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19/10/2006
-
08h13
enviado especial da Folha de S.Paulo a Jericoacoara
Você chega lá efusivo com a idéia de estar a centenas, possivelmente milhares de quilômetros do compromisso mais próximo. Mas irá se deparar, nas dunas que dão acesso a Jericoacoara, com lembretes de civilização: uma guarita, uma cancela, uma taxa.
Pedágio? Não exatamente. Parque nacional desde fevereiro de 2002, a área em volta de uma das praia mais conhecidas do Ceará foi delimitada por três guaritas que o Ibama deve inaugurar neste mês. A idéia é ter controle de fluxo e orientar sobre as regras do parque. Folhetos com informações a respeito vêm sendo distribuídos há um ano e meio.
O técnico do Ibama José Odécio Costa e o chefe do Parque Nacional de Jericoacoara, José Osmar Fonteles, estimam que o serviço será cobrado após três meses de teste. Essa cobrança ficará sob responsabilidade da instituição que vencer uma concorrência a ser aberta.
Eles explicam que o controle de fluxo é importante porque Jericoacoara, com 2.000 habitantes, tem coleta de lixo suficiente para 6.000 pessoas, mas havia o dobro desse número ali no último reveillon.
A estimativa do Ibama é que cerca de 130 mil pessoas passem no parque por ano --um outro Parque Nacional, o de Iguaçu (PR), recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano. Fonteles diz que, embora a maioria das pessoas saiba que está em um parque, as regras nem sempre são respeitadas.
Há habitantes que deixam lixo na frente de casa mesmo sabendo que o caminhão de coleta já passou e só voltará no dia seguinte. Ou turistas, nos feriados, que transitam com veículos em áreas proibidas.
Mesmo fora dos feriados, automóveis seguem diferentes trilhas, o que suprime a vegetação local.
A verba para uma sinalização aprovada, mas, lamenta Fontelles, as eleições atravancaram a liberação do dinheiro e agora a previsão é de que a novidade fique para julho.
Também suprimem a vegetação local jegues, ovelhas e gado, mas não há data para retirada desses animais. O que existe, afirma o chefe do Parque Nacional de Jericoacoara, "é um plano para isso a médio prazo, cerca de dois anos".
O Ibama também pretende construir duas guaritas na própria vila de Jericoacoara, nas saídas para os passeios até as praias de Tatajuba e a do Preá.
Todas essas medidas estão sendo tomadas paralelamente à realização de um plano de manejo --um projeto em que o Ibama, a partir de estudos em uma unidade de conservação, estabelece condições de uso dela (como o fluxo máximo de veículos do lugar, por exemplo).
No caso, esse plano só deve ficar pronto em dezembro de 2008, seis anos e meio após Jericoacoara ter se tornado um Parque Nacional. "Na média nacional, é um bom prazo", diz José Fonteles.
Zona de Entorno
Já foi aprovado na Câmara e tramita no Senado um projeto para que a vila de Jericoacoara vire zona de entorno. Isso implicaria em leis mais rígidas --desde 1984, Jericoacoara é uma APA (Área de Proteção Ambiental). Um dos efeitos da mudança é o de que as construções locais teriam sua viabilidade acompanhada pelo Ibama.
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Você chega lá efusivo com a idéia de estar a centenas, possivelmente milhares de quilômetros do compromisso mais próximo. Mas irá se deparar, nas dunas que dão acesso a Jericoacoara, com lembretes de civilização: uma guarita, uma cancela, uma taxa.
Pedágio? Não exatamente. Parque nacional desde fevereiro de 2002, a área em volta de uma das praia mais conhecidas do Ceará foi delimitada por três guaritas que o Ibama deve inaugurar neste mês. A idéia é ter controle de fluxo e orientar sobre as regras do parque. Folhetos com informações a respeito vêm sendo distribuídos há um ano e meio.
O técnico do Ibama José Odécio Costa e o chefe do Parque Nacional de Jericoacoara, José Osmar Fonteles, estimam que o serviço será cobrado após três meses de teste. Essa cobrança ficará sob responsabilidade da instituição que vencer uma concorrência a ser aberta.
Eles explicam que o controle de fluxo é importante porque Jericoacoara, com 2.000 habitantes, tem coleta de lixo suficiente para 6.000 pessoas, mas havia o dobro desse número ali no último reveillon.
A estimativa do Ibama é que cerca de 130 mil pessoas passem no parque por ano --um outro Parque Nacional, o de Iguaçu (PR), recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano. Fonteles diz que, embora a maioria das pessoas saiba que está em um parque, as regras nem sempre são respeitadas.
Há habitantes que deixam lixo na frente de casa mesmo sabendo que o caminhão de coleta já passou e só voltará no dia seguinte. Ou turistas, nos feriados, que transitam com veículos em áreas proibidas.
Mesmo fora dos feriados, automóveis seguem diferentes trilhas, o que suprime a vegetação local.
A verba para uma sinalização aprovada, mas, lamenta Fontelles, as eleições atravancaram a liberação do dinheiro e agora a previsão é de que a novidade fique para julho.
Também suprimem a vegetação local jegues, ovelhas e gado, mas não há data para retirada desses animais. O que existe, afirma o chefe do Parque Nacional de Jericoacoara, "é um plano para isso a médio prazo, cerca de dois anos".
O Ibama também pretende construir duas guaritas na própria vila de Jericoacoara, nas saídas para os passeios até as praias de Tatajuba e a do Preá.
Todas essas medidas estão sendo tomadas paralelamente à realização de um plano de manejo --um projeto em que o Ibama, a partir de estudos em uma unidade de conservação, estabelece condições de uso dela (como o fluxo máximo de veículos do lugar, por exemplo).
No caso, esse plano só deve ficar pronto em dezembro de 2008, seis anos e meio após Jericoacoara ter se tornado um Parque Nacional. "Na média nacional, é um bom prazo", diz José Fonteles.
Zona de Entorno
Já foi aprovado na Câmara e tramita no Senado um projeto para que a vila de Jericoacoara vire zona de entorno. Isso implicaria em leis mais rígidas --desde 1984, Jericoacoara é uma APA (Área de Proteção Ambiental). Um dos efeitos da mudança é o de que as construções locais teriam sua viabilidade acompanhada pelo Ibama.
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