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07/09/2006
-
12h04
Enviado especial da Folha de S.Paulo à Bahia
Em poucas palavras, Arraial D'Ajuda é um vila de pescadores que, nos anos 70, foi transformada por uma invasão hippie e, no final da década de 90, virou point de gente moderna.
Ainda hoje, é comum encontrar por ali hippies produzindo artesanato. Como Victor "Vovô" Venez, 60, venezuelano, que chegou a Arraial em 1989. Ele já foi embora várias vezes --foi ao Uruguai, ao Paraguai, ao Chile, à Argentina e à Bolívia. Mas sempre volta: "Aqui não falta nada, não há muito com que se preocupar", diz.
Arraial fica separado de Porto Seguro pelo rio Buranhém, atravessado por balsas.
A história dessa vila começa em 1549, quando os jesuítas construíram a igreja de Nossa Senhora D'Ajuda, principal monumento histórico local. Reza a lenda que uma fonte surgiu num morro quando o povo sofria com falta de abastecimento de água. Hoje, os locais afirmam que quem bebe dessa fonte não vai mais embora.
Arraial tem vida noturna agitada com festas de música eletrônica e bons restaurantes. No Beco das Cores o turista encontra lojas que funcionam à tarde e à noite vendendo de roupas a objetos descolados. Na Bróduei, que já foi o burburinho, o comércio é mais comum.
Na área da gastronomia, a diversidade é o forte. Há desde culinária regional a uma requintada comida francesa. Destaque para o Don Fabrízio, que serve a comida mediterrânea com um toque de tropicalidade. Experimente o pernil fatiado de carneiro ao vinagre balsâmico. O chef Fabrízio é a quinta geração de chefs de sua família, e seu filho de dez anos já indica que a história vai continuar.
Outro restaurante não menos interessante é o Abstrato, do chef Dudu Lima. Dudu aprendeu a cozinhar na Bélgica, onde abriu seu primeiro restaurante. Trabalhou na Holanda e na Suíça antes de voltar ao Brasil para abrir um restaurante em Arraial. A sugestão é o pitu no mel de gengibre com queijo brie, que acompanha risoto de abacaxi.
Do vinho para a água
Há ali também um parque aquático à beira do mar, em uma reserva natural. É o Arraial D'Ajuda Eco Parque, com 160 mil metros quadrados e capacidade para receber até 3.000 pessoas. O parque tem toboáguas gigantes e piscinas de onda. O traslado e o ingresso são gratuitos para hóspedes do hotel Arraial D'Ajuda Eco Resort. Mas o melhor é mesmo ir à praia.
A mais procurada de Arraial é a Pitinga. Chega-se a ela após breve caminhada a partir do centro. A praia tem boa estrutura de barracas. É tão movimentada que conta com serviço de segurança, iniciativa de hotéis e pousadas da região. É preciso, no entanto, estar atento.
Os seguranças param quem eles bem entendem, julgando todos pela aparência. Se você tiver "cara de turista", pode ficar à vontade. Se não, pode ser que você tenha que explicar a eles o que está fazendo ali. Mais tranqüila, Mucugê tem mar também mais calmo. As barracas têm boa comida. Como a La Plage Blanche, de sócios franceses. Ali, o cliente pede o prato, toma um banho de mar, espicha em uma espreguiçadeira e, quando a refeição estiver pronta, Pierre, o gerente, vem chamar.
Arraial Eco Park
Ingresso: R$ 45 (adulto), R$ 23 (crianças de 1 m a 1,3 m e idosos); crianças com menos de 1 m não pagam; tel.: 0/ xx/73/3575-8600. www.arraialecoparque.com.br
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Bahia: Hippies e modernos moldaram Arraial
MÁRCIO FREITASEnviado especial da Folha de S.Paulo à Bahia
Em poucas palavras, Arraial D'Ajuda é um vila de pescadores que, nos anos 70, foi transformada por uma invasão hippie e, no final da década de 90, virou point de gente moderna.
Ainda hoje, é comum encontrar por ali hippies produzindo artesanato. Como Victor "Vovô" Venez, 60, venezuelano, que chegou a Arraial em 1989. Ele já foi embora várias vezes --foi ao Uruguai, ao Paraguai, ao Chile, à Argentina e à Bolívia. Mas sempre volta: "Aqui não falta nada, não há muito com que se preocupar", diz.
Arraial fica separado de Porto Seguro pelo rio Buranhém, atravessado por balsas.
A história dessa vila começa em 1549, quando os jesuítas construíram a igreja de Nossa Senhora D'Ajuda, principal monumento histórico local. Reza a lenda que uma fonte surgiu num morro quando o povo sofria com falta de abastecimento de água. Hoje, os locais afirmam que quem bebe dessa fonte não vai mais embora.
Arraial tem vida noturna agitada com festas de música eletrônica e bons restaurantes. No Beco das Cores o turista encontra lojas que funcionam à tarde e à noite vendendo de roupas a objetos descolados. Na Bróduei, que já foi o burburinho, o comércio é mais comum.
Na área da gastronomia, a diversidade é o forte. Há desde culinária regional a uma requintada comida francesa. Destaque para o Don Fabrízio, que serve a comida mediterrânea com um toque de tropicalidade. Experimente o pernil fatiado de carneiro ao vinagre balsâmico. O chef Fabrízio é a quinta geração de chefs de sua família, e seu filho de dez anos já indica que a história vai continuar.
Outro restaurante não menos interessante é o Abstrato, do chef Dudu Lima. Dudu aprendeu a cozinhar na Bélgica, onde abriu seu primeiro restaurante. Trabalhou na Holanda e na Suíça antes de voltar ao Brasil para abrir um restaurante em Arraial. A sugestão é o pitu no mel de gengibre com queijo brie, que acompanha risoto de abacaxi.
Do vinho para a água
Há ali também um parque aquático à beira do mar, em uma reserva natural. É o Arraial D'Ajuda Eco Parque, com 160 mil metros quadrados e capacidade para receber até 3.000 pessoas. O parque tem toboáguas gigantes e piscinas de onda. O traslado e o ingresso são gratuitos para hóspedes do hotel Arraial D'Ajuda Eco Resort. Mas o melhor é mesmo ir à praia.
A mais procurada de Arraial é a Pitinga. Chega-se a ela após breve caminhada a partir do centro. A praia tem boa estrutura de barracas. É tão movimentada que conta com serviço de segurança, iniciativa de hotéis e pousadas da região. É preciso, no entanto, estar atento.
Os seguranças param quem eles bem entendem, julgando todos pela aparência. Se você tiver "cara de turista", pode ficar à vontade. Se não, pode ser que você tenha que explicar a eles o que está fazendo ali. Mais tranqüila, Mucugê tem mar também mais calmo. As barracas têm boa comida. Como a La Plage Blanche, de sócios franceses. Ali, o cliente pede o prato, toma um banho de mar, espicha em uma espreguiçadeira e, quando a refeição estiver pronta, Pierre, o gerente, vem chamar.
Arraial Eco Park
Ingresso: R$ 45 (adulto), R$ 23 (crianças de 1 m a 1,3 m e idosos); crianças com menos de 1 m não pagam; tel.: 0/ xx/73/3575-8600. www.arraialecoparque.com.br
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