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25/10/2002 - 16h45

Tendências de moda e música pop japonesa surgem em Tóquio

ANA LUCIA BUSCH
Diretora-executiva da Folha Online
CAIO VILELA
Especial para a Folha de S.Paulo

Qualquer um que já tenha provado um sushi, dobrado um origami ou visto Pokemón na TV pensa ter idéia como é o Japão nos dias de hoje. Mas poucos sabem o que realmente acontece nas ruas da mais moderna nação asiática.

Viajar para lá é como ir a outro planeta, e tentar compreender a lógica e os hábitos japoneses é o grande desafio da aventura neste mundo onde tudo é caro, a comunicação, difícil, e as multidões lotam todos os lugares.

Nas ruas das grandes cidades, mulheres desfilam com trajes sofisticados ao lado de garotas vestidas como personagens de gibi, enquanto trens rápidos de pontualidade assustadora, jogos eletrônicos de primeiríssima geração e gigantescas lojas de departamento compõem o cenário.

É difícil imaginar outro local no mundo onde seja possível almoçar em restaurantes que não tenham garçons. Aliás, que não tenham nada além de máquinas automáticas. De máquina em máquina, cria-se um cardápio completo, com sucos, refrigerantes, sopas e sorvetes, que vão direto à mesa e dali para o lixo, que separa copos, pratos e talheres.

Ou tente pensar em um lugar onde máquinas fotográficas são artigo de primeira necessidade. Em que qualquer festa pareça final de campeonato, com dezenas de fotógrafos com variadas lentes se acotovelando e se empurrando.

E aquele estojo cheio de canetas charmosas e borrachas cheirosas que sua amiga nissei levava para a escola também fica fácil de entender em uma passada de olhos pelas lojas de quinquilharias no país inteiro. As japonesinhas gostam de tudo o que é "bonitinho".

Não é à toa que a gatinha branca com laço vermelho na cabeça, que atende por Hello Kitty, é uma febre capaz de lançar 10 mil produtos por ano. Sem falar nas casas de boneca que caberiam em um pequeno aquário, ratos de pelúcia com guarda-roupa próprio ou pequenas heroínas de cabelo corde-rosa. Tudo depois estampado à exaustão em produtos à venda em lojas de 100 ienes (iguais às brasileiras de R$ 1,99).

Quando chegam à adolescência, ficam viciados em cultura pop. Tingem o cabelo de loiro, fazem permanente, trancinhas, qualquer coisa para parecer diferente, e saem pela rua como se estivessem indo para uma festa à fantasia dos Jetsons. Tudo ao som do mais puro rock japonês, que produz celebridades todos os dias.

Com tudo isso, quem pode imaginar que o Japão cultiva tantas tradições e regras de conduta que orientam do sorriso aos sapatos? Nenhuma viagem ficaria completa sem ver esses dois lados.

Depois de passar uma tarde escolhendo eletrônicos em Akihabara, o bairro de Tóquio onde a tecnologia de ponta está exposta em barracas de rua ou em lojas sem fim, ou de bater perna em Harajuku, onde os jovens se concentram ao redor de brechós e lojas de grife antes de cair na noite, nada melhor que voltar para um hotel tradicional, onde se toma chá verde em um quarto de paredes de papel e tatame no chão.

Mas quem prefere abandonar atradição pode correr para os hotéis-cápsula, onde os hóspedes se acomodam em gavetas, que não permitem sequer ficar de pé. Na maioria, são exclusivos para homens e têm banhos típicos, massagem, salas de jogos e TV.

Depois de sair de Tóquio, a melhor ponte entre a modernidade e o interior são os trens-bala, que rasgam o país a mais de 300 km por hora. Neles, além da bagagem, todos carregam um bentô, marmita de ótima qualidade, vendida na estação ou no vagão (bem mais cara). É quase um ritual: basta chegar ao assento, baixar a mesinha e preparar a refeição sem preocupações com as chacoalhadas. Os trens rápidos são silenciosos, confortáveis e ninguém senteque está prestes a voar.

Viciados em rankings e listas, os japoneses ajudam muito na escolha dos destinos. Todo mundo sabe quais são os três castelos mais fabulosos do país, os três jardins mais fascinantes ou três templos mais importantes. Seria tudo simples não fosse o idioma.

Quem chega ao Japão com a esperança de conseguir informação em inglês nas ruas vai ter problemas. Nas cidades, muita gente parece compreender, mas está longe de articular uma orientação no idioma. No interior, a comunicação piora, e quem não fala japonês precisa de um tradutor ou vai ter que arriscar uma mímica.

Para amenizar o problema na Copa, o Japão mobilizou um exército de voluntários que acompanhará torcedores e jornalistas. Mas essa dificuldade não deve intimidar quem quer sair do eixo Tóquio-Kyoto e se aventurar pelo interior. Regiões montanhosas como Nagano e a ilha de Hokkaido, cidades históricas como Takayama, Kanazawa e Nara, e fontes de águas termais como Beppu, na ilha de Kyushu, e Kawaguchi-ko, no sopé do monte Fuji, valem o esforço, recompensado pela cordialidade dos japoneses.

Outra forma de escolher para onde ir é perseguir o roteiro das festas tradicionais, as matsuri. Quiosques de informação nas estações de trem oferecem brochuras em inglês mostrando onde e quando acontecem. De espetáculos de fogos de artifício a danças de gueixas, as festas são um retrato perfeito do Japão antigo.

Mas algo que ninguém encontra no Japão são pechinchas, e os dólares somem como que por encanto. Pode esquecer as redes de hotéis baratos que povoam as estradas nos EUA. Na hora de dormir, a mais reles gavetinha vai custar US$ 40 por pessoa. E um almoço baratinho significa desembolsar US$ 15 a US$ 20.

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