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20/04/2006
-
11h38
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Chile
Tem criança, casal de namorado, vovô e vovó, jovem descolado. Lastarria é passeio santiaguino depois do almoço de sábado (ou durante). É bairro para sentar na grama do parque, ver exposição, tomar sorvete na praça.
A rua principal é a José Victorino Lastarria, que começa logo em frente à Universidad Católica (onde há estação de metrô). É uma rua curta, com três ou quarto quarteirões, mas com cafés simpáticos e uma feira de antigüidades, que ocorre às quintas, sextas e sábados, das 10h às 20h.
No meio da "calle", foi erguido o Museo de Artes Visuales, que, embora diminuto, expõe interessantes recortes da arte contemporânea da América Latina --a mostra atual é sobre o construtivista uruguaio Joaquín Torres García (1874-1949). O último andar recebe um acervo arqueológico, com muita cerâmica indígena.
A Lastarria desemboca na calle Merced, endereço do dulcíssimo Emporio La Rosa, no número 291. Sorvetes em casquinhas, em copos ou taças passam para lá e para cá entre as mesas dispostas na praça lateral. Também padaria, recebe gente atrás de pão fresco.
Um vendedor de doces com um realejo pára em frente, disputando a atenção de crianças lambuzadas de sorvetes. Um bebê chora, namorados se beijam, a moça chega de bicicleta. Na mesma rua, não perca a empanada do Bombón Oriental.
De lá, rume ao Museo Nacional de Bellas Artes --no caminho, há uma dúzia de cafés moderninhos, na calle José Miguel de La Barra--, que vale menos pelo acervo e mais pela arquitetura. O prédio neoclássico, de 1910, construído para comemorar o centenário da Independência, embasbaca por seu fantástico teto de vidro.
Com poucas peças, a mostra permanente parece esquecer as obras dos anos 20 aos 60, e o visitante sai da sala de exposição sem penetrar na arte produzida naquelas terras. Uma curiosidade são os quadros de Johann Moritz Rugendas (1808-1858), que se tornou célebre também por aqui, ao retratar o nosso período imperial.
Para encerrar o passeio, caminhe no parque Forestal, que circunda o museu. É uma grande calçada arborizada, com gente passeando com cachorro, lendo e fazendo piquenique à sombra do edifício quase secular.
Museo de Artes Visuales - José Victorino Lastarria, 307; www.mavi.cl. De terça a domingo, das 10h30 às 18h30. Ingresso: 1.000 pesos chilenos (R$ 4,14).
Museo Nacional de Bellas Artes - Parque Forestal, s/nº; www.mnba.cl. De terça a domingo, das 10h às 19h. Ingresso: 600 pesos chilenos.
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JULIANA DORETTOColaboração para a Folha de S.Paulo, no Chile
Tem criança, casal de namorado, vovô e vovó, jovem descolado. Lastarria é passeio santiaguino depois do almoço de sábado (ou durante). É bairro para sentar na grama do parque, ver exposição, tomar sorvete na praça.
A rua principal é a José Victorino Lastarria, que começa logo em frente à Universidad Católica (onde há estação de metrô). É uma rua curta, com três ou quarto quarteirões, mas com cafés simpáticos e uma feira de antigüidades, que ocorre às quintas, sextas e sábados, das 10h às 20h.
No meio da "calle", foi erguido o Museo de Artes Visuales, que, embora diminuto, expõe interessantes recortes da arte contemporânea da América Latina --a mostra atual é sobre o construtivista uruguaio Joaquín Torres García (1874-1949). O último andar recebe um acervo arqueológico, com muita cerâmica indígena.
A Lastarria desemboca na calle Merced, endereço do dulcíssimo Emporio La Rosa, no número 291. Sorvetes em casquinhas, em copos ou taças passam para lá e para cá entre as mesas dispostas na praça lateral. Também padaria, recebe gente atrás de pão fresco.
Um vendedor de doces com um realejo pára em frente, disputando a atenção de crianças lambuzadas de sorvetes. Um bebê chora, namorados se beijam, a moça chega de bicicleta. Na mesma rua, não perca a empanada do Bombón Oriental.
De lá, rume ao Museo Nacional de Bellas Artes --no caminho, há uma dúzia de cafés moderninhos, na calle José Miguel de La Barra--, que vale menos pelo acervo e mais pela arquitetura. O prédio neoclássico, de 1910, construído para comemorar o centenário da Independência, embasbaca por seu fantástico teto de vidro.
Com poucas peças, a mostra permanente parece esquecer as obras dos anos 20 aos 60, e o visitante sai da sala de exposição sem penetrar na arte produzida naquelas terras. Uma curiosidade são os quadros de Johann Moritz Rugendas (1808-1858), que se tornou célebre também por aqui, ao retratar o nosso período imperial.
Para encerrar o passeio, caminhe no parque Forestal, que circunda o museu. É uma grande calçada arborizada, com gente passeando com cachorro, lendo e fazendo piquenique à sombra do edifício quase secular.
Museo de Artes Visuales - José Victorino Lastarria, 307; www.mavi.cl. De terça a domingo, das 10h30 às 18h30. Ingresso: 1.000 pesos chilenos (R$ 4,14).
Museo Nacional de Bellas Artes - Parque Forestal, s/nº; www.mnba.cl. De terça a domingo, das 10h às 19h. Ingresso: 600 pesos chilenos.
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