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23/12/2006
-
11h30
da Folha Online*
Apesar de os cruzeiros marítimos terem se beneficiado da crise nos aeroportos com o aumento da demanda por viagens de navio, empresários do setor acreditam que também há nos portos um gargalo de infra-estrutura que freia a expansão desse mercado.
Patrick Ryan, presidente da britânica Island Cruises International, que opera dois navios (Island Star e Island Escape) na costa brasileira neste verão, afirma que são as maiores do mundo as taxas cobradas pelo porto de Santos, onde é feito o embarque da maior parte dos cruzeiros no Brasil.
Ele diz que a taxa de embarque cobrada por passageiro em Santos chega a US$ 41, enquanto o porto de Miami (EUA) cobra US$ 12 e o de Palma de Maiorca (Espanha), US$ 9. Para o transporte de bagagem, a taxa é de US$ 15 em Santos e de só US$ 3 em Miami.
"A cada embarque do Island Star eu deixo US$ 125 mil para a empresa responsável por esse serviço", afirma Ryan. "Talvez devêssemos sair do negócio de cruzeiros e entrar no mercado de carregar malas."
Dado Nascimento, diretor-geral da Sun & Sea, empresa que representa a Island Cruises no Brasil, diz que se essas taxas caíssem os dois navios operados pela empresa poderiam aumentar a temporada atual no país de três meses (dezembro a março) para até cinco meses.
Ele acredita que a Concais, concessionária pública responsável pelo serviço de embarque de passageiros em Santos, atua como um "monopólio" e não mostra disposição para negociar as tarifas cobradas com as empresas apesar de ter custos trabalhistas mais baixos que no resto de mundo e de ter margens de lucro "enormes".
Já Eduardo Nascimento, presidente da Abremar (Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas) e da Sun & Sea, afirma que se as taxas não forem reduzidas as principais empresas do setor vão analisar a construção de um terminal próprio no porto para o embarque dos passageiros.
Dado também acusa a Concais de não investir os lucros obtidos no negócio em melhorias para o terminal, que, segundo ele, tem capacidade para embarcar no máximo dois navios ao mesmo tempo e possui um saguão de espera sem ar-condicionado.
Como há dias em que é feito o embarque de cinco navios simultaneamente, os passageiros são obrigados a enfrentar até três horas de fila para fazer o check-in e passar por um dos apenas três scanners de verificação de bagagens da Polícia Federal.
"Não é tão caótico quanto a crise vivida nos aeroportos. Não é normal embarcarem cinco navios no mesmo dia, mas, quando isso acontece, há filas, o que mostra a falta de investimentos da Concais", disse ele.
Outro lado
A Concais informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o custo das taxas cobradas são suficientes para cobrir os custos dos serviços prestados com a manutenção de uma área de 42 mil metros quadrados de embarque, sistema de segurança que atende a normas internacionais e estacionamento.
A empresa não divulga quanto fatura nem o valor das despesas anuais, mas afirma que do total de taxas pagas por cada passageiro (em média cerca de US$ 100) fica com apenas R$ 70 --o restante vai para o porto de Santos e para o pagamento de taxas de embarque em outras cidades onde os navios aportam.
A Concais também afirma ter investido R$ 20 milhões no terminal de passageiros desde 1999 e que só foi possível a vinda de grandes transatlânticos ao país graças a seus serviços.
Até 2010, outros R$ 17 milhões serão investidos na climatização de um saguão sem ar-condicionado, construção de um vão livre no salão principal e colocação de grandes janelas para a melhor observação dos navios, entre outras obras.
Sobre as filas, a empresa afirma que nos 180 dias do ano em que o terminal fica aberto a média é de embarque de dois navios por dia, sendo que em apenas dois dias há a concentração de cinco navios simultaneamente.
Além disso, a empresa afirma que a Concais já encomendou mais quatro scanners para que se ganhe tempo na verificação das bagagens.
*O jornalista fez um minicruzeiro Santos/Ilhabela/Santos a convite da Sun & Sea
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Taxas portuárias atrapalham expansão dos cruzeiros no Brasil
JOÃO SANDRINIda Folha Online*
Apesar de os cruzeiros marítimos terem se beneficiado da crise nos aeroportos com o aumento da demanda por viagens de navio, empresários do setor acreditam que também há nos portos um gargalo de infra-estrutura que freia a expansão desse mercado.
Patrick Ryan, presidente da britânica Island Cruises International, que opera dois navios (Island Star e Island Escape) na costa brasileira neste verão, afirma que são as maiores do mundo as taxas cobradas pelo porto de Santos, onde é feito o embarque da maior parte dos cruzeiros no Brasil.
Divulgação |
Navio Costa Fortuna tem quadra de tênis |
"A cada embarque do Island Star eu deixo US$ 125 mil para a empresa responsável por esse serviço", afirma Ryan. "Talvez devêssemos sair do negócio de cruzeiros e entrar no mercado de carregar malas."
Dado Nascimento, diretor-geral da Sun & Sea, empresa que representa a Island Cruises no Brasil, diz que se essas taxas caíssem os dois navios operados pela empresa poderiam aumentar a temporada atual no país de três meses (dezembro a março) para até cinco meses.
Ele acredita que a Concais, concessionária pública responsável pelo serviço de embarque de passageiros em Santos, atua como um "monopólio" e não mostra disposição para negociar as tarifas cobradas com as empresas apesar de ter custos trabalhistas mais baixos que no resto de mundo e de ter margens de lucro "enormes".
Já Eduardo Nascimento, presidente da Abremar (Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas) e da Sun & Sea, afirma que se as taxas não forem reduzidas as principais empresas do setor vão analisar a construção de um terminal próprio no porto para o embarque dos passageiros.
Dado também acusa a Concais de não investir os lucros obtidos no negócio em melhorias para o terminal, que, segundo ele, tem capacidade para embarcar no máximo dois navios ao mesmo tempo e possui um saguão de espera sem ar-condicionado.
Como há dias em que é feito o embarque de cinco navios simultaneamente, os passageiros são obrigados a enfrentar até três horas de fila para fazer o check-in e passar por um dos apenas três scanners de verificação de bagagens da Polícia Federal.
Divulgação |
Navio Island Star, da Sun & Sea |
Outro lado
A Concais informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o custo das taxas cobradas são suficientes para cobrir os custos dos serviços prestados com a manutenção de uma área de 42 mil metros quadrados de embarque, sistema de segurança que atende a normas internacionais e estacionamento.
A empresa não divulga quanto fatura nem o valor das despesas anuais, mas afirma que do total de taxas pagas por cada passageiro (em média cerca de US$ 100) fica com apenas R$ 70 --o restante vai para o porto de Santos e para o pagamento de taxas de embarque em outras cidades onde os navios aportam.
A Concais também afirma ter investido R$ 20 milhões no terminal de passageiros desde 1999 e que só foi possível a vinda de grandes transatlânticos ao país graças a seus serviços.
Até 2010, outros R$ 17 milhões serão investidos na climatização de um saguão sem ar-condicionado, construção de um vão livre no salão principal e colocação de grandes janelas para a melhor observação dos navios, entre outras obras.
Sobre as filas, a empresa afirma que nos 180 dias do ano em que o terminal fica aberto a média é de embarque de dois navios por dia, sendo que em apenas dois dias há a concentração de cinco navios simultaneamente.
Além disso, a empresa afirma que a Concais já encomendou mais quatro scanners para que se ganhe tempo na verificação das bagagens.
*O jornalista fez um minicruzeiro Santos/Ilhabela/Santos a convite da Sun & Sea
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