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06/04/2006
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12h46
Enviado da Folha Online a Mendoza (Argentina)*
Uma coisa é certa: poucas cidades têm geografia e infra-estrutura tão variadas a ponto de poder oferecer diversão para todo tipo de turista
--dos que querem praticar esportes radicais e aquáticos até os que desejam esquiar na neve; dos adeptos do montanhismo aos plácidos contempladores da natureza. Em Mendoza, província argentina, é possível mergulhar em piscinas naturais ou escavadas em rocha com água a temperatura de cerca de 50ºC enquanto se está rodeado de montanhas nevadas da pré-Cordilheira dos Andes (pré-cordilheira é, digamos, o comecinho da Cordilheira, a beirada).
Além da variedade turística, no próximo feriado da Páscoa a província toda se transformará, durante quatro dias, na capital da música clássica. Serão mais de 50 concertos nos locais mais variados (e até inusitados): ao pé da cordilheira, entre as parreiras de uma vinícola, na antesala de uma bodega, em praças, parques, ruas...
Os concertos de Páscoa são o segundo principal evento turístico de Mendoza. O primeiro é a Vendimia --a festa da colheita de uvas.
É bom avisar: além de linda, Mendoza engorda. Não bastasse o impacto visual de toda a região, a capital (de mesmo nome da província) oferece uma variedade imensa de restaurantes e bares de excelente qualidade e com preços inferiores aos similares brasileiros. Isso sem falar no produto símbolo província de 1,5 milhão de habitantes: é lá que se produz um dos melhores vinhos do mundo, uma terra onde a francesa uva malbec cresceu, multiplicou-se e recebe hoje um meneio de aprovação de enólogos exigentes.
Desde outubro de 2005, Mendoza é a 8ª capital mundial do vinho. As outras são Melbourne (Austrália), Porto (Portugal), Bilbao & Rioja (Espanha), Florença (Itália), São Francisco & Napa Valley (EUA), Bordeaux (França) e Cidade do Cabo (África do Sul). Como vêem, trata-se de um seleto grupo ao qual o Chile ainda não subiu, o que é motivo de rivalidade regional, embora argentinos admitam --veladamente-- que os vinhos chilenos são de fato superiores. No ranking mundial, Mendoza é a sexta maior região produtora de uvas, e a quinta em produção de vinho (3,5 milhões de litros em 2005). É uma região muito rica em petróleo e minérios, como titânio e ouro.
Rota de asiáticos, norte-americanos, europeus...
Graças à fartura geográfica, a região se tornou um roteiro de sonho para turistas norte-americanos, asiáticos e, sim, também argentinos de todo canto, que migram para o centro-oeste do país o ano inteiro em busca de diversão variada, esportes radicais e muito boa gastronomia. Os mendocinos costumam bater no peito orgulhosos de seu território.
"O Aconcágua é nosso, a cordilheira dos Andes é nossa", exageram. Embora esteja a apenas cerca de cinco horas de vôo do Brasil (incluindo uma escala em Santiago, no Chile, ou em Buenos Aires), aparentemente o turismo brasileiro ainda não descobriu toda a província. Parece limitar-se há anos à boa, velha e sempre lembrada estação de esqui Las Leñas. Um desperdício, já que a região tem um clima agradável, mesmo no inverno. A temperatura média entre outubro e março fica em torno de 20ºC. Julho é o mês mais frio: os termômetros baixam a 9ºC. Mas com um detalhe: com calor ou frio, há sol o ano todo. Chove pouquíssimo em Mendoza.
Noite de Mendoza é farta em diversão
A noite mendocina é farta em diversão e, a partir das quintas-feiras, pode ser prolongada até as 5h do dia seguinte. A rua Aristidez é o epicentro da "muvuca". Há inúmeros restaurantes, boates e bares, quase todos com mesas, cadeiras e até enormes e confortáveis poltronas na calçada.
Há também dois grandes cassinos. Ideal para casais apaixonados, Mendonza é a chance de diversão com sotaque e a preços relativamente acessíveis. Com cerca de R$ 5.000, um casal pode passar quatro belos dias na província, incluindo hotel, passagens aéreas (Lan Chile ou Aerolineas Argentinas) e refeições caprichadas e acessíveis. Com R$ 60, por exemplo, um casal pode fazer um belo jantar (com garrafa de bom vinho incluída).
Mas a região também é atraente para turistas solteiros. A simpatia e, principalmente, a beleza das mendocinas é cantada em prosa e verso em toda Argentina. E que beleza.
* Ricardo Feltrin viajou a convite da Província de Mendoza, que pagou parte dos custos de hospedagem, transporte e alimentação.
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Na Páscoa, a argentina Mendoza vira capital da música clássica
RICARDO FELTRINEnviado da Folha Online a Mendoza (Argentina)*
Uma coisa é certa: poucas cidades têm geografia e infra-estrutura tão variadas a ponto de poder oferecer diversão para todo tipo de turista
--dos que querem praticar esportes radicais e aquáticos até os que desejam esquiar na neve; dos adeptos do montanhismo aos plácidos contempladores da natureza. Em Mendoza, província argentina, é possível mergulhar em piscinas naturais ou escavadas em rocha com água a temperatura de cerca de 50ºC enquanto se está rodeado de montanhas nevadas da pré-Cordilheira dos Andes (pré-cordilheira é, digamos, o comecinho da Cordilheira, a beirada).
Além da variedade turística, no próximo feriado da Páscoa a província toda se transformará, durante quatro dias, na capital da música clássica. Serão mais de 50 concertos nos locais mais variados (e até inusitados): ao pé da cordilheira, entre as parreiras de uma vinícola, na antesala de uma bodega, em praças, parques, ruas...
Os concertos de Páscoa são o segundo principal evento turístico de Mendoza. O primeiro é a Vendimia --a festa da colheita de uvas.
Divulgação |
Vista da vinícola Catena (Mendoza, Argentina) |
Desde outubro de 2005, Mendoza é a 8ª capital mundial do vinho. As outras são Melbourne (Austrália), Porto (Portugal), Bilbao & Rioja (Espanha), Florença (Itália), São Francisco & Napa Valley (EUA), Bordeaux (França) e Cidade do Cabo (África do Sul). Como vêem, trata-se de um seleto grupo ao qual o Chile ainda não subiu, o que é motivo de rivalidade regional, embora argentinos admitam --veladamente-- que os vinhos chilenos são de fato superiores. No ranking mundial, Mendoza é a sexta maior região produtora de uvas, e a quinta em produção de vinho (3,5 milhões de litros em 2005). É uma região muito rica em petróleo e minérios, como titânio e ouro.
Rota de asiáticos, norte-americanos, europeus...
Graças à fartura geográfica, a região se tornou um roteiro de sonho para turistas norte-americanos, asiáticos e, sim, também argentinos de todo canto, que migram para o centro-oeste do país o ano inteiro em busca de diversão variada, esportes radicais e muito boa gastronomia. Os mendocinos costumam bater no peito orgulhosos de seu território.
"O Aconcágua é nosso, a cordilheira dos Andes é nossa", exageram. Embora esteja a apenas cerca de cinco horas de vôo do Brasil (incluindo uma escala em Santiago, no Chile, ou em Buenos Aires), aparentemente o turismo brasileiro ainda não descobriu toda a província. Parece limitar-se há anos à boa, velha e sempre lembrada estação de esqui Las Leñas. Um desperdício, já que a região tem um clima agradável, mesmo no inverno. A temperatura média entre outubro e março fica em torno de 20ºC. Julho é o mês mais frio: os termômetros baixam a 9ºC. Mas com um detalhe: com calor ou frio, há sol o ano todo. Chove pouquíssimo em Mendoza.
Noite de Mendoza é farta em diversão
A noite mendocina é farta em diversão e, a partir das quintas-feiras, pode ser prolongada até as 5h do dia seguinte. A rua Aristidez é o epicentro da "muvuca". Há inúmeros restaurantes, boates e bares, quase todos com mesas, cadeiras e até enormes e confortáveis poltronas na calçada.
Há também dois grandes cassinos. Ideal para casais apaixonados, Mendonza é a chance de diversão com sotaque e a preços relativamente acessíveis. Com cerca de R$ 5.000, um casal pode passar quatro belos dias na província, incluindo hotel, passagens aéreas (Lan Chile ou Aerolineas Argentinas) e refeições caprichadas e acessíveis. Com R$ 60, por exemplo, um casal pode fazer um belo jantar (com garrafa de bom vinho incluída).
Mas a região também é atraente para turistas solteiros. A simpatia e, principalmente, a beleza das mendocinas é cantada em prosa e verso em toda Argentina. E que beleza.
* Ricardo Feltrin viajou a convite da Província de Mendoza, que pagou parte dos custos de hospedagem, transporte e alimentação.
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