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07/02/2007
-
16h00
Colaboração para a Folha Online
O que eu sabia sobre a Patagônia argentina? Acho que só o básico: gelo, frio, esqui. Mal sabia o que me esperava. Partimos de São Paulo rumo a Buenos Aires pelas Aerolíneas Argentinas. De Buenos Aires, mais um vôo rumo à Ushuaia. Total: 5 horas e 30 minutos de vôo. Não há vôos regulares diretos de São Paulo a Ushuaia.
Todos os vôos internacionais chegam ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, que está a 35 km do centro. Teríamos que fazer o translado ao Aeroparque, que se encontra a 4 km do centro. A média de tempo do percurso é de 40 minutos até o Aeroparque de Jorge Newberry, que opera vôos domésticos.
O trajeto de um aeroporto a outro é bem tranqüilo, o que não significa que você não o deva fazer com uma folga de umas duas ou três horas de antecedência entre um vôo e outro. Você passará pelo centro da cidade, onde, é claro, há risco de congestionamentos.
O vôo para Ushuaia foi também ótimo. Chegamos à noite. Aguardando as malas, comecei a observar que estava rodeada de gente radical, louca por emoção e neve. O mais curioso é que todos estavam no meu vôo, e eu não tinha olhado para eles ainda.
Já comecei a imaginar como seria a cidade, mesmo cansada como estava. Pegamos as malas e, ao chegar na polícia federal, é necessário que se tenha claro que comida de nenhum tipo pode entrar na Terra do Fogo. Revistas feitas, tudo em ordem.
Ao passarmos as portas, para a minha surpresa, o aeroporto é construído com madeira e vidro. Incrível, lindo e quente! Um aeroporto pequeno, porém eficiente. Só de Buenos Aires chegam no inverno oito aviões por dia com gente vindo de toda parte para esquiar.
De lá, direto ao Hotel Albatros (www.albatroshotel.com.ar), que fica na av. Maipú, 505. Era noite, não deu para perceber exatamente onde estava nem o que estava à minha volta.
Amanheceu, desci para o café da manhã e depois fui até o meio da rua. Nossa, olha o mar! Estava com uma sensação de estar sendo vigiada.
Assim que me virei para ver o quê havia atrás de mim, eu a vi. Linda, branca, enorme! A montanha estava a poucos pequenos quarteirões de mim. Foi incrível, mágico, uma energia gigantesca te domina nesta hora.
Demorei um pouco para entender que o sol, o mar, a montanha, a floresta, a neve e a cidade poderiam estar em um mesmo lugar. Tudo ao mesmo tempo! Assim é Ushuaia, a natureza grita e enche os teus olhos a cada segundo. Mapas, livros, guias, explicações turísticas e técnicas: nada se compara e tão pouco pode relatar o que vi em Ushuaia.
A Patagônia argentina é constituída pelas províncias de Tierra del Fuego, Santa Cruz, Chubut, Rio Negro, Neuquén, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul. Se fossem somados os territórios que a Argentina reclama, estariam dentre eles as ilhas Malvinas, parte da Antártida e Georgia do Sul.
No extremo sul do continente latino-americano, temos o estreito de Magalhães, no Atlântico sul e logo avistamos uma ilha, localizada a apenas 1.000 km da Antártida. Chegamos à Tierra del Fuego, sua capital Ushuaia. Na Ilha Grande de Tierra del Fuego situam-se Ushuaia, Rio Grande e o povoado Tolhuin.
A Terra do Fogo foi dividida em 1881, onde a metade oriental pertence ao Chile. A metade ocidental da Argentina tem uma extensão territorial de 21.263km2. Fundada em 1871, hoje com aproximadamente 60 mil habitantes, localiza-se à 3.048 km de Buenos Aires. O total de habitantes em toda a Terra do Fogo é de 101.187.
No Hotel Albatros há um escritório do Instituto Fueguino de Turismo (www.tierradelfuego.org.ar), portanto, diversas vans e ônibus turísticos saem de lá rumo às estações invernais, parques e lagos.
Ainda bestificada com a montanha entrei na van, cheia de snowborders e esquiadores rumo à Cerro Castor, estação de esqui inaugurada em julho de 1999, um centro de esqui com 400 hectares de domínios esquiáveis, seis meios de elevação, com capacidade de 5.000 pessoas por hora, quatro restaurantes, aluguel de roupas e equipamentos, escola para iniciantes, 60 instrutores e quatro postos de patrulhamento e saúde.
Subindo a montanha, a paisagem começa a mudar. A neve vai aumentando até você ficar totalmente envolto por ela e pelas árvores. O caminho continua sinuoso. Você vai cada vez mais entrando na cadeia de montanhas, passando por charcos e rios congelados e subindo, subindo.
Maira Hora viajou a convite da Aerolíneas Argentinas, Instituto Fueguino de Turismo e Wolf
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MAIRA HORAColaboração para a Folha Online
O que eu sabia sobre a Patagônia argentina? Acho que só o básico: gelo, frio, esqui. Mal sabia o que me esperava. Partimos de São Paulo rumo a Buenos Aires pelas Aerolíneas Argentinas. De Buenos Aires, mais um vôo rumo à Ushuaia. Total: 5 horas e 30 minutos de vôo. Não há vôos regulares diretos de São Paulo a Ushuaia.
Todos os vôos internacionais chegam ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, que está a 35 km do centro. Teríamos que fazer o translado ao Aeroparque, que se encontra a 4 km do centro. A média de tempo do percurso é de 40 minutos até o Aeroparque de Jorge Newberry, que opera vôos domésticos.
Maira Hora/Arquivo pessoal |
Depósito de sedimentos, Valle Colgate é uma formação geológica curiosa, em forma de "U" |
O vôo para Ushuaia foi também ótimo. Chegamos à noite. Aguardando as malas, comecei a observar que estava rodeada de gente radical, louca por emoção e neve. O mais curioso é que todos estavam no meu vôo, e eu não tinha olhado para eles ainda.
Já comecei a imaginar como seria a cidade, mesmo cansada como estava. Pegamos as malas e, ao chegar na polícia federal, é necessário que se tenha claro que comida de nenhum tipo pode entrar na Terra do Fogo. Revistas feitas, tudo em ordem.
Ao passarmos as portas, para a minha surpresa, o aeroporto é construído com madeira e vidro. Incrível, lindo e quente! Um aeroporto pequeno, porém eficiente. Só de Buenos Aires chegam no inverno oito aviões por dia com gente vindo de toda parte para esquiar.
De lá, direto ao Hotel Albatros (www.albatroshotel.com.ar), que fica na av. Maipú, 505. Era noite, não deu para perceber exatamente onde estava nem o que estava à minha volta.
Amanheceu, desci para o café da manhã e depois fui até o meio da rua. Nossa, olha o mar! Estava com uma sensação de estar sendo vigiada.
Maira Hora |
Porto Turístico e cidade de Ushuaia vistos do canal Beagle, a bordo do Catamaran Tolkeyen |
Demorei um pouco para entender que o sol, o mar, a montanha, a floresta, a neve e a cidade poderiam estar em um mesmo lugar. Tudo ao mesmo tempo! Assim é Ushuaia, a natureza grita e enche os teus olhos a cada segundo. Mapas, livros, guias, explicações turísticas e técnicas: nada se compara e tão pouco pode relatar o que vi em Ushuaia.
A Patagônia argentina é constituída pelas províncias de Tierra del Fuego, Santa Cruz, Chubut, Rio Negro, Neuquén, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul. Se fossem somados os territórios que a Argentina reclama, estariam dentre eles as ilhas Malvinas, parte da Antártida e Georgia do Sul.
No extremo sul do continente latino-americano, temos o estreito de Magalhães, no Atlântico sul e logo avistamos uma ilha, localizada a apenas 1.000 km da Antártida. Chegamos à Tierra del Fuego, sua capital Ushuaia. Na Ilha Grande de Tierra del Fuego situam-se Ushuaia, Rio Grande e o povoado Tolhuin.
Maira Hora |
Lago Roca, no Parque Nacional, recebe esse nome para homenagear o presidente Julio Roca |
No Hotel Albatros há um escritório do Instituto Fueguino de Turismo (www.tierradelfuego.org.ar), portanto, diversas vans e ônibus turísticos saem de lá rumo às estações invernais, parques e lagos.
Ainda bestificada com a montanha entrei na van, cheia de snowborders e esquiadores rumo à Cerro Castor, estação de esqui inaugurada em julho de 1999, um centro de esqui com 400 hectares de domínios esquiáveis, seis meios de elevação, com capacidade de 5.000 pessoas por hora, quatro restaurantes, aluguel de roupas e equipamentos, escola para iniciantes, 60 instrutores e quatro postos de patrulhamento e saúde.
Subindo a montanha, a paisagem começa a mudar. A neve vai aumentando até você ficar totalmente envolto por ela e pelas árvores. O caminho continua sinuoso. Você vai cada vez mais entrando na cadeia de montanhas, passando por charcos e rios congelados e subindo, subindo.
Maira Hora viajou a convite da Aerolíneas Argentinas, Instituto Fueguino de Turismo e Wolf
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