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23/06/2006
-
17h26
da Folha de S.Paulo
Há um México no imaginário de cada um. Para alguns, ele é feito de tacos, tortillas e muita pimenta. Para outros, lembra os faroestes da infância, com sombreros, pistoleros e lindas señoritas. Há ainda quem associe o país às praias caribenhas de mar azul-turquesa. Mas o México real não acaba nesses estereótipos e oferece destinos surpreendentes como Tulum.
Esqueça tudo que você leu sobre Cancún. A apenas 130 quilômetros ao sul, Tulum parece situar-se em outro planeta. Não há restaurantes com ar-condicionado, butiques de grifes internacionais nem a fina flor da mocidade européia desfilando na praia ou se exibindo em jet-skis. Mas sim praias e mais praias de beleza única, com pousadas charmosas estilo pé na areia, quiosques que vendem lagostas recém-pescadas e um dos sítios arqueológicos mais bonitos do mundo.
Ninguém vai a Tulum para paquerar ou comprar suvenires como em Playa del Carmen, uma das principais atrações do balneário de Cancún. Aqui, as praias são pequenas e rodeadas de rochas. Ainda falta asfalto em muitas das ruas e estradas que levam a praias quase desertas, mesmo na alta estação. Mas visitar Tulum não é um rito de passagem para aspirantes a monge e, à noite, dá para encontrar jovens solteiros, casais em lua-de-mel e dezenas de estrangeiros em busca de férias ensolaradas.
Resquício maia
Um programa obrigatório é visitar as ruínas de Tulum, um conjunto de templos e palácios construídos por volta de 1400. São resquícios do final da civilização maia, povo que dominou a península de Yucatán por sete séculos. Imagine o espanto dos conquistadores espanhóis ao aportar em terras mexicanas e encontrar um enorme palácio de pedra cintilando em uma praia banhada por águas transparentes? Pois é a mesma reação que você terá ao chegar ali. Procure visitar as ruínas pela manhã, de preferência no primeiro horário (a partir 8h), pois o sol ainda está suportável e a maioria dos turistas dorme, deixando você sonhar com as civilizações pré-colombianas sem a chatice de famílias gritando e um festival de flashes espocando ao lado.
Quem estiver em Yucatán e dispuser de um tempo extra deve passar um dia em Chichen Itzá (duas horas e meia de ônibus), um enorme sítio arqueológico maia com pirâmides de pedra cinza sob uma planície gramada. Subir as intermináveis escadas cansa, mas a paisagem de lá de cima é deslumbrante. Pode parecer óbvio num roteiro solar como este, mas é fundamental levar boné e garrafinhas de água a tiracolo: o sol de verão é escaldante ao meio-dia.
Apesar de ainda não estar no roteiro turístico de massa, Tulum oferece acomodações para todos os gostos e bolsos. Os mochileiros preferem acampar nas cabanas de bambu de frente para o mar a poucos metros das ruínas. O preço baixo (US$ 8/dia) compensa os mosquitos. Mas cuidado com a segurança, pois há relatos de roubos.
Mais ao sul há pousadas rústicas mas confortáveis, bem semelhantes às do litoral norte de São Paulo (de US$ 20 a US$ 60/dia). E, nos últimos anos, começaram a pipocar ecoresorts, principalmente ao longo da estrada que liga Tulum à reserva natural de Sian Ka'an. Lá, o luxo (praias particulares, massagens aromáticas e cursos de meditação) e o preço das diárias (que passam de US$ 300) parecem europeus --talvez porque grande parte dos hoteleiros seja formada por engenheiros, arquitetos e artistas espanhóis e franceses que foram para Tulum recomeçar suas vidas. Após uns dias de praia, cervejinha gelada e lagostas grelhadas, você voltará ao Brasil com uma certeza: eles escolheram o lugar certo.
Cavernas d'água
Para refrescar, além do mar de ondas fracas e incontáveis tons de azul e verde, Tulum oferece uma atração extra: os cenotes, lagoas incrustadas em pedras que se estendem por cavernas subterrâneas. Um simples mergulho com snorkel revela uma infinidade de estalactites e estalagmites e alguns peixinhos coloridos. Os mais experimentados podem arriscar excursões guiadas por dentro das cavernas, em passeios que duram até duas horas. Nesses casos, é necessário usar tubos de oxigênio --o que requer o certificado profissional de mergulho. Um desses cenotes, Nohoch Nh Chich, é o maior complexo de cavernas subaquáticas do mundo.
Para quem: ainda acha possível ver praias paradisíacas e desertas pertinho de Cancún e tem espírito aventureiro para subir em ruínas maias e mergulhar em cavernas subterrâneas
Quando ir: o ano inteiro, você não terá de disputar seu lugar ao sol com as hordas de turistas que lotam o famoso balneário ao norte. Não esqueça o boné e o protetor solar: entre julho e agosto o termômetro passa dos 30oC
Quem leva:
- ADV Operadora, tel. 2167-0633 (www.advtour.com.br). A partir de US$ 1.598. Inclui aéreo, traslados, seis noites em apto. duplo com sistema 'all inclusive' e seguro-viagem.
- RCA Tours, tel. 3017-8700 (www.rcatours.com.br). A partir de US$ 1.718. Inclui aéreo, sete noites em apto. duplo, city tour e passeios.
- Terra Mundi, tel. 3898-0168 (www.terramundi.com.br). A partir de US$ 1.232. Inclui aéreo, traslados, seis noites em apto. duplo com café da manhã e seguro-viagem.
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Com clima desencanado, Tulum é repleta de praias e sítios arqueológicos
FABIO SCHIVARTCHEda Folha de S.Paulo
Há um México no imaginário de cada um. Para alguns, ele é feito de tacos, tortillas e muita pimenta. Para outros, lembra os faroestes da infância, com sombreros, pistoleros e lindas señoritas. Há ainda quem associe o país às praias caribenhas de mar azul-turquesa. Mas o México real não acaba nesses estereótipos e oferece destinos surpreendentes como Tulum.
Esqueça tudo que você leu sobre Cancún. A apenas 130 quilômetros ao sul, Tulum parece situar-se em outro planeta. Não há restaurantes com ar-condicionado, butiques de grifes internacionais nem a fina flor da mocidade européia desfilando na praia ou se exibindo em jet-skis. Mas sim praias e mais praias de beleza única, com pousadas charmosas estilo pé na areia, quiosques que vendem lagostas recém-pescadas e um dos sítios arqueológicos mais bonitos do mundo.
Fabio Schivartche/FI |
Pirâmide de Chichén Itzá, em Iucatã |
Resquício maia
Um programa obrigatório é visitar as ruínas de Tulum, um conjunto de templos e palácios construídos por volta de 1400. São resquícios do final da civilização maia, povo que dominou a península de Yucatán por sete séculos. Imagine o espanto dos conquistadores espanhóis ao aportar em terras mexicanas e encontrar um enorme palácio de pedra cintilando em uma praia banhada por águas transparentes? Pois é a mesma reação que você terá ao chegar ali. Procure visitar as ruínas pela manhã, de preferência no primeiro horário (a partir 8h), pois o sol ainda está suportável e a maioria dos turistas dorme, deixando você sonhar com as civilizações pré-colombianas sem a chatice de famílias gritando e um festival de flashes espocando ao lado.
Quem estiver em Yucatán e dispuser de um tempo extra deve passar um dia em Chichen Itzá (duas horas e meia de ônibus), um enorme sítio arqueológico maia com pirâmides de pedra cinza sob uma planície gramada. Subir as intermináveis escadas cansa, mas a paisagem de lá de cima é deslumbrante. Pode parecer óbvio num roteiro solar como este, mas é fundamental levar boné e garrafinhas de água a tiracolo: o sol de verão é escaldante ao meio-dia.
Apesar de ainda não estar no roteiro turístico de massa, Tulum oferece acomodações para todos os gostos e bolsos. Os mochileiros preferem acampar nas cabanas de bambu de frente para o mar a poucos metros das ruínas. O preço baixo (US$ 8/dia) compensa os mosquitos. Mas cuidado com a segurança, pois há relatos de roubos.
Mais ao sul há pousadas rústicas mas confortáveis, bem semelhantes às do litoral norte de São Paulo (de US$ 20 a US$ 60/dia). E, nos últimos anos, começaram a pipocar ecoresorts, principalmente ao longo da estrada que liga Tulum à reserva natural de Sian Ka'an. Lá, o luxo (praias particulares, massagens aromáticas e cursos de meditação) e o preço das diárias (que passam de US$ 300) parecem europeus --talvez porque grande parte dos hoteleiros seja formada por engenheiros, arquitetos e artistas espanhóis e franceses que foram para Tulum recomeçar suas vidas. Após uns dias de praia, cervejinha gelada e lagostas grelhadas, você voltará ao Brasil com uma certeza: eles escolheram o lugar certo.
Cavernas d'água
Para refrescar, além do mar de ondas fracas e incontáveis tons de azul e verde, Tulum oferece uma atração extra: os cenotes, lagoas incrustadas em pedras que se estendem por cavernas subterrâneas. Um simples mergulho com snorkel revela uma infinidade de estalactites e estalagmites e alguns peixinhos coloridos. Os mais experimentados podem arriscar excursões guiadas por dentro das cavernas, em passeios que duram até duas horas. Nesses casos, é necessário usar tubos de oxigênio --o que requer o certificado profissional de mergulho. Um desses cenotes, Nohoch Nh Chich, é o maior complexo de cavernas subaquáticas do mundo.
Para quem: ainda acha possível ver praias paradisíacas e desertas pertinho de Cancún e tem espírito aventureiro para subir em ruínas maias e mergulhar em cavernas subterrâneas
Quando ir: o ano inteiro, você não terá de disputar seu lugar ao sol com as hordas de turistas que lotam o famoso balneário ao norte. Não esqueça o boné e o protetor solar: entre julho e agosto o termômetro passa dos 30oC
Quem leva:
- ADV Operadora, tel. 2167-0633 (www.advtour.com.br). A partir de US$ 1.598. Inclui aéreo, traslados, seis noites em apto. duplo com sistema 'all inclusive' e seguro-viagem.
- RCA Tours, tel. 3017-8700 (www.rcatours.com.br). A partir de US$ 1.718. Inclui aéreo, sete noites em apto. duplo, city tour e passeios.
- Terra Mundi, tel. 3898-0168 (www.terramundi.com.br). A partir de US$ 1.232. Inclui aéreo, traslados, seis noites em apto. duplo com café da manhã e seguro-viagem.
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