento é "Grüss Gott" (saudação a Deus).
Essa diferença religiosa também afeta o comportamento das populações. Os habitantes do sul são mais conservadores tanto social quanto politicamente. Baden-Wurttemberg é governada pela União Democrata Cristã (CDU), da recém-eleita chefe de governo, Angela Merkel, e o chamado Estado Livre da Baviera é governado há décadas pela União Social Cristã (CSU, aliada da CDU).
Por outro lado, como mostraram as últimas eleições legislativas, a maior parte do norte do país é de centro-esquerda ou de esquerda, preferindo o Partido Social-Democrata (SPD), do derrotado chanceler (primeiro-ministro) Gerhard Schröder.
Num país fanático por "Fussball" (futebol), as diferenças regionais também se traduzem em rivalidade dentro e fora de campo. No norte, descartadas as paixões locais, a equipe mais tradicional é o Schalke 04, dos brasileiros Bordon, Rafinha e Kevin Kuranyi (hoje jogador da seleção alemã). No sul, o time de coração da maioria dos torcedores é o Bayern de Munique, no qual jogam Lúcio e Zé Roberto, da seleção de Carlos Alberto Parreira.
Deve-se ressaltar, finalmente, que a Alemanha é um dos maiores países europeus. Isso significa que, como no Brasil, qualquer generalização sobre seus habitantes meridionais ou setentrionais é fadada a ser, cedo ou tarde, desmentida ou matizada por particularidades locais ou regionais.
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Alemanha: Norte e sul alemães encerram diferenças
MÁRCIO SENNE DE MORAESda Folha de S.Paulo
Além de sua história inicial, os moradores do sul da Alemanha, sobretudo da Baviera, têm características específicas distintas das existentes entre os habitantes do norte em alguns aspectos, como o dialeto, a religião e a política.
O primeiro relato significativo sobre os habitantes da Alemanha é "Germânia", escrito pelo importante historiador romano Tácito em 98 d.C. Conforme sua descrição, as tribos germânicas, que haviam chegado à Alemanha por volta de 100 a.C. e viviam a oeste do rio Reno e ao sul do rio Meno (região em que se situava o atual sul do país), foram logo incorporadas ao Império Romano.
Já as tribos do leste do Reno e do norte do Meno conseguiram se manter livres por vários séculos, nos quais, ainda segundo Tácito, nutriram relações relativamente amistosas com os romanos.
Na Alemanha atual, certas distinções são flagrantes entre os habitantes das duas áreas, embora não seja fácil definir onde começa uma ou termina a outra e haja reais diferenças internas entre as regiões que as compõem.
Há vários dialetos, com variações, na Alemanha. Na região de Hanover (norte), fala-se o chamado "Hochdeutsch", o alemão "vernacular" ou a língua oficial ensinada nas escolas de todo o país e mais difundida pela mídia.
No sul, destacam-se, entre outros, três dialetos: o "Schwäbisch" (suábio), o "Alemannisch" (alemânico), falados sobretudo no Estado de Baden-Wurttemberg, e o Bairisch (bávaro), comum principalmente na Baviera.
As diferenças religiosas existentes entre as duas regiões também afetam a linguagem de seus habitantes. O sul é majoritariamente católico; o norte tem maioria protestante. Assim, um cumprimento comum no norte é "Grüss Dich" (saudação a você) ou "Grüssen Sie" (saudação ao sr., ambos em tradução livre), enquanto no sul o cumprimento é "Grüss Gott" (saudação a Deus).
Essa diferença religiosa também afeta o comportamento das populações. Os habitantes do sul são mais conservadores tanto social quanto politicamente. Baden-Wurttemberg é governada pela União Democrata Cristã (CDU), da recém-eleita chefe de governo, Angela Merkel, e o chamado Estado Livre da Baviera é governado há décadas pela União Social Cristã (CSU, aliada da CDU).
Por outro lado, como mostraram as últimas eleições legislativas, a maior parte do norte do país é de centro-esquerda ou de esquerda, preferindo o Partido Social-Democrata (SPD), do derrotado chanceler (primeiro-ministro) Gerhard Schröder.
Num país fanático por "Fussball" (futebol), as diferenças regionais também se traduzem em rivalidade dentro e fora de campo. No norte, descartadas as paixões locais, a equipe mais tradicional é o Schalke 04, dos brasileiros Bordon, Rafinha e Kevin Kuranyi (hoje jogador da seleção alemã). No sul, o time de coração da maioria dos torcedores é o Bayern de Munique, no qual jogam Lúcio e Zé Roberto, da seleção de Carlos Alberto Parreira.
Deve-se ressaltar, finalmente, que a Alemanha é um dos maiores países europeus. Isso significa que, como no Brasil, qualquer generalização sobre seus habitantes meridionais ou setentrionais é fadada a ser, cedo ou tarde, desmentida ou matizada por particularidades locais ou regionais.
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