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14/04/2009 - 14h36

Extremos de Copacabana transformam bairro em microcosmo carioca

PEDRO CARRILHO
colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

Copacabana não é simplesmente um bairro -é um microcosmo do Rio, são 4,1 km§§2§§ entre o oceano Atlântico e os verdes morros que os cercam, onde todos se espremem.

Aqui, da mesma janela de onde avista-se uma das sete novas maravilhas do mundo, o Cristo Redentor, ouvem-se rajadas da guerra do tráfico nas favelas que cercam o bairro. Algumas quadras adiante, o som é de taças de champanhe em coberturas e hotéis sofisticados.

Pedro Carrilho/Folha Imagem
Entre mar e morro, bairro tem a maior densidade demográfica da cidade
Entre mar e morro, bairro tem a maior densidade demográfica da cidade

Sua densidade populacional é uma das mais altas do mundo -são 35.858 habitantes por quilômetro quadrado, segundo dados de 2000 do IBGE. Todos querem uma casquinha da "princesinha do mar" e acotovelam-se nessa improvável fusão de balneário tropical e metrópole caótica. Surgem os montes que já serviram de obstáculo para a povoação dos areais e alagados e hoje abrigam quatro favelas: Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na divisa com Ipanema, ladeira dos Tabajaras e morro dos Cabritos.

Enquanto Ipanema gaba-se de ser a atual disseminadora de modas, Copacabana tem em seu currículo o título do berço da bossa nova, nascida no trecho da rua Duvivier conhecido como beco das Garrafas.

Outrora isolada por sua geografia peculiar, a povoação de Copacabana teve seu primeiro grande impulso em 1892, com a abertura do túnel Alaor Prata, o túnel Velho. Não tardou, e a especulação imobiliária obrigou a abertura de um novo acesso, o túnel Novo, até hoje a principal porta de entrada no bairro, desembocando na avenida Princesa Isabel, que separa o bairro do vizinho Leme.

Poucas casas ainda ocupavam os terrenos quando o Copacabana Palace foi inaugurado, em 1923. Inspirado em hotéis da Riviera francesa, o Palace ainda é símbolo de luxo.

A melhor maneira de conhecer os encantos do bairro é caminhar por suas ruas e pelo calçadão da avenida Atlântica, que foi alargada nas décadas de 60 e 70 e tornou-se via arterial da zona sul carioca.

Pedro Carrilho/Folha Imagem
Cartão-postal em banca no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro
Cartão-postal em banca no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro

A rua Prado Junior, com seus "inferninhos", é o epicentro do turismo sexual. Próxima dali, a Ministro Viveiros de Castro apresenta alguns dos melhores exemplos de construção em art-déco do bairro.

Mais adiante fica o coração do bairro, a área que abrange as transversais Siqueira Campos, Figueiredo de Magalhães e Santa Clara. Nessa região, as calçadas são tomadas por pedestres e camelôs e servem como shopping a céu aberto, com galerias e prédios comerciais. Na galeria Menescal, entre a Nossa Senhora de Copacabana e a Barata Ribeiro, é possível provar a melhor esfiha do bairro, no Baalbek.

Já o shopping Cidade Copacabana concentra antiquários, brechós e sebos. Outros destaques na área são o sebo Baratos da Ribeiro e a Modern Sound, paradas obrigatórias para os amantes da boa música.

Encravado nesse turbilhão fica o bairro Peixoto, um oásis de calmaria. É a área mais agradável de Copacabana, com ares de cidade pequena, abrigando vários albergues, além de uma comunidade judaica.

No fim da praia fica o posto 6, o forte de Copacabana, o museu Histórico do Exército e uma roda gigante.

Nem tudo é sol em Copacabana. Ali também chove. E a chuva convida ao Roxy, um dos poucos cinemas de rua que resistiram ao avanço dos grandes centros comerciais.

 

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