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23/11/2006 - 08h18

De todas as tribos: "Gordíssima", capital da Bahia agrada a "crânios" e praianos

HELOISA LUPINACCI
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Salvador (BA)

"A Bahia é gordíssima", definiu Manuel Bandeira. "A Bahia não exclui", ensina Tom Zé. Na farta capital debruçada na baía de Todos os Santos convivem todas as vontades. Quem é de festa faz festa; quem é de praia vai à praia; quem é de história aprende história. E como ninguém é uma coisa só, quem é de praia vai à festa. Quem é de festa aprende história. E quem é de história descansa na praia.

Do papo cabeça ao cabeça de vento, Salvador agrada a "crânios" e praianos. Desde 1549, Salvador vem reunindo igrejas, fortes, casarões e solares. Em 1927, a cidade foi visitada por Manuel Bandeira, que escreveu a crônica "Impressões da Bahia", na qual reúne impressões sobre a cidade e descrições de seu patrimônio arquitetônico. O Turismo revisitou os lugares descritos na crônica, que serve de guia de viagem para um percorrido comparativo.

Folha Imagem
Igreja da Nossa Senhora da Conceição e elevador Lacerda
Igreja da Nossa Senhora da Conceição e elevador Lacerda
A parte boa: grande parte do que Bandeira viu ainda pode ser admirado. A parte ruim: uma igreja demolida e um solar desaparecido. Em 1939, chegava à cidade, vindo de Irará, no sertão baiano, Tom Zé, que, neste ano, escreveu os textos do livro "Cidades do Brasil - Salvador", com fotos de Eder Chiodetto.

O músico, um dos criadores do Tropicalismo, comenta os comentários de Manuel Bandeira sobre Salvador. O modernista fala da Cidade Baixa: "A grande sala de jantar do Brasil, recesso de intimidade familiar de solar antigo com jacarandás pesados e nobres".

E o tropicalista confessa "aquele tipo de coisa que ele chamava de sala de jantar do Brasil era, para mim, o único jeito que uma cidade poderia ser". Vivendo em São Paulo, o baiano Tom Zé concorda com as sensações do pernambucano Bandeira: "Eu fico admirado por uma pessoa de fora dar nome ao que naquele momento era o trivial, o diário, e hoje é o banzo da minha ligação de saudades daqueles lugares".

Com os dois livros debaixo do braço, o visitante pode procurar, então, seu lugar nessa enorme mesa de jantar.

E vai rolar a festa

Mesa, que, daqui a duas semanas e um dia, começa a ficar cheia de comensais. No dia 8 de dezembro, é dada a largada para mais uma temporada de festas na capital baiana. O marco inicial é a procissão de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que sai dessa igreja ao lado da parte de baixo do elevador Lacerda.

A estação de descida do elevador é, ainda, ponto de partida para a descoberta da Cidade Baixa, que se esparrama até a Ribeira. Menos popular entre os turistas, essa região não é menos interessante. Percorrer o Comércio, visitar a feira de São Joaquim, tomar um sorvete e ver o pôr-do-sol da ponta de Humaitá fazem o turista se sentir menos forasteiro, já que estará cercado por moradores.

Reaberto

Como se não bastasse, neste ano, há ainda passeios novos. O forte São Marcelo, que fica dentro do mar, foi reaberto após passar quase 40 anos fechado. O plano inclinado Pilar voltou a funcionar depois de quase 22 anos desativado.

Os museus Afrobrasileiro e de Arqueologia e Etnologia ganharam uma nova entrada e agora se abrem para a praça Terreiro de Jesus. E até um cemitério, o Campo Santo, de 1836, inaugura no mês que vem, um roteiro guiado pelas sepulturas.

Rumo ao norte

Para descansar as panturrilhas exaustas de ladeiras acima e ladeiras abaixo, o indicado é rumar a norte para pôr as pernas para o alto na Praia do Forte e em Arembepe, que, a menos de uma hora de viagem de Salvador, conservam areias tranqüilas.

Heloisa Lupinacci viajou a convite de TAM, Bahia Othon, Planeta Othon e Festival de Verão

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