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19/10/2006
-
08h03
Enviado especial da Folha a Jericoacoara
Assim que desembarca no aeroporto de Fortaleza, o turista tem pela frente 300 quilômetros para o norte até Jericoacoara, no litoral cearense. Duzentos e oitenta deles em pista não-duplicada e eventualmente esburacada. E os 20 restantes em dunas que costumam recusar carros comuns e aceitar buggies, camionetes, jipes e a jardineira, um ônibus colorido e polifônico com viagens diárias entre a capital e Jeri.
Naqueles primeiros 280 quilômetros, milhares de carnaúbas e coqueiros se intercalam com povoados onde se reunir em cadeiras de plástico na frente de casa para conversar e observar quem passa é uma espécie de esporte.
Naqueles 20 quilômetros restantes, há trechos em que as dunas são tão irregulares que lembram o avesso de caixas de ovos.
Palhas de coqueiros são colocadas em algumas trilhas para que os veículos não atolem. Só o que ilumina esse canto de mapa brasileiro é a profusão de estrelas, bem mais visíveis que nas metrópoles e megalópoles pela falta de iluminação e de poluição locais. Inclusive estrelas cadentes.
É o começo da recompensa pelas cerca de quatro horas de chão e as outras tantas de vôo. O que falta dessa recompensa virá em forma de sossego (pelo menos nessa época), cenários, esportes e excelentes acomodações e frutos do mar.
Por até R$ 100 o casal, há pousadas com ar-condicionado e até mesmo piscina a uma ou duas quadras da praia. É o caso da pousada Blue Jeri.
A partir de R$ 200, também o casal, há opções com piscina e quiosque em deques à beira da areia e restaurante de ótima cozinha.
São lugares que também oferecem --mas e aí por diárias que passam de R$ 500 na alta temporada-- palafitas e quartos com terraço e vista para o mar e para a maior parte do movimento local. Caso do hotel Mosquito Blue e da pousada Vila Kalango.
Baladas e livros
Para quem quiser animação e acotovelamento, vale o alerta de que Jericoacoara não é uma concentração de baladas como Balneário Camboriú (SC) ou Maresias (SP). Há uma casa de forró e três bares-quase-boates que abrem de nenhuma a três vezes por semana, dependendo do fluxo turístico.
A opção mais interessante e mais visada pelos turistas atualmente é o Mama África, um ambiente quase todo aberto com uma banda de rock local e uma deliciosa tangirosca, bebida feita com gelo, vodca e suco de tangerina.
Para os apreciadores do sossego, vale a visita ao ateliê Gláucia Machado, onde há livros em diversas línguas, português inclusive, para alugar. Deixa-se uma taxa de garantia --cada livro tem a sua: a de "Cien Años de Soledad" é de R$ 30-- e paga-se R$ 1,50 por dia de empréstimo. Pouco animadora é a anotação da proprietária de que 98% dos usuários do serviço são estrangeiros.
Pedra Furada
A cerca de 50 minutos de caminhada pela areia, para quem sai da faixa da praia em frente a rua conhecida como Principal, fica a Pedra Furada. É uma das maiores atrações de Jericoacoara, um arco natural de aproximadamente cinco metros de altura onde, entre meados de junho e de agosto, o sol se encaixa ao se pôr.
Pagar até R$ 20 por um guia para o programa é dispensável: o caminho é fácil e reserva curiosidades menores, como uma pequena caverna que teria sido freqüentadas por hippies, uma "jacuzzi" natural de 1,65 m de profundidade (que você não terá dificuldades para ver), uma pedra que lembra uma tartaruga virada para cima e outra que lembra a cabeça de um jacaré.
E lembra um jacaré inteiro o morro do Serrote, à vista durante todo o passeio. O nome Jericoacoara, na versão mais divulgada pelos nativos, veio daí --seria uma derivação do "jacaré quarando ao sol". Há, inclusive, um rock local com essa frase como refrão.
Thiago Momm viajou a convite do hotel Mosquito Blue
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THIAGO MOMMEnviado especial da Folha a Jericoacoara
Assim que desembarca no aeroporto de Fortaleza, o turista tem pela frente 300 quilômetros para o norte até Jericoacoara, no litoral cearense. Duzentos e oitenta deles em pista não-duplicada e eventualmente esburacada. E os 20 restantes em dunas que costumam recusar carros comuns e aceitar buggies, camionetes, jipes e a jardineira, um ônibus colorido e polifônico com viagens diárias entre a capital e Jeri.
Naqueles primeiros 280 quilômetros, milhares de carnaúbas e coqueiros se intercalam com povoados onde se reunir em cadeiras de plástico na frente de casa para conversar e observar quem passa é uma espécie de esporte.
Naqueles 20 quilômetros restantes, há trechos em que as dunas são tão irregulares que lembram o avesso de caixas de ovos.
Folha Imagem |
Localizada em Jijoca de Jericoacoara, praia fica a 300 km ao norte de Fortaleza |
É o começo da recompensa pelas cerca de quatro horas de chão e as outras tantas de vôo. O que falta dessa recompensa virá em forma de sossego (pelo menos nessa época), cenários, esportes e excelentes acomodações e frutos do mar.
Por até R$ 100 o casal, há pousadas com ar-condicionado e até mesmo piscina a uma ou duas quadras da praia. É o caso da pousada Blue Jeri.
A partir de R$ 200, também o casal, há opções com piscina e quiosque em deques à beira da areia e restaurante de ótima cozinha.
São lugares que também oferecem --mas e aí por diárias que passam de R$ 500 na alta temporada-- palafitas e quartos com terraço e vista para o mar e para a maior parte do movimento local. Caso do hotel Mosquito Blue e da pousada Vila Kalango.
Baladas e livros
Para quem quiser animação e acotovelamento, vale o alerta de que Jericoacoara não é uma concentração de baladas como Balneário Camboriú (SC) ou Maresias (SP). Há uma casa de forró e três bares-quase-boates que abrem de nenhuma a três vezes por semana, dependendo do fluxo turístico.
A opção mais interessante e mais visada pelos turistas atualmente é o Mama África, um ambiente quase todo aberto com uma banda de rock local e uma deliciosa tangirosca, bebida feita com gelo, vodca e suco de tangerina.
Para os apreciadores do sossego, vale a visita ao ateliê Gláucia Machado, onde há livros em diversas línguas, português inclusive, para alugar. Deixa-se uma taxa de garantia --cada livro tem a sua: a de "Cien Años de Soledad" é de R$ 30-- e paga-se R$ 1,50 por dia de empréstimo. Pouco animadora é a anotação da proprietária de que 98% dos usuários do serviço são estrangeiros.
Pedra Furada
A cerca de 50 minutos de caminhada pela areia, para quem sai da faixa da praia em frente a rua conhecida como Principal, fica a Pedra Furada. É uma das maiores atrações de Jericoacoara, um arco natural de aproximadamente cinco metros de altura onde, entre meados de junho e de agosto, o sol se encaixa ao se pôr.
Pagar até R$ 20 por um guia para o programa é dispensável: o caminho é fácil e reserva curiosidades menores, como uma pequena caverna que teria sido freqüentadas por hippies, uma "jacuzzi" natural de 1,65 m de profundidade (que você não terá dificuldades para ver), uma pedra que lembra uma tartaruga virada para cima e outra que lembra a cabeça de um jacaré.
E lembra um jacaré inteiro o morro do Serrote, à vista durante todo o passeio. O nome Jericoacoara, na versão mais divulgada pelos nativos, veio daí --seria uma derivação do "jacaré quarando ao sol". Há, inclusive, um rock local com essa frase como refrão.
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